Eclâmpsia: o que é, sintomas, causas e tratamento

Eclâmpsia é uma complicação da hipertensão na gravidez e da pré-eclâmpsia, causando convulsões de início súbito e não relacionadas a problemas neurológicos.

Essa complicação pode surgir principalmente a partir da 20ª semana de gestação, sendo mais comum no último trimestre da gravidez, podendo também acontecer durante o parto ou até 6 semanas após o parto.

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O tratamento da eclâmpsia é feito no hospital pelo obstetra, devendo a grávida ir ao pronto-socorro rapidamente assim que surgem os sintomas, para evitar complicações que podem colocar a vida da mulher e do bebê em risco.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas de eclâmpsia

O principal sintoma de eclâmpsia é o surgimento de convulsões tônico-clônicas generalizadas, que apresenta as seguintes características:

  1. Rigidez muscular no corpo;
  2. Tremores;
  3. Movimentos bruscos no rosto, braços e pernas;
  4. Salivação excessiva;
  5. Emissão de sons, como gemido, choro, sons ofegantes ou gorgolejantes;
  6. Perda do controle da bexiga;
  7. Mordida na língua;
  8. Perda da consciência.

As convulsões da eclâmpsia não estão relacionadas a problemas neurológicos, e surgem em gestantes com pressão alta na gravidez ou pré-eclâmpsia. Veja como devem ser os primeiros socorros para convulsão.

No entanto, algumas gestantes podem desenvolver eclâmpsia sem que tenham aumento grave da pressão arterial.

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Essas convulsões podem surgir de forma repentina, sem nenhum outro sintoma, ou a gestante pode apresentar alterações visuais ou do estado mental minutos antes das convulsões.

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Sinais de alerta para eclâmpsia

Os principais sinais de alerta de eclâmpsia, antes do início das convulsões, são:

  • Visão embaçada ou dupla ou flashes de luz na visão;
  • Perda total ou parcial da visão em uma região do campo visual;
  • Dor de cabeça intensa e repentina;
  • Inchaço repentino nas mãos, pernas, tornozelos ou rosto;
  • Dor no lado direito do abdômen;
  • Dificuldade para respirar ou falta de ar;
  • Náuseas e vômitos;
  • Diminuição da quantidade de urina;
  • Tontura ou confusão mental.

Na presença desses sinais, a gestante deve ir imediatamente ao pronto-socorro para iniciar rapidamente o tratamento, pois a eclâmpsia pode colocar a vida da mulher e do bebê em risco.

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Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da eclâmpsia é feito pelo obstetra no hospital através da avaliação dos sintomas e histórico de pressão alta antes ou durante a gestação e de pré-eclâmpsia.

Além disso, o médico deve fazer várias medições da pressão arterial, monitorar o bebê e solicitar exames laboratoriais e de imagem, ao mesmo tempo que já inicia o tratamento da eclâmpsia.

A eclâmpsia é caracterizada por pressão arterial maior que 14x9 mmHg e presença de proteínas na urina.

Exames para eclâmpsia

Os principais exames para eclâmpsia que podem ser solicitados pelo obstetra são:

  • Hemograma completo com plaquetas;
  • Testes de função do fígado e dos rins;
  • Exames de urina para avaliar a presença de proteínas;
  • Exames toxicológicos;
  • Níveis de peptídeo natriurético cerebral no sangue.

Além disso, o médico pode solicitar raio X de tórax para avaliar os pulmões da gestante e ultrassom obstétrico para avaliar a saúde do bebê.

Caso seja necessário, o médico pode solicitar exames neurológicos, após o episódio de convulsão, para descartar outros problemas neurológicos.

Qual a diferença entre eclâmpsia e pré-eclâmpsia?

Tanto a eclâmpsia como a pré-eclâmpsia são distúrbios na gravidez relacionados com a pressão alta, acima de 140X90 mmHg e presença de proteínas na urina.

No entanto, a eclâmpsia é considerada uma evolução da pré-eclâmpsia, com o surgimento de convulsões generalizadas.

Possíveis causas

A causa exata da eclâmpsia ainda não é completamente conhecida, no entanto, parece estar relacionada a problemas no desenvolvimento dos vasos sanguíneos da placenta.

Isso resulta em um fluxo sanguíneo inadequado para a placenta, podendo provocar infarto placentário e liberação de substâncias tóxicas na corrente sanguínea, que podem chegar ao cérebro, causando convulsões.

Quem tem maior risco

Os principais fatores que podem aumentar o risco de eclâmpsia na gravidez, são:

  • Gravidez em idade superior a 35 anos ou inferior a 18;
  • Pressão alta crônica antes da gravidez;
  • Histórico pessoal de pressão alta na gravidez;
  • Histórico familiar de pré-eclâmpsia;
  • Gravidez de gêmeos;
  • Obesidade materna;
  • Diabetes, doença renal ou distúrbios autoimunes.

Além disso, a fertilização in vitro, a falta ou pré-natal inadequado, ou intervalo de 10 anos ou mais entre uma gestação e outra, também podem aumentar o risco de eclâmpsia.

Como é feito o tratamento

O tratamento da eclâmpsia deve ser feito com orientação do obstetra, no hospital, para prevenir complicações para a gestante e o bebê.

Os principais tratamentos para eclâmpsia são:

1. Aplicação de sulfato de magnésio

A aplicação de sulfato de magnésio para eclâmpsia é o tratamento inicial para prevenir outras crises convulsivas na gestante, não sendo um remédio para tratar as convulsões.

O sulfato de magnésio é aplicado pelo enfermeiro diretamente na veia, com doses orientadas pelo obstetra.

Caso seja difícil o acesso venoso na gestante, o sulfato de magnésio pode ser aplicado diretamente no músculo.

De forma geral, esse medicamento é continuado até 24 horas após a última convulsão.

2. Uso de remédios para eclâmpsia

O uso de remédios para eclâmpsia, como anticonvulsivantes ou anti-hipertensivos, podem ser indicados pelo obstetra para o tratamento de convulsões recorrentes e para baixar a pressão arterial.

Os principais remédios para eclâmpsia são:

  • Lorazepam ou diazepam;
  • Fenitoína;
  • Hidralazina, labetalol ou nifedipina.

Esses remédios são aplicados diretamente na veia pelo enfermeiro, sob supervisão médica.

Além disso, pode ser recomendada a aplicação de corticoides no músculo, antes do parto, em gestações com menos de 34 semanas, para amadurecer os pulmões do bebê.

3. Suporte ventilatório

Em todos os casos de pré-eclâmpsia, é feito o tratamento com suporte ventilatório através do uso máscara de oxigênio, para garantir o fornecimento de oxigênio adequado para a mulher e o bebê.

Além disso, a saturação de oxigênio deve ser monitorada constantemente pela equipe médica após a convulsão, além de ser feita a avaliação de complicações, como aspiração das secreções para os pulmões e edema pulmonar.

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4. Monitoramento da gestante e do bebê

Durante o tratamento da eclâmpsia, é feito o monitoramento da gestante, como sinais vitais, produção de urina e níveis de oxigênio por pelo menos 72 horas após a convulsão.

No caso do bebê, o monitoramento é feito através de exames de ultrassom obstétrico.

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5. Antecipação do parto

A eclâmpsia é uma indicação para a antecipação do parto, que pode ser feito através da indução do parto ou cesárea. Veja como é feita a indução do parto.

O tipo de parto deve ser indicado pelo obstetra de acordo como o estado de saúde da mulher, idade gestacional, posição do bebê e condições do colo do útero.

Quando do colo do útero é desfavorável ou nos casos de gravidez com menos de 30 semanas de gestação, existe um maior risco de falha na indução do parto. Nesses casos, o médico pode indicar a cesárea.

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Eclâmpsia tem cura?

A eclâmpsia tem cura, sendo que a única forma de alcançar a cura é através do parto antecipado.

Apesar da eclâmpsia normalmente melhorar após o parto, podem surgir complicações nos dias seguintes.

Por isso, a mulher deve ser monitorada rigorosamente e quando observada a persistência de sinais de eclâmpsia.

Desta forma, a hospitalização pode durar desde alguns dias até semanas, dependendo da gravidade do eclâmpsia e das possíveis complicações.

Eclâmpsia no pós parto

A eclâmpsia também pode surgir após o parto do bebê, geralmente até 48 horas após o parto, principalmente nas mulheres que tiveram pré-eclâmpsia na gestação.

Por isso, é importante manter a avaliação mesmo depois do parto, para que se possa identificar qualquer sinal de piora, só devendo receber alta hospitalar após a normalização da pressão e a melhora dos sintomas. 

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Possíveis complicações

A eclâmpsia pode provocar algumas complicações na mulher e no bebê, que podem colocar a vida em risco, principalmente quando não tratada rapidamente assim que identificada.

1. Complicações da eclâmpsia para a mulher

As principais complicações da eclâmpsia para a mulher são:

  • Descolamento prematuro da placenta;
  • Insuficiência renal ou hepática;
  • Coagulação intravascular disseminada (CIVD);
  • Edema pulmonar ou pneumonia por aspiração;
  • Tromboembolismo venoso.

Além disso, outras complicações são AVC ou lesões neurológicas, síndrome de HELLP ou parada cardiorrespiratória. Saiba mais sobre o que é e como tratar a síndrome HELLP.

2. Complicações da eclâmpsia para o bebê

As principais complicações da eclâmpsia para o bebê são:

  • Prematuridade;
  • Restrição de crescimento fetal;
  • Baixo peso ao nascer;
  • Danos cerebrais ou paralisia cerebral;
  • Síndrome do desconforto respiratório neonatal.

Além disso, pode haver necessidade de hospitalização prolongada na UTI neonatal, devido ao parto prematuro.

Outra complicação da eclâmpsia é a morte fetal, que acontece dentro do útero, ou bebê natimorto, com o nascimento do bebê sem sinais vitais. 

Como prevenir a eclâmpsia

A forma de prevenir a eclâmpsia é controlar a pressão arterial durante a gravidez e fazer os exames pré-natal necessários para detectar qualquer alteração indicativa desta doença, como a pré-eclâmpsia. Saiba como identificar a pré-eclâmpsia e quando pode se tornar grave.