A cirurgia de próstata é um procedimento indicado para o tratamento do câncer de próstata localizado, quando a doença ainda está pouco evoluída e não atingiu outros órgãos, pois permite remover todo o tumor maligno e curar definitivamente o câncer.
Embora este tratamento seja muito eficaz e curativo para o câncer de próstata localizado, pode também ser recomendado realizar a radioterapia após a cirurgia em casos específicos, para eliminar todas as células malignas que possam ter ficado no local.
A cirurgia para o câncer de próstata, também chamada de prostatectomia radical, é feita pelo cirurgião oncológico ou urológico, no hospital, sendo oferecida gratuitamente pelo SUS ou pode ser realizada em hospitais particulares, devendo-se sempre esclarecer com o médico o tipo de cirurgia a ser realizada, assim como os riscos e possíveis complicações.
Quando é indicada
A cirurgia para remoção da próstata é indicada nos seguintes casos:
- Câncer de próstata localizado, ou seja, o tumor está confinado na próstata, não tendo se espalhado para os tecidos em volta da próstata ou outros órgãos, como linfonodos, ossos, fígado, pulmões, bexiga ou intestinos, por exemplo;
- Câncer de próstata localmente avançado, em que o câncer se espalhou para a área externa da próstata, sendo a cirurgia feita em associação com outros tratamentos.
A cirurgia para remoção da próstata normalmente é feita em homens com menos de 75 anos, considerados de risco cirúrgico baixo a intermediário, ou seja, com doenças crônicas controladas, como diabetes ou hipertensão.
A prostatectomia radical deve ser feita com indicação do oncologista e realizada por um cirurgião oncológico ou urológico.
Marque uma consulta com um cirurgião oncológico na região mais próxima:
Como se preparar para a cirurgia
Para se preparar para a cirurgia de próstata, é importante esclarecer com o médico todas as dúvidas sobre a cirurgia, técnica que será utiliza, riscos, complicações, recuperação e expectativas.
Além disso, é importante informar se possui alguma a alergia, a medicamentos, alimentos ou qualquer outra substância, além de informar todos os remédios que utiliza com frequência, incluindo suplementos, vitaminas, chás ou remédios naturais.
Em alguns casos, o médico deve solicitar suspender medicamentos alguns dias antes da cirurgia para evitar sangramentos ou hemorragias.
Antes de fazer a cirurgia, deve-se realizar todos os exames solicitados pelo médico, que devem ser levados para o hospital no dia da cirurgia. No dia anterior da cirurgia, deve-se fazer jejum absoluto de pelo menos 8 horas, conforme orientação médica.
Como é feita
A cirurgia para o câncer de próstata é feita pelo cirurgião urológico ou oncológico, no hospital, com anestesia geral, no entanto, também pode ser feita com anestesia raquidiana, que é aplicada na coluna, o que varia com a técnica cirúrgica que será realizada.
Durante a cirurgia, toda a próstata é retirada, além dos tecidos em volta da próstata, a uretra prostática, as vesículas seminais e as ampolas dos ductos deferentes.
A esta cirurgia pode ainda ser associada a realização de uma linfadenectomia, que consiste em retirar gânglios linfáticos da região pélvica.
A cirurgia demora em média 2 horas e, geralmente, é necessário ficar internado por cerca de 2 a 3 dias. Veja mais detalhes sobre como é feita a prostatectomia.
Tipos de prostatectomia
Para remover a próstata, a cirurgia pode ser feita por via robótica ou laparoscopia, ou seja, através de pequenos furinhos na barriga por onde passam instrumentos para remover a próstata, ou por laparotomia onde é feito um corte maior na pele.
Os principais tipos de cirurgia utilizados são:
- Prostatectomia radical retropúbica: nesta técnica, o médico faz uma pequeno corte na pele junto ao umbigo para remover a próstata;
- Prostatectomia radical perineal: é feito um corte entre o ânus e o escroto e é removida a próstata. Esta técnica é usada com menos frequência do que a anterior, pois existe maior risco de atingir os nervos responsáveis pela ereção, podendo causar disfunção erétil;
- Prostatectomia radical robótica: nesta técnica o médico controla uma máquina com braços robóticos e, por isso, a técnica é mais precisa, existindo menor risco de sequelas;
- Ressecção transuretral da próstata: geralmente é realizada no tratamento da hiperplasia benigna da próstata, no entanto, nos casos de câncer em que não pode ser feita a prostatectomia radical mas existem sintomas, pode ser usada esta técnica.
Na maioria dos casos, a técnica mais indicada é a feita por robótica, porque causa menos dor, provoca menor perda de sangue e o tempo de recuperação é mais rápido.
Como é a recuperação
A recuperação da cirurgia de próstata é relativamente rápida e apenas é recomendado ficar de repouso, evitando esforços, por aproximadamente 10 a 15 dias.
Depois desse tempo, pode-se voltar às atividades do dia a dia, como dirigir ou trabalhar, no entanto, a permissão para grandes esforços só ocorre após 90 dias da data da cirurgia. Já o contato íntimo pode ser retomado após 40 dias.
No pós-operatório da prostatectomia, é necessário colocar uma sonda vesical, um tubo que vai conduzir a urina da bexiga até uma bolsa, porque as vias urinárias ficam muito inflamadas, impedindo a passagem de urina. Esta sonda deve ser usada entre 7 a 15 dias, devendo ser retirado apenas após indicação do médico. Aprenda como cuidar da sonda vesical durante este período.
Além da cirurgia, pode ser necessário fazer hormonioterapia, quimioterapia e/ou radioterapia para matar as células malignas que não foram retiradas na cirurgia ou que se espalharam para outros órgãos, evitando que continuem a multiplicar-se. Veja todas as opções de tratamento para o câncer de próstata.
Possíveis complicações
Além dos riscos gerais, como infecção no local da cicatriz ou hemorragia, a cirurgia para o câncer de próstata pode ter outras sequelas importantes como:
1. Incontinência urinária
Após a cirurgia, o homem pode apresentar alguma dificuldade para controlar a saída de urina, resultando em incontinência urinária. Essa incontinência pode ser leve ou total e, geralmente, dura entre algumas semanas ou meses após a cirurgia.
Este problema é mais comum em idosos, mas pode acontecer em qualquer idade e depende do grau de desenvolvimento do câncer e tipo de cirurgia. O tratamento normalmente inicia com sessões de fisioterapia, com exercícios pélvicos e pequenos instrumentos, como biofeedback, e cinesioterapia. Nos casos mais extremos pode-se realizar uma cirurgia para correção desta disfunção. Veja mais detalhes de como é feito o tratamento da incontinência urinária.
2. Disfunção erétil
A disfunção erétil é uma das complicações mais preocupantes para os homens, que deixam de conseguir iniciar ou manter uma ereção, no entanto, com o aparecimento da cirurgia por robótica, os índices de disfunção erétil têm diminuído. Isto acontece porque junto da próstata existem nervos importantes que controlam a ereção.
Assim, a disfunção erétil é mais comum em casos de câncer muito desenvolvido em que é preciso retirar muitas áreas afetadas, podendo ser necessário retirar os nervos.
Em outros casos, a ereção pode ficar afetada apenas devido à inflamação dos tecidos em volta da próstata, que pressionam os nervos. Geralmente, estes casos melhoram ao longo dos meses ou anos à medida que os tecidos vão se recuperando.
Para ajudar nos primeiros meses, o urologista pode recomendar alguns remédios, como sildenafila, tadalafila ou iodenafila, que ajudam a ter uma ereção satisfatória. Saiba mais sobre como tratar a disfunção erétil.
3. Infertilidade
A cirurgia para o câncer de próstata corta a ligação entre os testículos, onde os espermatozoides são produzidos, e a uretra. Por isso o homem não poderá mais gerar um filho por meios naturais. Os testículos ainda produzirão esperma, mas não será ejaculado.
Como a maioria dos homens afetados pelo câncer de próstata são idosos, a infertilidade não é uma grande preocupação, mas caso seja um homem jovem ou que deseje ter filhos, recomenda-se conversar com o urologista e avaliar a possibilidade de conservar espermatozoides em clínicas especializadas.
4 Exames que detectam o CÂNCER DE PRÓSTATA
04:40 | 134.837 visualizaçõesExames e consultas depois da cirurgia
Após finalizar o tratamento do câncer de próstata é preciso realizar o exame PSA de forma seriada, durante 5 anos. Cintilografia óssea e outros exames de imagem também podem ser realizados anualmente para garantir que está tudo bem ou diagnosticar qualquer alteração o mais cedo possível.
O sistema emocional e a sexualidade podem ficar muito abalados, por isso pode ser indicado ser seguido por um psicólogo durante o tratamento e nos primeiros meses a seguir. O apoio da família e amigos próximos também é uma ajuda importante para prosseguir em tranquilidade.
O câncer pode voltar?
Sim, homens diagnosticados com câncer de próstata e tratados com o intuito curativo, podem apresentar recorrência da doença e precisar de uma tratamento complementar. Portanto, é fundamental o seguimento regular com o médico urologista, realizando os exames solicitados para controle maior da doença.
Além disso é aconselhado manter hábitos saudáveis e não fumar, além de realizar exames de diagnóstico periodicamente, sempre que solicitado pelo médico, porque quanto mais precoce é diagnosticado o câncer ou seu ressurgimento, maiores são suas chances de cura.