Os basófilos baixos normalmente surgem devido a gravidez, ovulação, infecções agudas ou hipertireoidismo, mas a diminuição da quantidade de basófilos no sangue também pode ser causada por tratamentos com corticoides, quimioterapia ou radioterapia, por exemplo.
Os basófilos são um tipo de glóbulos brancos do sangue que participam do sistema imunológico combatendo infecções por bactérias, vírus, fungos ou parasitas, além de liberar histamina, quando se tem contato com substâncias alergênicas, ou heparina, para prevenir a formação de coágulos no sangue.
Os basófilos baixos, conhecido cientificamente como basopenia, é detectado através de exames de sangue, como o hemograma e leucograma, apresentando menos de 20 basófilos por μl de sangue, ou até biópsia da medula óssea, pois é onde as células do sangue são produzidas. Confira os valores de referência para os basófilos no sangue e veja se o resultado está normal.
Principais causas
As principais causas de basófilos baixos são:
1. Gravidez
Os basófilos baixos podem ser causados por alterações hormonais normais durante a gravidez ou pós parto, e geralmente não são motivo de preocupação, pois voltam aos valores normais após essas fases.
No entanto, a mulher deve ter o acompanhamento médico periódico, para avaliar se não existem outras causas para os basófilos baixos, como infecções ou alterações na tireoide.
O que fazer: durante a gravidez, deve-se fazer as consultas pré-natais regularmente os exames solicitados pelo obstetra, que inclui o hemograma, para avaliar a contagem das células sanguíneas, e detectar se existe alguma causa para os leucócitos baixos. Veja os principais exames pré-natais.
2. Ovulação
As alterações hormonais do ciclo menstrual, especialmente durante a ovulação, também podem causar basófilos baixos, voltando ao normal durante a fase lútea.
A ovulação ocorre geralmente entre o 10º ao 14º dias após o primeiro dia da menstruação em mulheres que não utilizam métodos contraceptivos hormonais, podendo ser percebido através de sintomas como secreção vaginal transparente, aumento da temperatura corporal ou dor na parte de baixo do abdômen. Saiba identificar os sintomas da ovulação.
O que fazer: os basófilos baixos na ovulação é uma condição normal que não necessita de tratamento médico, no entanto, se a mulher apresentar alterações do ciclo menstrual, perda de peso, tremores nas mãos ou febre, por exemplo, deve-se consultar o ginecologista ou o endocrinologista para realizar exames e identificar se existe alguma condição de saúde que possa estar causando os basófilos baixos, como hipertireoidismo ou infecções, por exemplo.
3. Hipertireoidismo
O hipertireoidismo é uma doença em que ocorre desregulação da glândula tireoide que produz quantidades excessivas do hormônio tiroxina, levando ao aumento do metabolismo do corpo.
Essa desregulação dos hormônios tireoidianos, especialmente quando o hipertireoidismo não está bem controlado, pode afetar o sistema imunológico e os glóbulos brancos do sangue, podendo causar diminuição dos níveis de basófilos e do número total de neutrófilos. Veja o que são os neutrófilos e quando podem estar baixos.
O que fazer: deve-se consultar o endocrinologista para realizar exames de sangue, como hemograma e de hormônios da tireoide, e realizar o tratamento indicado que pode ser feito com remédios como propiltiouracil ou metimazol, iodoterapia ou até cirurgia. Saiba como é feito o tratamento do hipertireoidismo.
4. Tireotoxicose
Os basófilos baixos também pode surgir devido a tireotoxicose que corresponde a altos níveis de hormônios da tireoide no sangue, como T3 e T4, podendo estar relacionado ao hipertireoidismo factício, que ocorre devido a ingestão de grandes quantidades de remédios para a tireoide, como a levotiroxina.
Além disso, outras causas da tireotoxicose são doença de Graves, tireoidite, adenoma tóxico, tumor da glândula pituitária ou bócio multinodular tóxico, por exemplo.
O que fazer: o tratamento deve ser feito pelo endocrinologista, de acordo com a causa da tireotoxicose, podendo ser recomendado o uso de remédios para aliviar os sintomas, como propranolol, ou remédios para reduzir a quantidade de hormônios da tireoide no sangue, como propiltiouracil ou metimazol, além da radioiodoterapia.
5. Reação alérgica aguda
As reações alérgicas agudas, como alergias a alimentos, medicamentos ou reações anafiláticas, podem causar uma diminuição dos basófilos na corrente sanguínea, por migrarem para a pele e tecidos linfoides, liberando histamina e citocinas inflamatórias, responsáveis pela resposta alérgica.
Os sintomas da reação alérgica aguda geralmente são graves podendo a pessoa apresentar coceira generalizada, urticária, bolinhas vermelhas na pele, sensação de garganta fechada, inchaço na boca, língua ou rosto.
O que fazer: deve-se procurar atendimento médico imediatamente ou o pronto-socorro mais próximo, pois a reação alérgica aguda é uma situação grave, que pode colocar a vida em risco.
6. Urticária crônica espontânea
A urticária crônica espontânea é uma doença caracterizada pelo surgimento de bolhas ou placas avermelhadas na pele, coceira intensa, sensação de ardor e inchaço na pele, que duram mais de 6 semanas, causada por fatores imunológicos, e liberação de histamina pelos basófilos e mastócitos na pele.
Essa doença leva a uma diminuição dos basófilos circulantes no sangue, o que resulta nos basófilos baixos no hemograma, devido a uma migração dos basófilos dos vasos sanguíneos para a pele.
O que fazer: o tratamento deve ser feito pelo dermatologista, que pode indicar remédios anti-histamínicos em altas doses para aliviar os sintomas, ou remédios imunossupressores, como a ciclosporina, ou anticorpos monoclonais, como o omalizumabe, quando os anti-histamínicos não foram eficazes para aliviar os sintomas.
7. Infecções agudas
Os basófilos baixos também podem surgir devido a infecções agudas graves, uma vez que fazem parte do sistema imunológico para combater infecções, podendo estar diminuído na corrente sanguínea, por terem migrado para o local da infecção.
O que fazer: deve-se fazer o tratamento da infecção, com orientação do clínico geral ou infectologista, de acordo com o tipo de microrganismo, podendo ser indicado o uso de antibióticos, antivirais, antifúngicos ou antiparasitários, por exemplo.
8. Uso crônico de corticoides
O uso crônico e de altas doses de corticoides por via oral, pode levar a uma diminuição dos basófilos no sangue, sendo geralmente associado à migração dos basófilos para o local da inflamação.
Os corticoides são anti-inflamatórios esteroides, que reduzem a produção de substâncias inflamatórias no corpo, geralmente indicados para doenças crônicas como artrite reumatoide, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica ou lúpus, por exemplo.
O que fazer: deve-se ter um acompanhamento médico regularmente para avaliar o tratamento com os corticoides, as doses e o surgimento de efeitos colaterais, pois esses remédios por alterar o sistema imunológico, podem diminuir a habilidade do organismo para combater infecções. Veja outros efeitos colaterais dos corticoides.
9. Tratamento do câncer
O tratamento do câncer com quimioterapia, pode causar basófilos baixos, assim como diminuição de outros componentes presentes no sangue, como neutrófilos e plaquetas, por exemplo, uma vez que esse tipo de tratamento interrompe a multiplicação das células do câncer, mas também afeta a produção de células em outras partes do corpo, especialmente do sangue, que se renovam constantemente.
Além disso, a radioterapia também pode levar a uma diminuição das células sanguíneas, por afetar sua produção na medula óssea.
O que fazer: deve-se fazer o tratamento do câncer com orientação do oncologista que deve solicitar um hemograma antes de cada sessão de quimioterapia, ou regularmente durante o tratamento radioterápico, de forma a avaliar os níveis das células sanguíneas. Caso estejam muito baixas, o médico pode recomendar injeções de filgrastim ou até transfusão sanguínea se as plaquetas estiverem muito baixas.
Como saber se os basófilos estão baixos
Para saber se os basófilos estão baixos, insira o resultado do seu exame na calculadora a seguir: