Blefarite: o que é, sintomas, causas e tratamento

Blefarite é a inflamação nas bordas das pálpebras que provoca o surgimento de sintomas como remelas, crostas, vermelhidão, sensação de cisco no olho e pálpebra inchada.

Esta inflamação é comum e pode surgir de um dia para o outro, em pessoas de qualquer idade, e acontece devido a uma alteração nas glândulas de Meibomius, que é responsável por manter o equilíbrio da umidade ocular.

O tratamento da blefarite é feito pelo oftalmologista e, normalmente, envolve o uso de colírios para limpar os olhos e, nos casos em que há sinais de infecção, pode ser indicado também o uso de colírios antibióticos.

Imagem ilustrativa número 2

Sintomas de blefarite

Os principais sintomas de blefarite são:

  • Crostas e descamação nas pálpebras;
  • Pálpebra inchada e vermelha;
  • Olho irritado e coçando;
  • Sensação de que há um cisco no olho;
  • Lacrimejamento constante;
  • Aumento da sensibilidade à luz.

Além disso, outros sintomas que costumam estar presentes são a perda de cílios e durante o sono as pálpebras podem ficar coladas, sendo difícil abrir os olhos ao acordar.

Na presença de sintomas de blefarite, é importante consultar o oftalmologista para iniciar o tratamento mais adequado.

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Blefarite é grave?

A blefarite não é considerada grave pois não provoca danos permanentes nos olhos, além de não ser contagiosa.

No entanto, a blefarite pode causar desconforto e, por isso, deve-se seguir o tratamento conforme a recomendação do oftalmologista para aliviar os sintomas.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da blefarite é feito pelo oftalmologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exame físico com a lâmpada de fenda para observar as pálpebras e outras estruturas dos olhos.

Marque uma consulta com o oftalmologista na região mais próxima de você:

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Normalmente, não é necessário nenhum exame complementar para confirmar o diagnóstico.

No entanto, no caso da blefarite crônica o médico pode solicitar uma biópsia da pele da pálpebra, principalmente quando ocorre queda dos cílios e, assim, descartar outras causas, como câncer de pálpebra, por exemplo.

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Possíveis causas

A principal causa da blefarite é a alteração no funcionamento da glândula de Meibomius, que é uma glândula localizada na pálpebra e que secreta gordura e está relacionada com a lubrificação dos olhos.

Assim, quando essa glândula está alterada, pode haver acúmulo de gordura dentro da glândula e favorecendo a proliferação de bactérias no local, dando origem à blefarite.

Além disso, a blefarite pode ser causada por vírus ou ácaros que vivem normalmente na pele.

Quem tem maior risco

Alguns fatores podem aumentar o risco de blefarite, como:

  • Dermatite seborreica no rosto;
  • Rosácea;
  • Dermatite atópica;
  • Alergia a colírios, maquiagem ou extensão de cílios.

É importante que o oftalmologista seja consultado para que possa ser identificada a possível causa da blefarite e, assim, ser iniciado o tratamento mais adequado.

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Tipos de blefarite

Os principais tipos de blefarite são:

1. Blefarite anterior

A blefarite anterior afeta a parte externa da pálpebra e a região nas pálpebras onde os cílios se fixam.

Esse tipo de blefarite pode ser causada por infecções bacterianas, dermatite seborreica, rosácea ou crescimento do ácaro Demodex folliculorum que vive normalmente na pele.

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2. Blefarite posterior

A blefarite posterior afeta a parte interna da pálpebra, próxima ao globo ocular.

Geralmente, esse tipo de blefarite está relacionada a problemas com as glândulas meibomianas, que passam a produzir muito óleo, resultando na sua obstrução e inflamação nas pálpebras.

A blefarite posterior normalmente é causada por acne rosácea ou crescimento do ácaro Demodex brevis que também vive normalmente na pele.

3. Blefarite ulcerativa

A blefarite ulcerativa é causada por infecções bacterianas, principalmente pela bactéria Staphylococcus aureus, sendo por isso também conhecida como blefarite estafilocócica.

Esse tipo de blefarite pode resultar em pequenas feridas ou sangramento na pálpebra.

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4. Blefarite viral

A blefarite viral é causada por infecções por vírus, como Herpes simplex ou varicela-zóster, por exemplo.

5. Blefarite seborreica

A blefarite seborreica é causada pela dermatite seborreica, formando escamas nas pálpebras, além dos outros sintomas.

Esse tipo de blefarite é causado pela produção excessiva de óleos pelas glândulas de Meibomius ou Zeiss.

6. Blefarite não-ulcerativa

A blefarite não-ulcerativa é a blefarite que não causa feridas nas pálpebras, sendo normalmente causada por reações alérgicas. 

7. Blefarite alérgica

A blefarite alérgica é um tipo de blefarite causada por alergias, que provocam inflamação nas pálpebras.

As principais causas desse tipo de blefarite são alergia a maquiagem, alongamento dos cílios, cosméticos aplicados na área dos olhos, colírios ou pomadas oftálmicas.

A blefarite alérgica também conhecida como blefarite escamosa.

8. Blefarite aguda

A blefarite aguda é a inflamação nas pálpebras que surge de repente, geralmente, causando sintomas mais intensos, que respondem bem ao tratamento indicado pelo médico.

Esse tipo de blefarite pode ser ulcerativa ou não ulcerativa.

9. Blefarite crônica

A blefarite crônica é a inflamação nas pálpebras que provoca sintomas persistentes ou que vai e volta, podendo durar por meses ou anos.

Tratamentos para blefarite

Os principais tratamentos para blefarite são:

1. Aplicação de compressas mornas

A aplicação de compressas mornas é indicada para blefarite pois permite amolecer os resíduos e a oleosidade das pálpebras, além de promover a dilatação das glândulas meibomianas.

Assim, deve-se aplicar compressas mornas durante 5 a 10 minutos, principalmente antes de realizar a higiene das pálpebras.

No caso de blefarite alérgica, normalmente é indicado o uso de compressas frias para aliviar os sintomas.

2. Higiene das pálpebras

A higiene das pálpebras é fundamental no tratamento para qualquer tipo de blefarite, pois permite remover as crostas e resíduos acumulados.

Para fazer a higiene das pálpebras, deve-se utilizar um disco ou bola de algodão, ou cotonete, umedecido em uma solução preparada com meia xícara de  água morna e 2 a 3 gotas de shampoo para bebês ou shampoos que contenham óleo de melaleuca.

Deve-se então passar o algodão suavemente sobre as pálpebras e cílios e enxaguar em seguida.

É importante ter cuidado para não usar muito shampoo para bebês, pois pode irritar os olhos ou provocar olhos secos.

A higiene das pálpebras deve ser feita após a aplicação de compressas mornas.

3. Massagem nas pálpebras

No caso da blefarite posterior, pode ser recomendado pelo médico realizar massagem na pálpebra afetada.

Essa massagem deve ser feita suavemente, com o dedos ou com usando um algodão, fazendo movimentos circulares.

A massagem nas pálpebras tem como objetivo desobstruir as glândulas meibomianas.

4. Medicamento para blefarite

Os remédios para blefarite podem ser indicados pelo oftalmologista nos casos de blefarite aguda, anterior ou posterior.

Os principais medicamentos para blefarite são:

  • Colírio ou pomadas com antibiótico, como bacitracina ou eritromicina;
  • Comprimidos antibióticos, como doxiciclina;
  • Pomadas corticoides;
  • Comprimidos antivirais, como valaciclovir;
  • Lubrificantes oculares ou lágrimas artificiais. 

O tipo de medicamento para blefarite deve sempre ser indicado pelo médico de acordo com seu tipo e causa.

Enquanto os sintomas de blefarite estiverem presentes deve-se evitar ao máximo utilizar maquiagem e lentes de contato para acelerar o processo de cura.

O tempo de tratamento da blefarite pode variar de semanas a até 1 ou 2 meses, sendo que nos casos de maior demora existem doenças associadas, que também devem ser corretamente tratadas para que a blefarite possa ser curada.

5. Tratamento caseiro

No tratamento caseiro para blefarite deve-se optar pelo consumo de alimentos anti-inflamatórios, como salmão, laranja e acerola para acelerar a cura. 

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Além disso, as compressas mornas de camomila podem ajudar a acalmar a pele e a irritação, trazendo alívios dos sintomas. Veja como preparar as compressas de camomila

Como limpar os olhos

Para limpar corretamente os olhos durante uma blefarite, deve-se:

  1. Lavar as mãos com água e sabonete neutro;
  2. Aplicar a compressa morna na pálpebra afetada, por 5 a 10 minutos;
  3. Massagear a pálpebra com movimentos circulares, de cima para baixo na pálpebra superior e de baixo para cima na pálpebra inferior, por 30 segundos, de 5 a 10 vezes;
  4. Limpar a pálpebra, passando o algodão ou cotonete umedecido na solução com shampoo;
  5. Olhar para cima enquanto limpa a pálpebra inferior e fechar o olho enquanto limpa a pálpebra superior;
  6. Lavar novamente as mãos.

A limpeza dos olhos deve ser feita por 2 a 4 vezes por dia, enquanto existirem os sintomas.

No caso da blefarite crônica, deve-se manter a limpeza dos olhos diariamente, por toda a vida.