A fratura de clavícula normalmente é causada por impactos sobre o ombro, como quedas ou acidentes de carro, moto ou bicicleta, por exemplo, podendo ser identificada através de sintomas como deformidade no ombro, dor intensa, inchaço ou dificuldade para levantar o braço.
A clavícula é um osso que conecta o braço ao tronco do corpo, ajudando a sustentar o peso do braço, além de proteger nervos e vasos sanguíneos que irrigam o braço, sendo que a fratura desse osso é um dos tipos mais comuns e frequentes.
O tratamento da clavícula quebrada é feito pelo ortopedista e envolve o uso de remédios para aliviar os sintomas, imobilização do braço com uma tipoia, sessões de fisioterapia ou cirurgia.
Sintomas de fratura de clavícula
Os principais sintomas de clavícula quebrada são:
- Ruído ou estalo quando o a clavícula quebra;
- Dor intensa e inchaço local;
- Dificuldade para movimentar ou levantar o braço;
- Deformidade do local, como ombro caído ou para frente;
- Protuberância sob a pele, no local da fratura;
- Aumento da sensibilidade no local e hematoma, em alguns casos.
Em caso de suspeita de clavícula quebrada, não é recomendado tentar colocar o osso no lugar, pois pode piorar os danos causados pela fratura, ou lesionar nervos ou vasos sanguíneos locais.
Desta forma, é recomendado ir ao pronto-socorro imediatamente para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado. Saiba como devem ser os primeiros socorros para fratura.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da clavícula quebrada é feito pelo clínico geral ou ortopedista no hospital através da avaliação do sintomas, exame físico e histórico de traumas, acidentes ou quedas.
Para confirmar o diagnóstico, o médico deve solicitar um raio X que permite identificar o local da fratura, tipo e gravidade, assim como se existe algum outro osso quebrado.
Além disso, o médico também pode solicitar uma tomografia computadorizada, ressonância magnética ou ultrassom, de forma a verificar possíveis danos em vasos sanguíneos, músculos, ligamentos ou nervos, além de permitir o planejamento de uma cirurgia, se necessário.
Possíveis causas
A clavícula quebrada pode ser causada por:
- Impacto direto sobre a clavícula, como cair sobre o ombro ou sobre o braço estendido;
- Pancadas no ombro, devido a esportes de contato;
- Acidentes de carro, moto ou bicicleta.
Além disso, a fratura de clavícula também pode ocorrer no bebê, durante o nascimento, ao passar pelo canal do parto.
Tipos de fratura na clavícula
Os principais tipos de fratura na clavícula são:
- Fratura cominutiva: onde se parte em vários pedaços, havendo necessidade de cirurgia;
- Fratura transversa: mais fácil de consolidar, havendo necessidade de apenas usar imobilização;
- Fratura oblíqua: dependendo do ângulo, pode haver necessidade de cirurgia.
Além disso, a fratura na clavícula também pode ser classificada de acordo com a região do osso afetada, como fratura do terço medial, médio ou lateral, sendo que a fratura do terço médio, que é o meio do osso, é o tipo mais comum.
Como é feito o tratamento
O tratamento da clavícula quebrada deve ser feito com orientação do ortopedista, e vaira de acordo com o tipo e gravidade da fratura, além da presença de lesões em músculos, ligamentos, nervos ou vasos sanguíneos.
Os principais tratamentos para clavícula quebrada são:
1. Uso de remédios
O uso de remédios anti-inflamatórios ou analgésicos, como paracetamol ou ibuprofeno, podem ser indicados pelo médico para aliviar a dor e o desconforto da fratura de clavícula.
Outros remédios que podem ser indicados são os opioides, que são analgésicos mais potentes, indicados pelo médico nos casos de dor muito intensa ou que não melhora com os analgésicos comuns, devendo ser usados por um curto período de tempo.
2. Aplicação de compressas frias
A aplicação de compressas frias no local, durante 2 a 3 dias após a fratura da clavícula, pode ajudar a reduzir o inchaço e aliviar a dor. Entenda quando são indicadas compressas frias.
Para fazer a compressa fria, deve-se colocar gelo dentro de uma bolsa térmica ou colocar o saco de gel no congelador para resfriar, e depois envolvê-los em uma toalha limpa e seca e aplicar sobre o ombro, deixando agir por 15 a 20 minutos, de 3 a 4 vezes por dia.
3. Imobilização do braço
A imobilização do braço, com uma tipoia ou tala em forma de 8, permite que a clavícula se mantenha no local correto, acelerando a cicatrização do osso.
A imobilização deve ser mantida por cerca de 6 a 12 semanas, no caso do adulto, ou até 3 a 6 semanas no caso das crianças.
4. Fisioterapia para clavícula quebrada
A fisioterapia para clavícula quebrada tem como objetivo diminuir a dor, promover o movimento normal do ombro, sem dor e fortalecer a musculatura até que a pessoa seja capaz de realizar suas atividades rotineiras normalmente.
Para isso, o fisioterapeuta deve avaliar se a região está consolidada, se existe dor, qual a limitação do movimento e as dificuldades que a pessoa apresenta, e então indicar o tratamento necessário.
Normalmente após 12 semanas são recomendados exercícios com mais peso, exercícios diagonais de kabat e o treino proprioceptivo para o ombro até a alta. Veja alguns exercícios de propriocepção para o ombro.
5. Cirurgia para clavícula quebrada
Em alguns casos, o médico pode indicar a realização de cirurgia para fratura de clavícula, como no caso de desvio do osso, encurtamento do osso maior que 2 cm entre fragmentos ósseos, em caso de fratura exposta, assim como o risco de lesionar algum nervo ou artéria.
Embora o tempo de recuperação possa variar de uma pessoa para outra pode ser necessário fazer sessões de fisioterapia para recuperar os movimentos normais do braço afetado e melhorar a dor.
A fratura na clavícula deixa sequelas?
A fratura na clavícula pode deixar algumas sequelas, como a lesão de nervos, o surgimento de um calo no osso ou o atraso na cicatrização, que podem ser evitadas quando o osso fica corretamente imobilizado.
Cuidados durante a recuperação
Alguns cuidados são importantes durante o tratamento da fratura de clavícula, para acelerar a recuperação e evitar complicações, e incluem:
- Evitar atividades que possam movimentar o braço durante 4 a 6 semanas, como andar de bicicleta ou correr;
- Evitar elevar o braço;
- Não dirigir durante o período de consolidação óssea;
- Usar sempre a imobilização de braço recomendada pelo ortopedista, especialmente durante o dia e a noite;
- Dormir de barriga para cima com a imobilização, se possível, ou dormir com o braço ao longo do corpo e apoiado por travesseiros;
- Utilizar roupas mais largas e fáceis de vestir, assim como sapatos sem cardaços;
- Mexer ombro, cotovelo, punho e mão, conforme orientação do ortopedista, para evitar a rigidez da articulação.
Além disso, para diminuir as dores durante a recuperação, o médico pode prescrever analgésicos e anti-inflamatórios que devem ser utilizados para melhora dos sintomas.