Dor no fígado: 8 principais causas (e como tratar)

A dor no fígado é uma dor localizada na região superior direita do abdômen e pode ser sinal de doenças como infecções, obesidade, colesterol ou câncer ou pode acontecer devido à exposição a substâncias tóxicas como álcool, detergentes ou mesmo medicamentos.

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O tratamento depende da doença que a origina e dos sintomas associados, no entanto, pode também ser prevenida com a vacinação, alimentação correta, prática de exercício físico ou evitando comportamentos de risco como partilha de seringas ou prática de relações sexuais desprotegidas.

Por isso, em caso de for no fígado, é importante que o hepatologista ou clínico geral seja consultado para que seja indicada a realização de exames que ajudem a identificar a causa da dor e, assim, ser possível indicar o tratamento mais adequado, caso seja necessário. Conheça os exames que avaliam o fígado.

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Principais causas

As principais causas de dor no fígado são:

1. Infecção

O fígado pode ser infectado por vírus, bactérias, fungos ou parasitas, causando inflamação e alterações no seu funcionamento. Os tipos mais comuns de infecção no fígado são a hepatite A, B e C, transmitidas por vírus, que além de provocarem dor no fígado, podem causar sintomas como perda do apetite, enjoo e vômito, cansaço, dor nos músculos e articulações, dor de cabeça, sensibilidade à luz, fezes claras, urina escura, pele e olhos amarelados.

Como tratar: O tratamento deve ser indicado pelo hepatologista ou clínico geral e pode variar de acordo com o tipo de infecção, podendo ser indicado pelo médico o uso de medicamentos antivirais, antibióticos ou antiparasitários, além de ser recomendado que se tenha uma alimentação de fácil digestão e pobre em gorduras, pois assim é possível evitar que o fígado fique mais inflamado.

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2. Doenças autoimunes

Em pessoas com doenças autoimunes, o seu sistema imunológico ataca o próprio corpo, podendo também afetar o fígado. São exemplos dessas doenças, a hepatite autoimune, a cirrose biliar primária e colangite esclerosante primária.

A hepatite autoimune é uma doença rara, na qual o organismo ataca as células do próprio fígado fazendo com que fique inflamado e provocando sintomas como dor abdominal, pele amarelada ou enjoos. Já a cirrose biliar primária, consiste na destruição progressiva dos ductos biliares localizados no fígado, e a colangite esclerosante provoca o seu estreitamento causando fadiga e coceira, ou mesmo cirrose e insuficiência hepática.

Como tratar: A hepatite autoimune tem cura se for feito um transplante de fígado, nos casos mais graves. No entanto, a doença pode ser controlada com o uso de remédios corticoides, como a prednisona, ou imunossupressores, como a azatioprina. Além disso, deve-se fazer uma alimentação equilibrada, evitando a ingestão de álcool e alimentos com muita gordura.

Na cirrose biliar primária e na colangite esclerosante, o ácido ursodesoxicólico é o tratamento de escolha, e se for iniciado mal apareçam os primeiros sintomas, pode reduzir a velocidade de evolução da doença, evitando a ocorrência de cirrose. Numa fase terminal, o único tratamento que cura a doença é o transplante de fígado.

3. Doenças genéticas

A dor na região do fígado também pode ser provocada por doenças genéticas que levam ao acúmulo de substâncias tóxicas no fígado, como a hemocromatose hereditária, que provoca acúmulo de ferro em excesso no corpo, a oxalúria, que leva ao aumento de ácido oxálico no fígado ou a doença de Wilson, em que há acumulação de cobre.

Como tratar: A hemocromatose pode ser tratada evitando alimentos com grandes quantidades de ferro, como carnes vermelhas, espinafre ou feijão verde, por exemplo, sendo importante que a alimentação seja orientada por um nutricionista.

No caso da oxalúria, deve-se reduzir o consumo de oxalato presente em espinafres e nozes por exemplo e, em casos mais graves, pode ser necessário recorrer a diálise ou transplante do fígado e do rim. A doença de Wilson pode ser tratada reduzindo a ingestão de alimentos ricos em cobre, como mexilhões ou tomando substâncias que se ligam ao cobre, ajudando a eliminá-lo na urina como é os caso da penicilamina ou do acetato de zinco, por exemplo.

4. Álcool em excesso

O consumo excessivo e regular de bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de desenvolvimento de hepatite alcoólica, em que há fortes dores abdominais, náuseas, vômitos e perda de apetite, por exemplo, e se não for tratada, pode provocar graves lesões no fígado. 

Como tratar: O tratamento consiste na suspensão da ingestão de álcool e uso de remédios como o ácido ursodesoxicólico ou fosfatidilcolina, que reduzem a inflamação do fígado e aliviam os sintomas. Nos casos mais graves, pode ser necessário um transplante de fígado.

5. Abuso de medicamentos

A hepatite medicamentosa é causada pela exposição a substâncias tóxicas, uso excessivo de medicamentos ou mesmo devido a reações alérgicas a estes, que podem causar lesões nas células do fígado. 

Como tratar: O tratamento consiste na suspensão imediata do medicamento ou da substância tóxica que esteja na origem do problema e, em casos mais graves, pode ser necessário o uso de corticoides até à normalização do funcionamento do fígado.

6. Câncer

O câncer do fígado pode afetar os hepatócitos, ductos biliares e vasos sanguíneos e é geralmente muito agressivo, podendo provocar dor no abdômen, enjoo, perda do apetite e olhos amarelados, por exemplo. Veja mais sintomas de câncer no fígado.

Como tratar: Geralmente é necessário recorrer a cirurgia para a retirar a região do fígado afetada, podendo ser necessário fazer quimioterapia ou radioterapia antes de a realizar, de forma a diminuir o tamanho do câncer.

7. Síndrome de Reye

A síndrome de Reye é uma doença rara que acontece com maior frequência em crianças e que é caracterizada por dor no fígado devido a um rápido acúmulo de gordura nesse órgão, além de inflamação no cérebro. Dessa forma, a criança também pode ter dor de cabeça, vômitos, sonolência e irritabilidade, por exemplo. Saiba reconhecer os sintomas da síndrome de Reye.

As causas da síndrome de Reye não são completamente conhecidas, no entanto acredita-se que pode estar relacionada com alguns vírus, como o vírus da gripe e o da catapora, além de também poder estar ligada ao uso excessivo de medicamentos, como aspirina e paracetamol.

Como tratar: o tratamento da síndrome de Reye varia de acordo com a possível causa. Ou seja, se os sintomas estiverem sendo desencadeados pelo uso de medicamentos, pode ser recomendada a sua suspensão. Além disso, é recomendado que a pessoa vá ao hospital para que seja monitorada e sejam administrados eletrólitos e glicose, diretamente na veia, para manter o equilíbrio do organismo, e vitamina K para evitar hemorragias.

A síndrome de Reye deve ser diagnosticada e tratada o mais breve possível, para prevenir complicações.

8. Acúmulo de gordura

O acúmulo de gordura no fígado é comum em pessoas com obesidade, colesterol alto ou diabetes, podendo ser assintomático ou provocar sintomas como dor do lado direito do abdômen, barriga inchada, enjoo e vômitos.

Como tratar: O tratamento para a gordura no fígado consiste na prática regular de exercício físico e numa alimentação saudável à base de proteínas com pouca gordura, frutas e vegetais frescos. Havendo alteração nos níveis de colesterol no sangue, o médico pode indicar uso de medicações para controle. Assista o vídeo seguinte com dicas do que comer e do que evitar para tratar o fígado gordo:

7 melhores alimentos para limpar o FÍGADO GORDO

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Teste de sintomas de problema no fígado 

Assinale a seguir os sintomas que apresenta e saiba se pode ter algum problema no fígado ou que outras doenças podem estar relacionadas:

  1. 1. Sente dor ou desconforto na parte superior direita da barriga?
  2. 2. Tem sentido enjoo ou tonturas frequentes?
  3. 3. Sente dor de cabeça frequente?
  4. 4. Sente que fica cansado/a mais facilmente?
  5. 5. Tem várias manchas roxas na pele?
  6. 6. Seus olhos ou pele estão amarelados?
  7. 7. Sua urina está escura?
  8. 8. Tem sentido falta de de apetite?
  9. 9. Suas fezes estão amareladas, cinzentas ou esbranquiçadas?
  10. 10. Sente que sua barriga está inchada?
  11. 11. Sente coceira por todo o corpo?

O teste de sintomas é apenas uma ferramenta de orientação, não servindo como diagnóstico e nem substituindo a consulta com o hepatologista ou clínico geral.

Como prevenir a dor no fígado

A dor na região do fígado pode ser prevenida se forem adotados os seguintes cuidados:

  • Beber álcool com moderação;
  • Evitar comportamentos de risco como ter relações sexuais desprotegidas, usar de drogas, ou partilhar seringas, por exemplo;
  • Tomar as vacinas contra o vírus da hepatite A e B;
  • Usar medicamentos de forma moderada, evitando interações medicamentosas;
  • Usar máscara e proteger a pele durante a utilização de produtos tóxicos contidos em tintas e detergentes, por exemplo;

Além disso, também é muito importante praticar exercício físico com regularidade e fazer uma alimentação equilibrada, com alimentos que ajudem a desintoxicar o fígado, como o limão ou a alcachofra, por exemplo. Veja mais alimentos que desintoxicam o fígado.

Quando ir ao médico

Deve-se ir ao médico quando a dor abdominal se torna intensa e persistente ou quando é acompanhada por outros sintomas, como pele e olhos amarelados, inchaço nas pernas, coceira generalizada na pele, presença de urina escura e fezes claras ou com sangue, perda de peso, cansaço, enjoos, vômitos ou perda do apetite.

Durante a consulta, o médico vai realizar exame físico, de forma a entender onde dói e pode fazer várias perguntas sobre outros sintomas e hábitos alimentares, e pode solicitar alguns exames como ultrassom, ressonância magnética ou tomografia, exames de sangue ou biópsia ao fígado. Conheça mais sobre os exames para avaliar o fígado.

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