A fratura no calcanhar é a quebra ou rachadura do osso calcâneo, causando sintomas como dor intensa, inchaço ou manchas roxas no local, além de incapacidade de apoiar o pé no chão e o colocar o peso corporal sobre o calcanhar.
Esse tipo de fratura pode ser causada por impactos como no caso de quedas, acidentes ou saltos sobre superfícies duras, fazendo com que o osso calcâneo fique encurtado, achatado ou alargado. Além disso, o uso excessivo ou esforços repetitivos, como no caso de corridas, pode causar fratura por estresse do calcanhar.
A fratura do calcanhar é grave, geralmente deixa sequelas e tem uma recuperação demorada e a pessoa pode ter que ficar de 8 à 12 semanas sem poder apoiar o pé no chão. Durante esse período, o médico pode indicar o tratamento com imobilização com gesso, seguida pelo uso de um splint que pode ser removido para fazer fisioterapia.
Sintomas de fratura no calcanhar
Os principais sintomas de fratura no calcanhar são:
- Dor intensa e inchaço no calcanhar;
- Manchas roxas ou hematomas no calcanhar, que podem se estender até o arco do pé ou tornozelo;
- Incapacidade de colocar o peso corporal sobre o calcanhar;
- Dificuldade de apoiar o pé no chão.
Geralmente esses sintomas surgem e são mais intensos após traumas no pé ou tornozelo, como acidentes, quedas ou saltos sobre superfícies duras.
No caso da fratura por estresse no calcanhar, os sintomas costumam ser mais leves, podendo surgir dor ou incômodo no calcanhar, que pioram ao longo do dia. Veja outros sintomas da fratura por estresse.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da fratura no calcanhar é feito pelo ortopedista através da avaliação dos sintomas, bem como quando se iniciaram, histórico de saúde, de quedas, acidentes ou prática de esportes, além do exame físico do pé afetado.
Se apresenta sintomas de fratura no calcanhar e deseja a avaliação de um ortopedista, marque uma consulta na região mais próxima:
Para confirmar o diagnóstico, o médico deve solicitar exames de imagem, como raio X ou tomografia computadorizada, por exemplo, pois permitem avaliar o ângulo da fratura, se as pequenas articulações do pé, ligamentos e tendões também foram afetados.
Possíveis causas
As principais causas de fratura no calcanhar são:
- Lesões ou torções no pé ou tornozelo;
- Quedas de altura;
- Acidentes automobilísticos;
- Saltos sobre superfícies duras;
- Traumas por objetos contundentes ou penetrantes.
Além disso, a fratura no calcâneo também pode surgir devido ao uso excessivo ou repetitivo dos pés, geralmente por esportes, como a corrida, por exemplo.
Como é feito o tratamento
O tratamento da fratura no calcanhar deve ser feito com orientação do ortopedista, com o objetivo de consolidar a fratura e restaurar sua anatomia e função.
Desta forma, os principais tratamentos para fratura no calcanhar são:
1. Imobilização
O tratamento da fratura no calcanhar inicia-se com a imobilização com gesso, durante cerca de 15 a 20 dias, de forma a evitar que a articulação se mova ou se coloque peso sobre o calcanhar, permitindo sua cicatrização.
Após tirar o gesso, o médico deve recomendar o uso de um splint ou bota que pode ser removido para fazer fisioterapia.
Para facilitar a movimentação da pessoa além da bota com gesso o médico pode recomendar que use muletas, mas sem nunca colocar o pé no chão, e por isso o ideal é se movimentar o mínimo possível, ficando mais sentado ou deitado.
2. Elevar o pé
Elevar o pé ajuda a aliviar o inchaço porque favorece a circulação sanguínea e o sistema linfático, de forma que o sangue volta a circular normalmente pelo corpo.
Assim, é recomendado elevar o pé afetado acima da altura do coração, ao deitar ou sentar, colocando almofadas ou travesseiro, sob o tornozelo.
3. Uso de remédios
Para aliviar a dor e o inchaço no calcanhar, o médico pode indicar o uso de remédios analgésicos ou anti-inflamatórios, como paracetamol ou ibuprofeno, por exemplo.
4. Fisioterapia
A fisioterapia pode ser iniciada o quanto antes, mesmo antes da solidificação da fratura e tem como objetivo ajudar a consolidar a fratura, eliminar o hematoma e desinchar o pé.
Para isso, o fisioterapeuta pode utilizar diferentes técnicas como o magnetron ou crioterapia, além de exercícios de alongamento para os músculos das pernas e técnicas para movimentar os dedos e o tornozelo, sempre respeitando o limite da dor e a amplitude de movimentos.
Além disso, podem ser usadas faixas elásticas com diversas intensidades para posicionar a ponta do pé para cima, para baixo e movimentar o pé para os lados.
5. Cirurgia
A cirurgia para fratura do calcanhar é feita pelo ortopedista e, geralmente, é indicada nos casos de deslocamento do osso calcâneo, presença de fragmentos ósseos ou compressão dos tendões laterais devido ao alargamento do osso, por exemplo.
Essa cirurgia não precisa ser realizada logo que a fratura seja identificada, podendo-se aguardar até que região esteja menos inchada. No entanto, nos casos de fratura exposta, a cirurgia é feita de imediato.
A cirurgia é demorada podendo ser recomendado o uso de placas ou parafusos, ou até enxerto ósseo, para fixação do osso calcâneo. Em alguns casos, podem ser colocados dispositivos de fixação externa.
Quanto tempo de recuperação
A recuperação da fratura no calcanhar pode ser um pouco demorada, sendo que normalmente para poder colocar o pé no chão novamente, pode levar de 3 a 4 meses.
No entanto, esse tempo varia de acordo com a gravidade da fratura, sendo que nos casos mais graves o tempo total de recuperação pode levar de de 12 a 24 meses.
Quando voltar ao trabalho
Normalmente, a pessoa pode voltar ao trabalho após 6 meses da fratura do calcanhar e durante este período poderá ficar de licença do trabalho para que possa realizar o tratamento necessário.
Possíveis complicações e sequelas
As principais complicações da fratura no calcanhar são:
- Osteomielite;
- Artrose;
- Dor no calcanhar e na articulação do tornozelo;
- Rigidez e dificuldade em movimentar o tornozelo em todas as direções;
- Alargamento do calcanhar, que pode dificultar o uso de sapatos fechados;
- Dor na planta do pé, com ou sem sensação de ardência ou formigamento.
Nem sempre é possível identificar quando estas complicações podem acontecer mas é possível evitá-las seguindo todas as orientações do ortopedista e do fisioterapeuta.