Colagenose é um grupo de doenças autoimunes e inflamatórias que prejudicam o tecido conjuntivo, como a artrite reumatoide, lúpus ou espondilite anquilosante, causando sintomas como dor ou deformidade nas articulações, cansaço excessivo ou manchas na pele, por exemplo
As colagenoses, também conhecida como doenças do colágeno ou doenças do tecido conjuntivo, podem afetar os tendões, cartilagens, ligamentos, pele, vasos sanguíneos, ossos ou córnea, por exemplo, uma vez que o colágeno está presente em vários órgãos, dando sustentação e elasticidade aos tecidos.
O tratamento das colagenoses é feito pelo reumatologista e varia com o tipo de condição a ser tratada, podendo ser indicado o uso de remédios para aliviar os sintomas ou para reduzir a ação do sistema imunológico, evitando a evolução da doença.
8 tipos de colagenoses
Os principais tipos de colagenose são:
1. Lúpus eritematoso sistêmico
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) pode causar inflamação em várias partes do corpo, especialmente articulações, pele, olhos, rins, cérebro, coração e pulmões.
Essa colagenose é mais comum em mulheres jovens, apesar de poder surgir em qualquer pessoa e sua causa ainda não é completamente conhecida.
Os sintomas de LES costumam se desenvolver de forma lenta e contínua, podendo ser leves a graves, o que varia de pessoa para pessoa.
Principais sintomas: o lúpus pode causar uma grande variedade de manifestações clínicas, desde localizadas até disseminadas pelo corpo, que incluem manchas na pele, úlceras orais, artrite, alterações renais, distúrbios do sangue, inflamações nos pulmões e coração. Saiba mais sobre o que é e como identificar o lúpus.
2. Esclerodermia
A esclerodermia é uma colagenose que causa acúmulo de fibras de colágeno no corpo, afetando principalmente a pele e as articulações.
No entanto, também pode atingir os vasos sanguíneos e outros órgãos internos, como pulmões, coração, rins e trato gastrointestinal.
Principais sintomas: a esclerodermia pode causar espessamento da pele, que fica mais rígida, brilhante e com dificuldades circulatórias, que piora de forma lenta e contínua.
Quando atinge órgãos internos, no seu tipo difuso, pode provocar dificuldades respiratórias, alterações digestivas, além de comprometimento das funções do coração e rins, por exemplo. Entenda melhor os sintomas dos principais tipos de esclerodermia e como tratar.
3. Síndrome de Sjögren
A síndrome de Sjögren é uma colagenose caracterizada pela infiltração de células de defesa em glândulas do corpo, dificultando a produção de secreção pelas glândulas lacrimais e salivares.
Essa colagenose é mais comum em mulheres de meia-idade, mas pode surgir em qualquer pessoa, podendo aparecer de forma isolada ou acompanhada de doenças como artrite reumatoide, lúpus, esclerodermia, vasculite ou hepatite, por exemplo.
Principais sintomas: boca e olhos secos são os principais sintomas, que podem piorar de forma lenta e progressiva, e provocar vermelhidão, queimação e sensação de areia nos olhos ou dificuldade para engolir, falar, aumento de cáries dentárias e sensação de queimação na boca.
Leia também: Boca seca (xerostomia): 7 causas e o que fazer tuasaude.com/boca-secaSintomas em outros locais do corpo são mais raros, mas podem incluir cansaço, febre e dores articulares e musculares, por exemplo. Saiba como identificar os sintomas da síndrome de Sjögren.
4. Dermatomiosite
A dermatomiosite é um tipo de colagenose em que células de defesa do próprio corpo atacam os músculos e provocam inflamação da pele.
A sua causa é desconhecida, podendo surgir em pessoas de todas as idades.
Principais sintomas: é comum haver fraqueza muscular, mais comum no tronco, dificultando movimentos dos braços e da bacia, mas também pode afetar qualquer músculo e causar dificuldades para deglutir, movimentar o pescoço, andar ou respirar, por exemplo.
As lesões na pele incluem manchas avermelhadas ou arroxeadas e descamações que podem piorar com o sol. Saiba mais detalhes sobre como identificar e tratar a dermatomiosite.
5. Polimiosite
A polimiosite é uma colagenose que afeta apenas os músculos, provocando sua inflamação, sendo mais comum nos músculos do pescoço, quadril, costas, coxas e ombros.
No entanto, também pode afetar o esôfago ou pulmões.
Principais sintomas: a polimiosite pode causar dor nas articulações, fraqueza e dificuldade de realizar movimentos. Além disso, pode causar atrofia muscular, quando não tratada adequadamente. Veja todos os sintomas da polimiosite.
6. Espondilite anquilosante
A espondilite anquilosante é uma colagenose que afeta a coluna vertebral e as grandes articulações do corpo, como quadril, ombros ou joelhos, causando sua inflamação.
Principais sintomas: dificuldade de movimentação da coluna e dor, que pode piorar quando a pessoa está em repouso e melhora ao se movimentar, dificuldade para respirar profundamente ou sensação de dormência e/ou formigamento nos braços ou nas pernas, por exemplo.
7. Artrite reumatoide
A artrite reumatoide é um tipo de colagenose que causa inflamação nas articulações, principalmente das mãos, pés, pulsos e joelhos, mas também pode afetar qualquer outra articulação do corpo.
Além disso, em alguns casos, a artrite reumatoide pode também afetar a pele, olhos, pulmões, coração e vasos sanguíneos.
Principais sintomas: dor intensa, vermelhidão e inchaço na articulação, rigidez ou caroços na articulação, fraqueza ou cansaço excessivo, por exemplo. Veja todos os sintomas da artrite reumatoide.
8. Vasculite
A vasculite é uma colagenose que afeta os vasos sanguíneos, provocando sua inflamação, podendo afetar qualquer vaso sanguíneo do corpo presente na pele, pulmões, articulações, intestinos ou olhos, por exemplo.
Principais sintomas: os sintomas variam com a região do corpo afetada, podendo surgir manchas arroxeadas na pele, dor abdominal, falta de ar, dor, inchaço, calor e vermelhidão nas articulações ou dificuldade na visão, por exemplo.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da colagenose é feito pelo reumatologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exame físico.
Marque uma consulta com o reumatologista na região mais próxima de você:
Para identificar o tipo de colagenose, o médico pode solicitar exames de anticorpos presentes nestas doenças, como FAN, Mi-2, SRP, Jo-1, Ro/SS-A ou La/SS-B, por exemplo.
Além disso, também pode ser necessária a realização de biópsias ou análises dos tecidos com inflamação.
Como tratar a colagenose
O tratamento da colagenose deve ser feito com orientação do reumatologista com o objetivo evitar a progressão da doença e aliviar os sintomas, e varia de acordo com tipo de doença.
Os principais tratamentos para colagenoses são:
- Anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno, piroxicam, meloxicam, naproxeno ou celecoxibe;
- Corticoides, como a prednisona ou prednisolona;
- Imunossupressores, como metotrexato, azatioprina, ciclofosfamida ou micofenolato;
- Terapia biológica, como o rituximabe, adalimumabe, certolizumabe e golimumabe;
- Imunoglobulina, aplicada por via intravenosa;
- Fisioterapia ou cirurgia.
Além disso, algumas medidas como proteção solar para evitar as lesões de pele, e colírios ou salivas artificiais para diminuir o ressecamento dos olhos e boca, podem ser alternativas para diminuir os sintomas.
Colagenose tem cura?
A colagenose não tem cura, entretanto, é possível aliviar os sintomas e evitar a evolução da doença com o tratamento indicado pelo reumatologista e, assim, melhorar a qualidade de vida.
Porque acontece
As colagenoses acontecem quando o sistema imunológico passa a produzir anticorpos e atacar os tecidos conjuntivo como se fossem estranhos ao corpo, causando sua inflamação.
Ainda não se sabe a causa exata do porquê isso acontece, mas parece que fatores genéticos e ambientais, podem aumentar o risco do desenvolvimento das colagenoses.