Feridas na vagina: o que pode ser e o que fazer

As feridas na vagina ou na vulva podem surgir por diversas causas, podendo principalmente acontecer devido ao atrito durante a relação sexual, alergia a roupas ou absorventes íntimos ou ser consequência de uma depilação feita sem muitos cuidados.

Foto doutora realizando uma consulta
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No entanto, essas feridas também podem ser indicativas de infecções sexualmente transmissíveis (IST´s), como herpes genital, sífilis ou cancro mole, por exemplo, e ser acompanhadas de outros sintomas como corrimento, sangramento e dor durante o contato íntimo.

É importante consultar o ginecologista, sempre que surgirem feridas na vagina, para que sejam feitos exames mais específicos que indiquem a causa da ferida, e iniciado o tratamento mais adequado.

Imagem ilustrativa número 1

O que pode ser as suas feridas na vagina

Para descobrir a possível causa das suas feridas na vagina, por favor responda às seguintes questões:

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Além das feridas na vagina, também sente dor ou ardência ao urinar ou evacuar?

Essa ferramenta deve ser usada apenas para tentar identificar a possível causa das feridas na vagina e, por isso, não deve substituir a consulta com o médico, que é o profissional responsável por diagnosticar e indicar o tratamento mais adequado.

Principais causas de feridas na vagina

As principais causas de ferida na vagina incluem:

1. Alergias

As alergias na pele da vagina ou da vulva podem levar ao surgimento de feridas, que podem ser causadas por irritações na pele devido ao uso de substâncias químicas, como sabonetes, desodorante íntimo, talco ou papel higiênico perfumado, por exemplo.

Além disso, a ferida na vagina também pode surgir devido a alergia ao material da calcinha do absorvente íntimo, da camisinha ou de lubrificante íntimo, já que um dos sintomas relacionados com a alergia é a coceira na região genital, o que favorece o aparecimento de feridas. Conheça outras causas de coceira na vagina e o que fazer

O que fazer: é importante tentar identificar o que está causando a alergia para evitar o contato com o tecido ou a substância. Por isso, é recomendado sempre tentar usar roupas de algodão e usar sabonetes próprios para a região íntima ou que não tenham muitos produtos químicos e perfumes. Além disso, em caso de suspeita de alergia ao látex, deve-se evitar o uso de camisinhas com esse material e optar pelos de poliisopreno sintético.

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2. Lesões 

A ferida na vagina ou na região da vulva pode surgir pelo uso de roupas íntimas apertadas e que causam atrito, atrito durante a relação sexual ou lesão durante a depilação íntima. 

O que fazer: nesses casos a ferida normalmente cicatriza sozinha após alguns dias, no entanto, para favorecer a cicatrização é importante evitar depilação e relação sexual enquanto estiver com a ferida. Caso não seja observada melhora após alguns dias, é recomendado consultar o ginecologista para que seja verificada a necessidade de utilizar pomadas que facilitem a cicatrização.

Leia também: 6 pomadas para corte nas partes íntimas (e como usar) tuasaude.com/pomada-para-corte-nas-partes-intimas

3. Herpes genital

O herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível causada pelo vírus do herpes simplex, que pode ser transmitido através do contato com as bolhas do parceiro ou parceira por meio da relação sexual desprotegida. 

A infecção por esse vírus pode levar ao aparecimento de bolhas na vagina ou vulva, que podem romper e formar feridas, que coçam e doem. As feridas do herpes, além de surgirem no vagina, podem também aparecer na região perianal ou no ânus. Saiba identificar todos os sintomas da herpes genital.  

O que fazer: deve-se consultar o ginecologista para que seja feito o diagnóstico da herpes genital, e iniciar o tratamento mais adequado que normalmente é feito com o uso de remédios antivirais como aciclovir, valaciclovir ou fanciclovir, durante cerca de 7 dias, pois evitam a multiplicação do vírus, permitindo a cicatrização da pele, além de evitar controlar o aparecimento de outras bolhas e feridas. 

4. Sífilis

A sífilis também é uma infeção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum transmitida através do contato íntimo sem uso de preservativo.

Essa infecção pode causar o aparecimento de uma ferida única na vagina ou na vulva, com bordas elevadas e endurecidas, de tamanho pequeno ou médio e cor avermelhada e que não causa dor, aparecendo geralmente cerca de 3 semanas após o contágio, e costuma desaparecer após 3 a 6 semanas.

O que fazer: deve-se fazer o tratamento indicado pelo ginecologista, que geralmente inclui o uso de antibióticos na forma de injeção, como a penicilina. É importante seguir o tempo de tratamento orientado pelo médico. Além disso, o parceiro também deve ser tratado. Veja mais detalhes de como é feito o tratamento da sífilis

5. Cancro mole

A ferida na vagina pode surgir devido ao cancro mole, que é uma infecção sexualmente transmissível, causada pela bactéria Haemophilus ducreyi, que provoca feridas ou úlceras múltiplas, dolorosas, com pus ou sangue.

Geralmente, a ferida do cancro mole surge cerca de 4 a 10 dias após a infecção, e em alguns casos também podem aparecer caroços ou ínguas na região da virilha. Veja outros sintomas do cancro mole.

O que fazer: o tratamento do cancro mole deve ser feito com orientação do ginecologista e inclui o uso de antibióticos, como a azitromicina, ceftriaxona, eritromicina ou ciprofloxacino, que pode ser dose única por via oral oral e ou dividida em sete dias. Em alguns casos pode ser necessário que o tratamento seja feito por injeção intramuscular, de acordo com a recomendação do médico. Confira todas as opções de tratamento para o cancro mole

6. Linfogranuloma venéreo

O linfogranuloma venéreo é uma infecção sexualmente transmissível, causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, e costuma provocar feridas ou pequenos caroço indolores e cheios de líquido, que podem surgir de 3 a 5 dias após a infecção.

Além disso, as feridas ou caroços podem se transformar em úlceras dolorosas e profundas no local da infecção, que podem sangrar, e estar acompanhada de ínguas na virilha que geralmente surgem cerca de 2 a 6 semanas após o desaparecimento das feridas iniciais.

O que fazer: deve-se fazer o tratamento orientado pelo ginecologista, que pode indicar o uso de antibióticos para eliminar a bactéria. É importante que a parceira (o) também faça o tratamento orientado pelo médico, mesmo que não tenha sintomas, pois assim é possível prevenir a retransmissão. Saiba como é feito o tratamento do linfogranuloma venéreo. 

7. Donovanose

A donovanose, também conhecida como granuloma inguinal, é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, e após 3 dias da infecção pode levar a um inchaço na região genital, que quando não tratada, pode causar feridas ou úlceras que aumentam ao longo do tempo e podem sangrar facilmente. 

O que fazer: o tratamento da donovanose é feito com antibióticos receitados pelo ginecologista, para eliminar a bactéria. Nos casos de lesões mais extensas, o médico pode indicar cirurgia. Veja como é feito o tratamento da donovanose

8. Varíola dos macacos

A varíola dos macacos, ou Monkeypox, é uma infecção causada pelo vírus do gênero Orthopoxvirus, resultando em sintomas, como febre, calafrios, bolhas ou feridas na pele, que coçam e doem e podem surgir na pele em qualquer região do corpo ou genitais, sendo também comum surgir ínguas na virilha. Saiba identificar todos os sintomas da varíola dos macacos

A varíola dos macacos pode ser transmitida de pessoa para pessoa por meio do contato com secreções respiratórias, contato direto com as secreções das bolhas e feridas, contato com objetos contaminados, ou contato com lesões na região genital, que também aumentam o risco de transmissão através da relação sexual.

O que fazer: deve-se consultar o ginecologista ou o infectologista, para confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento com antivirais, como o tecovirimat, ou remédios para aliviar os sintomas como paracetamol ou dipirona, por exemplo. Além disso, o médico deve recomendar isolamento para evitar a transmissão da doença para outras pessoas. 

9. Hidradenite supurativa

A hidradenite supurativa é uma condição rara causada por uma inflamação das glândulas apócrinas na região genital, que são responsáveis pela produção de suor, resultando em feridas na vagina ou em regiões próximas à vulva, ou nódulos e abscessos na pele, geralmente envolvendo a virilha, próximo da raiz das coxas, axilas, peito ou nádegas.

Essa condição é mais comum em meninas na puberdade e mulheres jovens, geralmente causada por alterações hormonais ou infecções bacterianas, por exemplo.

O que fazer: o tratamento da hidradenite supurativa envolve o uso de antibióticos receitados pelo ginecologista, como clindamicina ou doxiciclina. No entanto, casos mais graves pode ser necessário o tratamento cirúrgico. Veja como é feito o tratamento da hidradenite supurativa.

10. Mononucleose infecciosa

A mononucleose infecciosa é uma doença infecção causada pelo vírus Epstein-Barr, transmitido através da saliva, que provoca sintomas como febre alta, dor e inflamação da garganta, placas esbranquiçadas na garganta e ínguas no pescoço.

No entanto, apesar de ser raro, a mononucleose infecciosa também podem causar feridas ou úlceras na região genital, ao se tocar a boca e levar a mão ao órgãos genitais ou ter contato íntimo orogenital.

O que fazer: deve-se consultar o ginecologista ou clínico geral para que seja feito o diagnóstico e indicado o tratamento que pode ser feito com o uso de analgésicos ou anti-inflamatórios, para aliviar os sintomas, ou antibióticos, no caso de surgirem outras infecções. Além disso, é recomendado ficar de repouso e ingerir muitos líquidos, como água, chás ou sucos naturais para acelerar o processo de recuperação.

11. Doenças autoimunes

Algumas doenças autoimunes podem também provocar feridas na região genital, como doença de Behçet, síndrome de Reiter, líquen plano, eritema multiforme, aftose complexa, pênfigos, penfigoide bolhoso, ou dermatite herpetiforme, por exemplo. 

Estas doenças costumam ser mais raras, podendo surgir em mulheres jovens, adultas ou idosas, e podem se manifestar com úlceras também na região oral ou anal, por exemplo.

As feridas causadas por doenças autoimunes também podem vir acompanhadas de outros sintomas, como febre, fraqueza, perda de peso ou comprometimentos de outros órgãos, como rins e circulação sanguínea.

O que fazer: caso a mulher tenha alguma doença auto imune, ou possua histórico de doença auto imune na família, é indicado comunicar ao ginecologista assim que a ferida for percebida, para que possa ser feita a medicação para regular a imunidade, como corticoides ou imunossupressores e pomadas próprias para ajudar a cicatrizar a ferida.

Além disso, como as doenças autoimunes podem levar a reações de hipersensibilidade, é recomendado evitar o uso de produtos alérgenos, como cosméticos, assim como as comidas muito condimentadas, que possuam cor e cheiro forte, por exemplo.

12. Câncer na vagina

O câncer é uma causa rara de feridas na vagina que, geralmente, provoca coceira, mau cheiro e secreção, e é mais comum em mulheres idosas. 

A chance de uma ferida na vagina se tornar câncer é maior quando ela é causada pelo vírus HPV. Saiba identificar todos os sintomas do câncer na vagina

O que fazer: caso a mulher saiba que possui HPV, logo que for possível notar a ferida com secreção, é indicado que procure um ginecologista, para que possa ser feito uma biópsia e, se confirmado, iniciar o tratamento para câncer de vagina, que normalmente envolve a retirada do local afetado por cirurgia, além de completar o tratamento com a radioterapia, quimioterapia e checagem de linfonodos próximos. 

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