Biópsia de próstata: quando fazer, preparo, resultados e complicações

Biópsia de próstata é o exame mais indicado para confirmar, ou descartar, a presença de câncer na próstata. Para fazer este exame é preciso remover pequenos pedaços da glândula que, depois, são analisados em laboratório.

Foto doutora realizando uma consulta
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Geralmente, a biópsia é aconselhada pelo urologista quando existe suspeita de câncer, especialmente quando o valor de PSA está elevado, quando são encontradas alterações na próstata durante o toque retal, ou quando é realizado uma ressonância da próstata com achados suspeitos. Confira os 6 exames que avaliam a saúde da próstata.

A biópsia de próstata não dói, mas pode ser desconfortável e, por esse motivo, normalmente é feita sob anestesia local ou leve sedação. Após o exame, também é possível que o homem sinta alguma queimação na região, mas que passa em poucas horas.

Imagem ilustrativa número 2

Quando é indicada

A biópsia de próstata é indicada nos seguintes casos:

  • Detecção de nódulos na próstata durante o exame de toque retal;
  • PSA acima de 4,0 ng/mL;
  • PSA acima de 2,5 ng/mL antes do 55 anos;
  • Densidade de PSA acima de 0,15 ng/mL;
  • Velocidade de aumento do PSA acima de 0,75 ng/mL/ano.

Na maior parte dos casos, o câncer de próstata, quando presente, é identificado logo após a primeira biópsia.

Esse exame é feito pelo urologista, sendo indicado como rastreamento do câncer em todas as pessoas que têm próstata.

Assista o vídeo seguinte e conheça outros exames que o médico pode realizar para identificar o câncer de próstata:

4 Exames que detectam o CÂNCER DE PRÓSTATA

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Como se preparar para a biópsia

O preparo para biópsia é importante para evitar complicações e, geralmente, inclui:

  • Tomar o antibiótico receitado pelo médico, durante cerca de 3 dias antes do exame;
  • Fazer jejum completo de 6 horas antes do exame;
  • Fazer uma limpeza do intestino antes do exame;
  • Urinar alguns minutos antes do procedimento;
  • Trazer um acompanhante para ajudar no retorno a casa.

Após a biópsia de próstata, o homem também deve tomar os antibióticos prescritos, fazer uma dieta leve nas primeiras horas, evitar esforço físico nos primeiros 2 dias e manter abstinência sexual por 3 semanas.

Como é feita a biópsia da próstata

A biópsia da próstata é feita pelo urologista, com o homem deitado do lado esquerdo, com as pernas dobradas, sob sedação, usando técnicas diferentes para coletar o tecido da próstata.

Uma das técnicas utilizadas é a biópsia transretal, feita primeira mente com uma breve avaliação da próstata realizando o toque retal, e depois é feita a introdução de um aparelho de ultrassom no ânus, que guia uma agulha até um local perto da próstata.

Essa agulha faz pequenas perfurações no intestino para chegar até à próstata e recolhe vários pedaços de tecido da glândula, e das regiões ao seu redor, que serão analisados em laboratório, em busca de células que possam indicar a presença de câncer.

Outra técnica que pode ser utilizada é a biópsia transperineal, que é feita inserindo a agulha no períneo, que é a área entre o ânus e o escroto, através de um pequeno corte na pele. Geralmente esse tipo de biópsia é feita com o auxílio de uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética para guiar a colocação da agulha até a próstata.

Como entender o resultado da biópsia

Os resultados da biópsia de próstata normalmente estão prontos em até 14 dias e podem ser:

  • Positivo: indica a presença de câncer se desenvolvendo na glândula;
  • Negativo: as células recolhidas não apresentavam alteração;
  • Suspeito: foi identificada uma alteração que pode, ou não ser câncer.

Quando o resultado da biópsia de próstata é negativo ou suspeito o médico pode pedir a repetição do exame para certificar os resultados, principalmente quando suspeita que o resultado não está correto devido aos outros exames realizados.

Já se o resultado for positivo, é importante fazer o estadiamento do câncer, que irá ajudar a adequar o tratamento. Veja os principais estádios do câncer de próstata e como é feito o tratamento.

Quando repetir o exame

O exame pode ser repetido quando ainda existe dúvida no diagnóstico nos casos de PSA persistentemente elevado e com velocidade superior a 0,75 ng/mL/ano, neoplasia intra epitelial prostática (NIP) de alto grau ou proliferação atípica de pequenos ácinos (ASAP).

A segunda biópsia deve ser feita apenas depois de 6 semanas da primeira. Caso sejam necessárias uma 3ª ou 4ª biópsia é aconselhado esperar, pelo menos, 8 semanas.

Possíveis complicações

Uma vez que é necessário perfurar o intestino e retirar pequenos pedaços da próstata, existe risco de algumas complicações como:

1. Dor ou desconforto

Após a biópsia, alguns homens podem apresentar uma ligeira dor ou desconforto na região do ânus, devido à cicatrização do intestino e da próstata. Caso isso aconteça, o médico pode aconselhar o uso de alguns analgésicos leves, como o Paracetamol, por exemplo. Normalmente, o desconforto desaparece em até 1 semana após o exame.

2. Sangramento

A presença de um pequeno sangramento na cueca ou no papel higiênico é completamente normal durante as primeiras 2 semanas, mesmo no sêmen. No entanto, caso a quantidade de sangue seja muito elevada ou desapareça após 2 semanas, é aconselhado ir ao médico para identificar se existe alguma hemorragia.

3. Infecção

Uma vez que a biópsia causa uma ferida no intestino e na próstata, existe um risco aumentado de infecção, especialmente devido à presença de vários tipos de bactérias no intestino. Por esse motivo, após a biópsia normalmente o médico indica o uso de um antibiótico.

Porém, existem casos em que o antibiótico não é suficiente para impedir a infecção e, por isso, caso se tenha sintomas como febre acima de 37,8ºC, dor intensa ou urina com cheiro forte, é aconselhado ir no hospital para identificar se existe alguma infecção e iniciar o tratamento adequado.

4. Retenção urinária

Embora seja mais raro, alguns homens podem ficar com retenção urinária depois da biópsia devido à inflamação da próstata, causada pela remoção de pedaços de tecido. Nesses casos, a próstata acaba comprimindo a uretra, dificultando a passagem da urina.

Caso isso aconteça, deve-se ir ao hospital para retirar o acúmulo de urina da bexiga, o que normalmente é feito com a colocação de uma sonda vesical. Entenda melhor o que é uma sonda vesical.

5. Disfunção erétil

Esta é a complicação mais rara da biópsia mas que, quando surge, geralmente desaparece em até 2 meses após o exame. Na maioria dos casos, a biópsia não interfere com a capacidade para ter contato íntimo.

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