Coagulação intravascular disseminada (CIVD): sintomas, causas e tratamento

Atualizado em março 2024

Coagulação intravascular disseminada (CIVD) é a formação de vários pequenos coágulos sanguíneos dentro dos vasos de forma generalizada, afetando o fluxo sanguíneo por todo o corpo e resultando em sintomas, como sangramentos na gengiva, vagina ou reto,  ou sangue na urina, por exemplo.

A CIVD é considerada uma complicação relacionada a condições de saúde como sepse, doenças do fígado, pancreatite, leucemia, aneurisma da aorta, síndrome de HELLP, rejeição de transplante ou reações a transfusão sanguínea.

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A coagulação intravascular disseminada é uma emergência médica devendo o tratamento ser feito o mais rápido possível. Por isso, no caso de suspeita de CIVD, deve-se procurar o hospital ou o pronto-socorro mais próximo imediatamente.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de CIVD

Os principais sintomas de coagulação intravascular disseminada são:

  • Sangramentos na gengiva, nariz, boca, vagina ou reto;
  • Sangramento em locais de trauma, cirurgia ou pelo cateter urinário;
  • Sangue na urina ou nas fezes;
  • Diminuição ou ausência da produção de urina;
  • Falta de ar ou tosse com sangue;
  • Manchas rochas, azuis ou vermelhas pelo corpo ou hematomas;
  • Pele e olhos amarelados.

Além disso, podem surgir confusão mental, alterações no comportamento, perda da memória, dor no peito ou febre, por exemplo.

Os sintomas da CIVD surgem porque com a formação de vários pequenos coágulos sanguíneos, as reservas de plaquetas e fatores de coagulação se esgotam, provocando hemorragias que podem ser graves e incontroláveis em várias partes do corpo.

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Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da coagulação intravascular disseminada é feito pelo clínico geral ou médico emergencista no hospital, através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exame físico.

Além disso, o médico deve solicitar exames de sangue que permitem avaliar a coagulação sanguínea, como hemograma completo, tempo de protrombina (TP), tempo de tromboplastina parcial (TTP), teste de fibrinogênio e dímero-D. Veja todos os exames que avaliam a coagulação sanguínea.

Possíveis causas

As principais causas da coagulação intravascular disseminada são:

  • Sepse;
  • Doenças do fígado, como cirrose ou insuficiência hepática aguda;
  • Pancreatite;
  • Câncer, como leucemias ou tumores sólidos;
  • Aneurisma da aorta;
  • Rejeição de transplante ou reações a transfusão sanguínea;
  • Cirurgia ou anestesia recentes;
  • Traumas, como queimaduras graves, ferimentos na cabeça ou picada de cobra.

Além disso, a CIVD pode surgir como complicações obstétricas devido a descolamento prematuro de placenta, embolia por líquido amniótico, pré-eclâmpsia, eclâmpsia, síndrome de HELLP, aborto séptico, feto morto retido, infecção intrauterina ou hemorragia aguda pós-parto, por exemplo.

Essas condições podem estimular a liberação do fator tecidual que ativa a cascata de coagulação sanguínea, levando à formação de pequenos coágulos no sangue em várias partes do corpo.

Á medida que os coágulos são formados, as reservas de plaquetas e fatores de coagulação se esgotam, resultando em sangramentos e hemorragias e surgimento dos sintomas.

Como é feito o tratamento

O tratamento da coagulação intravascular disseminada deve ser feito no hospital pelo clínico geral ou médico emergencista, com o objetivo de tratar a condição que causou a CIVD, conter os sangramentos e hemorragias e evitar complicações.

Os principais tratamentos para a CIVD são:

1. Uso de remédios

Os remédios que podem ser indicados para a coagulação intravascular disseminada são os anticoagulantes, como a heparina, para impedir a formação de coágulos sanguíneos, nos casos da pessoa apresentar grande quantidade de coágulos. Entenda para que serve a heparina e como usar.

Além disso, a heparina ou a heparina de baixo peso molecular podem ser indicadas para prevenir a formação de coágulos sanguíneos em pessoas que não apresentam sangramento ativo.

Outros remédios que podem ser indicados pelo médico são antibióticos para tratamento da sepse.

Leia também: Anticoagulantes: o que são, para que servem e principais tipos tuasaude.com/anticoagulantes

2. Transfusão sanguínea

A transfusão sanguínea pode ser feita com a transfusão de plaquetas ou plasma nos casos de sangramentos ou hemorragias ativos ou para pessoas em alto risco de sangramentos. Saiba como é feita a transfusão sanguínea.

Esse tipo de tratamento também pode ser indicado nos casos em de pessoas que necessitam de algum procedimento invasivo, como cirurgias, de forma a evitar sangramentos excessivos ou hemorragias.

3. Cirurgia

Em alguns casos, como traumas que possam ter causado a coagulação intravascular disseminada, o médico pode indicar a cirurgia.

Além disso, o obstetra pode considerar a realização do parto cesáreo nos casos de descolamento prematuro da placenta. Entenda o que é o descolamento prematuro da placenta e tratamento.

Possíveis complicações

As principais complicações da coagulação intravascular disseminada são:

  • Infarto;
  • AVC;
  • Tromboembolismo venoso;
  • Síndrome do desconforto respiratório agudo;
  • Necrose ou gangrena das pernas, braços ou órgãos vitais;
  • Choque hipovolêmico.

Essas complicações podem surgir devido a produção excessiva de coágulos sanguíneos que bloqueiam o fluxo de sangue para os tecidos ou órgãos ou devido aos sangramentos e hemorragias.

Por isso, deve-se ir ao hospital imediatamente se surgirem sintomas de CIVD para iniciar o tratamento mais adequado e evitar complicações que podem colocar a vida em risco.