O que é:
O transtorno de despersonalização é uma alteração da percepção sobre o próprio corpo e/ou de si que pode causar sensação de que está vendo seu corpo do exterior, dificuldade para perceber o que está sentindo e sentimento de irrealidade.
A despersonalização é um dos sintomas da dissociação, que é um tipo de desconexão temporária da realidade, e embora nem sempre seja considerada um problema grave, pode ser indicativa de ansiedade, depressão e transtorno de despersonalização/desrealização. Entenda melhor o que é dissociação.
Em caso de suspeita de despersonalização, é importante consultar um psiquiatra, especialmente se os sintomas forem prolongados, frequentes e/ou desconfortáveis. O tratamento depende da sua causa e pode envolver medidas para aliviar o estresse e psicoterapia, por exemplo.
Principais sintomas
Os principais sintomas de despersonalização são:
- Sensação de está fora de si, vendo o próprio corpo do exterior, como em um filme, embora possa ter controle de suas ações;
- Sentir-se desconectado dos seus sentimentos e emoções, podendo não conseguir perceber o que está sentindo;
- Estranhar os próprios pensamentos, sentindo como se os pensamentos não lhe pertencessem ou que a cabeça está vazia;
- Sentir que está flutuando para longe;
- Olhar no espelho e não se reconhecer, sentindo-se como ser não tivesse identidade ou não fosse ninguém;
- Sentimento de irrealidade, podendo perceber o tempo de forma mais rápida ou lenta e ficar em dúvida se algumas coisas realmente aconteceram, por exemplo.
Devido às características dos sintomas da despersonalização, pode ser difícil para a pessoa descrever o que está sentindo. Além disso, especialmente quando os sintomas são frequentes, a pessoa pode acreditar que está enlouquecendo.
Algumas vezes, a despersonalização pode ser recorrente e, dependendo da gravidade, a duração dos episódios pode variar de poucas horas até meses ou anos nos casos mais graves.
Diferença entre despersonalização e desrealização
A despersonalização é uma alteração da percepção sobre o próprio corpo e/ou de si, enquanto a desrealização é uma alteração da percepção do ambiente, que pode parecer nebuloso, distorcido ou fazer parte de um sonho, por exemplo.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico de despersonalização é feito pelo psiquiatra baseado nas características dos sintomas que, especialmente quando frequentes, prolongados e/ou prejudicam a pessoa nas tarefas diárias, podem ser indicativos de problemas, como transtorno de despersonalização ou ansiedade.
Caso deseje marcar uma consulta, é possível encontrar o psiquiatra mais próximo de você utilizando a ferramenta abaixo:
Além disso, em alguns casos, o médico também pode indicar exames, como o eletroencefalograma e tomografia computadorizada, para descartar doenças como epilepsia e lesões cerebrais.
Possíveis causas
As principais causas de despersonalização são:
- Estresse frequente;
- Consumo de álcool em excesso;
- Uso de drogas ilícitas, como maconha, alucinógenos e ecstasy;
- Eventos traumáticos;
- Transtornos psiquiátricos, como transtorno de despersonalização ou ansiedade;
- Algumas práticas religiosas e/ou culturais.
Além disso, a despersonalização é mais comum em caso de histórico de abuso, maus tratos emocionais ou físicos, testemunho de violência doméstica e convívio com pais portadores de doenças mentais graves, por exemplo.
Como é feito o tratamento
O tratamento da despersonalização varia de acordo com a sua causa, podendo ser indicado diminuir o consumo de álcool, em caso de ingestão excessiva, e adotar medidas para aliviar o estresse, como descansar o suficiente e praticar exercícios físicos regularmente.
Quando causada pelo transtorno de despersonalização, o tratamento é feito com sessões de psicoterapia, como a terapia cognitivo-comportamental e/ou psicodinâmica, para entender melhor os sintomas e desenvolver estratégias para evitá-los. Conheça os tipos de psicoterapia e como é feita.
Além disso, em caso de outros transtornos psiquiátricos, como depressão ou ansiedade, o psiquiatra pode indicar medicamentos para ajudar a controlar os sintomas, como ansiolíticos ou antidepressivos, sendo importante seguir o tratamento de acordo com as orientações do médico.