O que é:
O craniofaringioma é um tipo de tumor raro, mas é benigno. Esse tumor atinge a região da sela túrcica, no sistema nervoso central (SNC), afetando uma glândula no cérebro chamada de hipófise, que libera hormônios para a realização de várias funções do corpo, e à medida que o tumor cresce pode atingir outras partes do cérebro e prejudicar o funcionamento do organismo.
Existem dois tipos de craniofaringioma, o adamantinomatoso, que é o mais comum e afeta mais crianças do que adultos, e o tipo papilar que é mais raro e mais frequente em adultos. Ambos têm origem em um defeito na formação de células do cérebro, e os sintomas são parecidos, podendo surgir dor de cabeça, perda total ou parcial da visão, problemas de crescimento nas crianças e desregulação de hormônios nos adultos.
O tratamento para este tipo de tumor pode ser feito através de cirurgia, radioterapia, braquiterapia e uso de medicamentos. O craniofaringioma tem difícil ressecção, mas com o tratamento adequado, é possível viver com mais qualidade de vida e com poucas sequelas neurológicas, visuais e endócrinas.
Principais sintomas
Embora em alguns casos os sintomas possam surgir de repente, geralmente, os sintomas surgem aos poucos. Alguns deles são:
- Dificuldade para enxergar;
- Fortes dores de cabeça;
- Sensação de pressão na cabeça;
- Perda de memória e dificuldade de aprendizagem;
- Dificuldade para dormir;
- Ganho de peso muito rápido;
- Diabetes.
Além disso, o craniofaringioma altera os níveis de hormônios podendo causar períodos menstruais irregulares e dificuldade em manter ou obter uma ereção e, em crianças, pode provocar retardo no crescimento.
Como o craniofaringioma é um tipo de tumor raro e causa sintomas semelhantes a outras doenças, muitas vezes, é difícil de diagnosticar, sendo descoberto um tempo depois do aparecimento dos sintomas. Por isso, assim que surgirem os sintomas, é importante procurar um neurologista, pois o diagnóstico precoce ajuda na realização de um tratamento menos agressivo e na redução das complicações.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico de um craniofaringioma consiste inicialmente na avaliação dos sintomas e realização de exames para testar a visão, audição, equilíbrio, coordenação dos movimentos do corpo, reflexos, crescimento e desenvolvimento.
Além disso, o médico pode indicar a realização de exames de sangue para analisar os níveis de hormônios, como hormônio do crescimento (GH) e hormônio luteinizante (LH), pois as alterações nestes hormônios podem estar relacionadas com o craniofaringioma. Saiba mais sobre a função do hormônio luteinizante e valores de referência no exame.
Para avaliar a localização exata e o tamanho do tumor são indicados também exames de imagem como ressonância magnética e tomografia computadorizada. Embora seja raro, em alguns casos, o médico pode recomendar a realização de uma biópsia para excluir a possibilidade de ser câncer.
Como é feito o tratamento
De acordo com tamanho e localização do craniofaringioma, o neurologista e o neurocirurgião indicarão o tipo de tratamento, que pode consistir em:
- Cirurgia: é realizada para retirada do tumor, podendo ser feita através de um corte no crânio ou por um cateter com vídeo, que é introduzido no nariz. Em alguns casos, o tumor é retirado parcialmente por estar próximo a determinadas regiões do cérebro;
- Radioterapia: quando o tumor não é retirado totalmente, é indicada a radioterapia, que é realizada em uma máquina que libera um tipo de energia diretamente no tumor e assim ajuda a matar as células doentes;
- Braquiterapia: é semelhante à radioterapia, mas neste caso, o médico coloca um material radioativo dentro do tumor para matar as células doentes;
- Quimioterapia: consiste na administração de medicamentos que destroem as células do craniofaringioma;
- Medicamentos para reposição hormonal: é um tratamento que serve para regular os níveis de hormônios do corpo;
- Terapia alvo: consiste na administração de medicamentos que atingem as células com alterações genéticas, características de alguns tipos de craniofaringioma.
Além disso, existem pesquisas em andamento, onde são estudados novos tratamentos e medicamentos para craniofaringioma e alguns hospitais e clínicas admitem pessoas para experimentar esses tratamentos.
O tratamento com medicamentos para reposição hormonal deve ser realizado durante toda a vida e, além disso, o acompanhamento pelo médico endocrinologista regularmente é também muito importante. Em alguns casos, pode ser necessário fazer outra cirurgia, pois o tumor poderá crescer novamente.
Possíveis complicações
O craniofaringioma, mesmo depois de tratado, pode provocar alterações no corpo, porque na maior parte dos casos, os níveis de hormônios continuam alterados, por isso é muito importante manter o tratamento recomendado pelo médico. E ainda, quando atinge uma parte do cérebro chamada hipotálamo, pode provocar obesidade grave, atraso no desenvolvimento, mudanças de comportamento, desequilíbrios na temperatura do corpo, sede em excesso, insônia e aumento da pressão arterial.
Além disso, em casos mais graves, quando o craniofaringioma aumenta de tamanho, pode causar cegueira ou obstruir partes do crânio, levando ao acúmulo de líquido e causando hidrocefalia. Confira mais sobre a hidrocefalia.
Craniofaringioma tem cura?
O craniofaringioma não tem cura e por isso é necessário seguir com o uso dos medicamentos durante toda a vida, devido as complicações hormonais, e fazer exames de imagem e de sangue periodicamente conforme recomendação do médico, pois o tumor pode recidivar. Apesar disso, os tratamentos estão cada vez mais avançados, permitindo viver mais e com maior qualidade de vida.