O que é:
A cefaléia orgástica é a dor de cabeça que surge durante a relação sexual, antes ou durante o orgasmo, causada por contrações musculares excessivas dos músculos do pescoço ou por alterações no fluxo de sangue dos vasos sanguíneos do cérebro durante o contato íntimo.
Esse tipo de dor de cabeça, também conhecida como cefaléia orgásmica, é mais comum em homens, com idade próxima dos 30 anos, que já sofrem com enxaquecas, no entanto, também pode afetar as mulheres, provocando dor de cabeça súbita e intensa, podendo afetar os dois lados da cabeça e a nuca, e durar alguns minutos, horas ou até 3 dias.
O tratamento da cefaléia orgástica é feito pelo neurologista, especialmente quando surge de forma frequente, é muito forte ou não melhora. No caso da dor de cabeça ser acompanhada de outros sintomas, como fraqueza, dormência ou confusão mental, deve-se procurar o hospital imediatamente para que seja feito o tratamento o mais rápido possível, pois pode indicar condições graves, como AVC ou aneurisma cerebral, por exemplo.
Sintomas da cefaléia orgástica
Os principais sintomas da cefaléia orgástica são:
- Dor de cabeça intensa e latejante que surge durante o orgasmo, mas também pode surgir alguns instantes antes ou depois do orgasmo;
- Dor de cabeça repentina que afeta principalmente a parte de trás da cabeça e a nuca;
- Sensação de pressão ou peso na cabeça que piora com a excitação sexual;
- Dor de cabeça que surge em ambos os lados da cabeça.
A dor de cabeça que surge durante ou logo após o sexo ou masturbação geralmente passa em poucos minutos, mas pode demorar até 12 horas ou mesmo 3 dias.
É importante consultar o neurologista quando a dor de cabeça é muito intensa ou surge de forma frequente, não melhora com o uso de analgésicos, com uma boa noite de sono ou impede o sono, ou ainda causa crises de enxaqueca, que se manifesta com dor intensa localizada numa outra parte da cabeça que não seja a nuca.
Além disso, deve-se procurar o hospital ou o pronto-socorro imediatamente quando a dor de cabeça for acompanhada de outros sintomas como perda da força ou formigamento em uma lado do corpo, dificuldade para falar, visão embaçada, sonolência ou confusão mental, pois pode ser indicativo de um AVC ou aneurisma cerebral, que são situações graves que podem colocar a vida em risco.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da cefaléia orgástica é feito pelo neurologista através da avaliação dos sintomas e histórico de saúde.
No caso do médico suspeitar de alguma condição de saúde que esteja causando a dor de cabeça, podem ser solicitados exames como ressonância magnética, tomografia computadorizada ou angiografia cerebral.
Em casos mais graves ou quando não se encontra a causa por meio de exames de imagem, o médico pode fazer uma punção lombar, retirando uma amostra do líquido que envolve a medula espinhal e o cérebro, de forma a identificar se existe algum tipo de sangramento ou infecção no sistema nervoso central. Veja como é feita a punção lombar.
Tipos de cefaléia orgástica
A cefaléia orgástica pode ser classificada em dois tipos, de acordo com as características da dor e o momento em que ocorre, e inclui:
- Cefaléia pré-orgástica: caracteriza-se pela dor de cabeça repentina durante o contato íntimo, antes do orgasmo, e que piora com a excitação sexual;
- Cefaléia orgástica: ocorre instantes antes ou durante o orgasmo, caracterizada por ser um tipo de dor de cabeça forte e latejante.
O tipo de cefaléia orgástica é identificado pelo neurologista através da análise dos sintomas, da característica da dor e do relato da pessoa do momento em que a dor iniciou.
Possíveis causas
A causa exata da cefaléia orgástica ainda não é completamente esclarecida, no entanto acredita-se que pode ocorrer devido a contrações nos músculos do pescoço e da mandíbula ou, devido a condições de saúde que resultam em alterações no fluxo sanguíneo para o cérebro.
Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento da cefaléia orgástica, como:
- Histórico de enxaqueca, cefaléia tensional ou cefaléia por esforço;
- Malformações dos vasos sanguíneos do cérebro;
- Aneurisma cerebral;
- Rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro;
- AVC;
- Hemorragia subaracnóide;
- Síndrome de vasoconstrição cerebral reversível, que causa um estreitamento das artérias do cérebro;
- Tumor cerebral;
- Doença arterial coronariana;
- Uso de pílula anticoncepcional, no caso de mulheres;
- Efeito colateral de remédios para disfunção erétil em homens, como sildenafila, vardenafila ou tadalafila;
- Uso de remédios, como amiodarona ou pseudoefedrina.
Além disso, a cefaléia orgástica pode surgir devido a infecções ou inflamações nos sistema nervoso central, como meningite ou encefalite, por exemplo.
A cefaleia orgásmica é uma doença rara e até mesmo as pessoas afetadas que apresentam esse quadro, apenas tem 1 ou 2 vezes na vida. No entanto, há relatos de pessoas que apresentam esse tipo de dor de cabeça em praticamente todas as relações sexuais, e nesse caso deve-se buscar ajuda médica para iniciar o tratamento com uso de remédios.
Como é feito o tratamento
O tratamento da cefaléia orgástica nem sempre é necessário, pois na maioria dos casos, melhora alguns minutos a horas depois do orgasmo, com medidas simples como descansar e ter um sono mais profundo e restaurador, ou aplicar compressas frias na nuca para aliviar o desconforto da dor de cabeça.
Além disso, para prevenir a cefaléia, é recomendado evitar ter relações sexuais até que desapareça a dor, já que existe a possibilidade de voltar a surgir.
No entanto, dependendo da causa da cefaléia orgástica, o neurologista pode indicar o tratamento com o uso de remédios como propranolol, verapamil, naratriptano ou sumatriptano, por exemplo, como forma de prevenir novos episódios de dor de cabeça após o orgasmo ou tratar pressão alta, doenças coronarianas, enxaqueca ou cefaléia tensional. Veja como é feito o tratamento da enxaqueca.
Como prevenir a cefaleia orgástica
Algumas mudanças nos hábitos de vida podem ajudar a prevenir o surgimento da cefaléia orgástica, como:
- Fazer exercícios físicos regularmente, recomendados pelo médico;
- Evitar fumar;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Fazer uma alimentação saudável, comendo carnes magras, ovos, laticínios, legumes, verduras, grãos e cereais;
- Evitar o consumo de alimentos industrializados, processados, ricos em gordura, açúcar e aditivos alimentares.
Além disso, no caso do neurologista ter indicado o uso de remédios para prevenir a cefaléia orgástica, deve-se seguir o tratamento corretamente, tomando os remédios nos horários certos e nas doses recomendadas pelo médico.