O que o diabético deve fazer quando se machucar

Atualizado em março 2020

Quando alguém com diabetes se machuca é muito importante dar atenção para a lesão, mesmo que esta pareça muito pequena ou simples, como no caso de cortes, arranhões, bolhas ou calos, pois existe um maior risco de a ferida não cicatrizar corretamente e surgir uma infecção grave.

Estes cuidados podem ser feitos em casa logo após acontecer a lesão ou assim que se descobre uma bolha ou calo escondido, por exemplo. Mas em todos os casos é muito importante ir ao dermatologista assim que possível para que a ferida seja avaliada e o tratamento adequado seja indicado.

Isto acontece porque a diabetes é uma doença crônica que provoca lesões nos nervos e enfraquece o sistema imune ao longo do tempo, tornando o processo de cicatrização mais difícil. Além disso, como o corpo não consegue utilizar o açúcar, este se acumula nos tecidos e facilita o desenvolvimento de bactérias nas feridas, aumentando o risco e a intensidade das infecções.

Imagem ilustrativa número 1

Primeiros socorros para feridas em diabéticos

É importante ter alguns cuidados caso surjam alterações na pele de pessoas diabéticas, como por exemplo:

  1. Lavar a região utilizando água morna e sabão com pH neutro;
  2. Evitar colocar produtos antissépticos na ferida, como álcool, iodopovidona ou peróxido de hidrogênio, pois podem lesionar os tecidos e atrasar a cicatrização;
  3. Colocar uma pomada antibiótica, receitada pelo médico, para tentar evitar o desenvolvimento de uma infecção;
  4. Cobrir o local com uma gaze esterilizada, substituindo-a todos os dias ou de acordo com a indicação do médico ou enfermeiro;
  5. Evitar colocar pressão sobre a ferida, dando preferência para roupas confortáveis ou sapatos largos, que não fiquem roçando sobre a ferida.

No caso de ter um calo, por exemplo, nunca se deve raspá-lo ou tentar retirá-lo em casa, pois pode provocar sangramento grave ou  facilitar o desenvolvimento de uma infecção grave no local. Assim, deve-se sempre consultar um podologista para fazer o tratamento adequado e evitar complicações que podem levar à amputação do pé.

O que fazer para evitar complicações graves

Devido ao elevado risco de a lesão infeccionar ou de situações mais simples como, cortes, bolhas ou calos agravarem para úlceras profundas na pele, é importante observar o local mais de uma vez por dia, procurando por sinais como vermelhidão intensa, inchaço excessivo da ferida, sangramento ou presença de pus, e piora da lesão ou não cicatrização após 1 semana.

Assim, caso haja o aparecimento de algum desses sinais, é importante voltar ao médico ou ir ao pronto-socorro para alterar o tratamento e iniciar o uso de antibióticos que podem ser ingeridos ou aplicados na ferida para facilitar a cicatrização e eliminar as bactérias.

Os casos mais comum de lesões graves surgem nos pés, pois geralmente a circulação para os pés, necessária para cicatrizar as feridas, vai piorando ao longo dos anos. Além disso, o uso de sapatos apertados facilitam o surgimento de calos e feridas, que podem aparecer em locais poucos visíveis e não ser notados, piorando ao longo do tempo. Para evitar este tipo de situações, veja como se deve cuidar do pé diabético.