Criogenia humana: o que é, para que serve, como funciona e obstáculos

Criogenia humana é o congelamento do corpo após a morte à temperatura de -196ºC, fazendo com que o processo de deterioração das células seja interrompido, preservando o corpo e o cérebro durante vários anos, para que, no futuro, possa ser possível restaurar a vida e a saúde.

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A criogenia tem sido utilizada especialmente em pacientes em fase terminal de doenças graves, como câncer, na esperança de que sejam reanimados quando a cura da sua doença for descoberta, por exemplo. Porém, esta técnica pode ser feita por qualquer pessoa, após a morte.

A criogenia de humanos, também chamada de criônica ou congelamento criogênico, ainda não pode ser feita no Brasil, no entanto, já existem empresas nos Estados Unidos que estão praticando o processo para pessoas de todos os países.

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Para que serve

A criogenia humana serve para manter o corpo e principalmente o cérebro preservados e em prefeitas condições, em baixas temperaturas de forma a evitar sua deterioração.

Esse tipo de tecnologia tem objetivo de reviver o corpo com a função cerebral intacta, para restaurar a vida e a saúde no futuro, quando a medicina tiver desenvolvido a cura para doenças que causaram a morte da pessoa.

Quando é indicada

A criogenia humana pode ser indicada nos casos de doenças graves em que ainda não existe um tratamento médico capaz de curar essas doenças, como câncer, por exemplo.

No entanto, não é indicada nos casos de morte cerebral, pois o objetivo é restaurar a vida, com a função do cérebro intacta.

Como funciona

A criogenia humana funciona reduzindo a temperatura do corpo e promovendo um processo de vitrificação, no qual os fluídos corporais são mantidos num estado nem sólido, nem líquido, semelhante ao do vidro.

Essa vitrificação é importante, pois o congelamento simples poderia provocar formação de cristais de gelo dentro das células, impedindo sua restauração no futuro.

Assim, a criopreservação retarda o metabolismo e interrompe as mudanças químicas no corpo que ocorrem após a morte.

A criogenia humana parte do princípio de que estar legalmente morto, não significa que se está irreversivelmente morto.

Como é feita a criogenia

Embora seja referido popularmente como um processo de congelamento, a criogenia é na verdade um processo de vitrificação.

Para conseguir esse estado, é preciso seguir um passo a passo que inclui:

  1. Esfriar o corpo, após declarada a morte clínica, com gelo e outras substâncias frias. Este processo deve ser feito por uma equipe especializada e o mais rápido possível, para manter os tecidos saudáveis, especialmente o cérebro;
  2. Injetar anticoagulantes no corpo para impedir que o sangue coagule;
  3. Transportar o corpo para o laboratório de criogenia onde será guardado. Durante o transporte a equipe faz compressões torácicas ou utiliza uma máquina especial para substituir o batimento do coração e manter o sangue circulando, permitindo levar o oxigênio para todo o corpo;
  4. Substituir todo o sangue por uma substância crioprotetora, para impedir a formação de cristais de gelo nas células e órgãos, que podem danificar os tecidos, como aconteceria se fosse sangue;
  5. Colocar o corpo de cabeça para baixo dentro de um tanque metálico hermeticamente fechado, e contendo nitrogênio líquido, onde a temperatura será reduzida lentamente até atingir os -196ºC. 

De forma a obter-se os melhores resultados, um membro da equipe do laboratório deve estar presente durante a fase final da vida, para iniciar o processo de criopreservação logo após a morte.

Já pessoas que não possuem uma doença grave, mas que queiram submeter-se à criogenia, devem utilizar uma pulseira com informações para chamar alguém da equipe do laboratório o mais rápido possível, idealmente nos primeiros 15 minutos.

Obstáculos para a criogenia humana

O maior obstáculo da criogenia é o processo de reanimação do corpo, uma vez que atualmente ainda não é possível reviver ou ressuscitar a pessoa, tendo sido possível apenas reanimar órgãos de animais.

No entanto, é esperado que com o avanço da ciência e da medicina consiga-se desenvolver tecnologias para reavivar todo o corpo com a função cerebral intacta, porém ainda não é possível garantir que isso ocorra.

Além disso, existem ainda obstáculos éticos e legais quanto a criopreservação humana, e por isso, esse tipo de procedimento ainda não é realizado no Brasil.

Atualmente, a criogenia em humanos só é feita nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, como Alemanha e Rússia, pois é onde se encontram as únicas empresas no mundo com capacidade para preservar os corpos.

Existe ainda um processo de criogenia, no qual apenas a cabeça é preservada para manter o cérebro saudável e pronto para ser colocado em outro corpo, como um clone no futuro, por exemplo.