O que é:
A atonia uterina corresponde à perda da capacidade de contração do útero após o parto o que aumenta o risco de hemorragia pós-parto, colocando em risco a vida da mulher. Essa situação pode acontecer com mais facilidade em mulheres que possuem gravidez de gêmeos, que possuem idade inferior a 20 anos ou superior a 40 anos, ou que se encontram acima do peso.
É importante que sejam identificados os fatores de risco da atonia uterina para que possa ser estabelecido tratamento profilático com o objetivo de prevenir complicações durante ou após o parto, sendo normalmente indicada a administração de ocitocina na terceira fase do trabalho de parto para promover a contração uterina e, assim, evitar a atonia.
Por que acontece
Em condições normais, após a saída da placenta, há contração do útero com o objetivo de promover a hemostasia e evitar o sangramento excessivo. No entanto, quando a capacidade de contração do útero é prejudicada, os vasos uterinos responsáveis por promover a hemostasia não funcionam corretamente, favorecendo a ocorrência de sangramentos.
Assim, algumas das situações que podem interferir na capacidade de contração do útero são:
- Gestação de gêmeos;
- Obesidade;
- Alterações uterinas, como presença de miomas e útero bicorno;
- Tratamento da pré-eclâmpsia ou eclâmpsia com sulfato de magnésio;
- Parto prolongado;
- Idade da mulher, sendo mais frequente em mulheres com menos de 20 anos e com mais de 40 anos.
Além disso, mulheres que tiveram atonia uterina em gestações anteriores tem maior risco de ter novamente em outra gestação e, por isso, é importante que seja comunicado ao médico para que possam ser adotadas medidas profiláticas para evitar a atonia.
Riscos e complicações da atonia uterina
A principal complicação relacionada com a atonia uterina é a hemorragia pós-parto, isso porque os vasos uterinos não conseguem contrair adequadamente pra promover a hemostasia. Assim, pode haver perda de grande quantidade de sangue, o que pode colocar a vida da mulher em risco. Saiba mais sobre a hemorragia pós-parto.
Além da hemorragia, a atonia uterina pode também estar associada a outros riscos e complicações como falência renal e hepática, alterações no processo de coagulação no organismo, perda da fertilidade e choque hipovolêmico, que é caracterizada pela grande perda de líquidos e sangue e perda progressiva da função do coração, o que resulta na diminuição da quantidade de oxigênio distribuído pelo organismo e pode colocar a vida da pessoa em risco. Entenda o que é o choque hipovolêmico e como identificar.
Como é o tratamento
Para prevenir a atonia uterina é recomendado que seja administrado ocitocina quando a mulher entrar na terceira fase do parto, que corresponde ao período de expulsão. Isso porque a ocitocina é capaz de favorecer a contração do útero, facilitando a expulsão do bebê e estimulando a hemostasia.
Nos casos em que a ocitocina não tem o efeito desejado, pode ser necessária a realização de um procedimento cirúrgico para prevenir o sangramento e tratar a atonia uterina, podendo ser realizado o tamponamento uterino com o objetivo de reduzir ou parar a hemorragia, sendo também recomendado o uso de antibióticos e ocitocina para garantir o resultado.
Em situações mais graves, o médico pode recomendar a realização de histerectomia total, em que é retirado o útero e o colo do útero, sendo então possível resolver a hemorragia. Veja como é feita a histerectomia.