A gordura no fígado normalmente é causada por hábitos de vida poucos saudáveis, como alimentação rica em gordura e carboidratos, sedentarismo e consumo de bebidas alcoólicas em excesso. No entanto, o fígado gordo pode ser também causado pelo uso de medicamentos, diabetes, hepatite B ou C, desnutrição e doença de Wilson.
A gordura no fígado, também chamada de esteatose hepática, normalmente não causa sintomas, sendo identificada durante exames de rotina. Porém, à medida que a doença avança, é possível que surjam sintomas como perda de apetite, dor abdominal, inchaço da barriga, pele e olhos amarelados e fezes esbranquiçadas. Saiba reconhecer os sintomas de gordura no fígado.
Na presença de sinais e sintomas possivelmente indicativos de gordura no fígado, é importante que o hepatologista ou clínico geral seja consultado para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado, sendo normalmente recomendada a melhora dos hábitos alimentares e estilo de vida.
Principais causas
As principais causas de gordura no fígado são:
1. Obesidade, diabetes e resistência à insulina
A obesidade, a diabetes do tipo 2 e a resistência à insulina são as doenças mais frequentemente associadas e que ajudam no acúmulo de gordura no fígado. Nestes casos, há um desequilíbrio entre a produção e a utilização de triglicerídeos pelo corpo, o que faz com que aumente a gordura armazenada no fígado.
O que fazer: É importante que sejam seguidas as recomendações do médico para diminuir os níveis de glicose circulante no sangue, sendo importante ter uma alimentação saudável e equilibrada e praticar atividades físicas regularmente. Dessa forma é possível diminuir o peso, favorecer a queima de gordura e regular os níveis de glicose.
2. Colesterol ou triglicerídeos elevados
O colesterol alto é uma das principais causas para o fígado gorduroso, especialmente quando ocorre aumento do nível de triglicerídeos e diminuição do HDL, o colesterol bom.
O que fazer: É recomendado diminuir o consumo de alimentos ricos em gordura, dando preferência a alimentos ricos em fibras, frutas e vegetais. Assim, é possível diminuir o risco de deposição de gordura no fígado, além de prevenir o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Veja o que comer para baixar o colesterol.
3. Alimentação rica em gordura e açúcar
O acúmulo de gordura no fígado também está relacionado ao estilo de vida. A combinação da ingestão de alimentos ricos em açúcares, gorduras e pobre em fibras junto com o sedentarismo resulta no aumento de peso, agravando a esteatose hepática.
O que fazer: Nesse caso é importante melhorar os hábitos alimentares, diminuindo o consumo de alimentos processados, ricos em gordura e açúcar, e dando preferência a alimentos ricos em fibras, frutas e vegetais. Além disso, é importante praticar atividade física de forma regular, pois assim é possível utilizar a gordura estocada no corpo e o açúcar circulante como fonte de energia, diminuindo o acúmulo de gordura no fígado.
4. Consumo excessivo de álcool
O fígado gordo também pode surgir quando existe consumo exagerado de álcool, sendo que esse excesso é considerado quando a quantidade diária de álcool é superior a 20 g para as mulheres e mais de 30 g para os homens, o que equivale a 2 ou 3 doses, respectivamente.
O que fazer: É recomendado diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, pois assim é possível diminuir a inflamação do fígado e a gordura acumulada, aliviando os sintoma e promovendo a melhora.
5. Hepatite B ou C
Pessoas que tenham hepatite B ou hepatite C crônica têm mais chances de terem gordura no fígado e outras doenças relacionadas porque a presença de lesões provocadas pela hepatite nas células do fígado dificultam o trabalho do órgão, facilitando o acúmulo de gordura.
O que fazer: É importante seguir as recomendações indicadas pelo médico para tratamento da hepatite, que pode envolver o uso de remédios, repouso, hidratação, diminuição do consumo de bebidas alcoólicas e alimentação leve e saudável.
6. Uso de medicamentos
O uso de medicamentos como amiodarona, corticoides, estrógenos ou tamoxifeno por exemplo, contribuem para o acúmulo de gordura no fígado. Isso porque o uso dessas medicações pode causar lesões ao fígado e, como consequência, a esteatose hepática.
O que fazer: Nesses casos, é importante que seja feita uma avaliação pelo médico que indicou o uso do medicamento, pois assim é possível que seja feita uma avaliação sobre a possibilidade de suspensão ou troca do medicamento.
7. Doença de Wilson
A doença de Wilson é uma doença é rara e se manifesta na infância, é caracterizada pela incapacidade do corpo em metabolizar o cobre em excesso do organismo, resultando em um quadro de intoxicação. Este cobre em excesso normalmente é armazenado no fígado, que vai causar lesões na célula e facilitar o acúmulo de gordura no órgão. Conheça mais sobre a doença de Wilson e tratamento.
O que fazer: É importante que o clínico geral seja consultado para que sejam verificados os níveis de cobre no sangue e, assim, ser indicado o tratamento mais adequado. De forma geral, é indicado pelo médico o uso de medicamentos que ligam-se ao cobre e favorecem a sua eliminação pelo intestino e pelos rins. Além disso, é recomendado diminuir o consumo de alimentos fontes de cobre, como frutas secas, cogumelo e nozes, por exemplo.
8. Desnutrição
A desnutrição provoca uma diminuição das lipoproteínas no organismo, que são as moléculas responsáveis pela retirada de gordura. A falta dessas lipoproteínas impossibilita a saída dos triglicerídeos do fígado, que acabam por se acumular no órgão causando o fígado gorduroso.
O que fazer: É indicado que o nutricionista seja consultado para que o tratamento possa ser iniciado, que consiste no aumento gradual da quantidade de calorias consumidas no dia, além de também poder ser indicado, em alguns casos, o uso de suplementos alimentares. Entenda melhor como é feito o tratamento para desnutrição.
Como confirmar
O excesso de gordura no fígado normalmente não apresenta sinais ou sintomas, e geralmente é diagnosticada ao acaso, quando a pessoa realiza uma ultrassonografia do abdômen como parte de seus exames de rotina. Após a suspeita, o médico avalia os níveis das enzimas hepáticas TGO e TGP, além da concentração de bilirrubina, colesterol e gama-GT no sangue para confirmar a doença.
Em casos mais graves, que é quando a esteatose hepática não é identificada e tratada nas suas fases iniciais, pode haver sintomas como a má digestão, cansaço frequente, perda do apetite e barriga inchada, por exemplo. Confira os principais sintomas de esteatose hepática.
Complicações do excesso de gordura no fígado
As complicações do acúmulo de gordura no fígado dependem do estilo de vida do paciente e dos fatores associados, como diabetes, obesidade ou doenças imunes. Mas, geralmente, acontece uma inflamação progressiva do fígado que pode levar ao surgimento de doenças graves, como cirrose hepática. Saiba reconhecer os sintomas da cirrose hepática.
Para evitar as consequências do acúmulo de gordura no fígado é recomendado que a pessoa faça uma dieta rica em frutas e vegetais, evitando comer alimentos com muita gordura e açúcar. Além disso, deve também fazer exercício físico regular, pelo menos de 30 minutos por dia. Saiba em detalhes como deve ser a dieta para gordura no fígado neste vídeo: