Estado vegetativo é um distúrbio da consciência que ocorre após uma lesão no cérebro nas regiões que controlam o comportamento e os pensamentos, fazendo com que a pessoa fique inconsciente, mas com a capacidade de abrir os olhos e manter o estado de vigília e sono.
No estado vegetativo, a pessoa não tem qualquer tipo de movimento voluntário, não esboça nenhuma reação e não consegue interagir ou entender o que se passa à sua volta.
O estado vegetativo, também chamado de coma vígil ou síndrome da vigília arresponsiva, é mais comum em pessoas que sofreram extensas lesões no cérebro, como em casos mais graves de pancadas na cabeça, tumor cerebral ou AVC, por exemplo.
Leia também: Coma vígil: o que é, características e quando tem cura tuasaude.com/coma-vigilSintomas do estado vegetativo
Os principais sintomas do estado vegetativo são:
- Ausência de consciência e de emoções;
- Incapacidade para interagir com o que está à sua volta;
- Ausência de resposta a estímulos visuais, auditivos ou táteis;
- Abrir e fechar os olhos durante o dia;
- Movimentos lentos dos olhos;
- Acordar e adormecer em períodos regulares;
- Mastigar ou engolir, sem que seja durante a refeição;
- Produzir pequenos sons ou gemidos;
- Contrair os músculos quando escuta um som muito alto ou se provoca dor na pele;
- Produção de lágrimas.
Apesar da pessoa estar inconsciente e não ter qualquer tipo de movimento voluntário, a pessoa é capaz de controlar os batimentos cardíacos, temperatura corporal e respiração, uma vez que as partes do cérebro que controlam as funções vitais funcionam normalmente.
Diferença do coma e estado vegetativo
A principal diferença entre o coma e o estado vegetativo é que no coma a pessoa não parece estar acordada e, por isso, não existe abertura dos olhos ou movimentos involuntários como bocejar, sorrir ou produzir pequenos sons.
Entenda mais sobre o coma e o que acontece com a pessoa no coma.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico do estado vegetativo é feito pelo neurologista através da avaliação dos sintomas e exame físico, sendo uma das ferramentas utilizadas para avaliar o estado de consciência, a escala de Glasgow. Entenda o que é a escala da Glasgow.
Além disso, o médico deve solicitar exames, como eletroencefalograma (EEG), ressonância magnética cerebral, tomografia computadorizada, PET-CT ou tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT), por exemplo.
Esses exames permitem ao médico avaliar a lesão cerebral, assim como o funcionamento do cérebro.
Classificação do estado vegetativo
O estado vegetativo pode ser classificado em:
- Estado vegetativo persistente: quando dura mais de 4 semanas;
- Estado vegetativo permanente: quando dura mais de 6 meses devido a lesão não traumática no cérebro ou quando dura mais de 12 meses causado por lesões traumáticas.
A classificação do estado vegetativo é feito pelo médico com base no tempo e tipo em que a pessoa está nessa condição e o tipo de lesão cerebral.
Possíveis causas
As principais causas do estado vegetativo são:
- Traumatismo craniano;
- Pancadas fortes na cabeça;
- Acidentes ou quedas graves;
- Hemorragia cerebral;
- Aneurisma ou AVC;
- Tumor cerebral;
- Doenças neurodegenerativas.
Além disso, a parada cardiorrespiratória também pode causar o estado vegetativo, devido a privação de oxigênio para o cérebro, que pode causar danos irreversíveis.
O estado vegetativo tem cura?
Em alguns casos o estado vegetativo tem cura, especialmente quando dura menos de um mês e tem uma causa reversível, como uma intoxicação, ou dura menos de 12 meses quando acontece devido a uma pancada, por exemplo.
Porém, quando o estado vegetativo é provocado por lesões no cérebro ou pela falta de oxigênio, a cura pode ser mais difícil, podendo, inclusive, não ser alcançada.
Se o estado vegetativo continuar por mais de 6 meses, menores são as chances de cura. Além disso, após os 6 meses, mesmo que a pessoa recupere, é muito provável que fique com sequelas graves, como dificuldade para falar, caminhar ou compreender.
Como é feito o tratamento
Não existe um tratamento específico para o estado vegetativo e, por isso, o tratamento precisa sempre ser adaptado ao tipo de sintoma que cada pessoa apresenta, assim como às causas que estiveram na origem do estado vegetativo.
Dessa forma, se existirem hemorragia cerebrais, é preciso estancá-las, por exemplo.
Além disso, como a pessoa em estado vegetativo não consegue realizar as atividades do dia a dia, como tomar banho ou alimentar-se, por exemplo, é recomendado que fique em internamento hospitalar para que a alimentação seja feita diretamente na veia, evitando, assim, a desnutrição, e para que seus cuidados de higiene sejam feitos diariamente.
Em alguns casos, especialmente quando existe uma elevada probabilidade da pessoa recuperar, o médico pode também aconselhar a realização de fisioterapia passiva, na qual um fisioterapeuta movimenta regularmente os braços e as pernas do paciente para impedir que os músculos se vão degradando e para manter as articulações funcionais.