O que é:
A hidrossalpinge é uma alteração ginecológica em que as tubas uterinas, popularmente conhecidas como trompas de Falópio, ficam obstruídas devido à presença de líquidos, o que pode acontecer devido à infecção, endometriose ou cirurgias ginecológicas, por exemplo.
A maioria dos casos de hidrossalpinge não leva ao aparecimento de sinais ou sintomas, sendo apenas identificada durante exames ginecológicos de rotina ou quando a mulher apresenta dificuldade para engravidar, sendo então indicados exames mais específicos. Assim, caso seja confirmado o diagnóstico, o ginecologista pode indicar o tratamento mais adequado, que normalmente envolve o uso de antibióticos e realização de cirurgia para desobstrução das trompas.
Sintomas de hidrossalpinge
A maioria dos casos de hidrossalpinge é assintomático, no entanto algumas mulheres podem apresentar alguns sinais e sintomas que podem variar de acordo com o seu estado geral de saúde e causa da hidrossalpinge, sendo os principais:
- Sangramento fora do período menstrual;
- Dor durante a relação sexual;
- Dor abdominal;
- Alteração na cor e consistência do corrimento vaginal, sendo mais líquido;
- Febre, em alguns casos;
- Dificuldade para engravidar.
Apesar de existirem sintomas que podem ser associados com a hidrossalpinge, a maioria dos casos é assintomático e, por isso, o diagnóstico só é feito durante a realização de exames ginecológicos de rotina como a ultrassonografia transvaginal, a laparoscopia e a histerossalpingografia, que é o exame mais específico para o diagnóstico dessa alteração, já que permite identificar alterações relacionadas com as tubas uterinas. Veja como é feita a histerossalpingografia e como é o preparo.
É possível engravidar com hidrossalpinge?
É comum que mulheres com hidrossalpinge sejam inférteis, isso porque devido ao acúmulo de líquido nas trompas, não é possível captar o ovócito liberado pelo ovário e que deve ser fecundado pelo espermatozoide, além de que mesmo que haja fecundação, essa situação não favorece a implantação do embrião no útero, o que torna a gravidez mais difícil.
No entanto, uma das opções que permitem a gravidez em mulheres com hidrossalpinge é a fertilização in vitro, em que o óvulo é fecundado pelo espermatozoide no laboratório e depois o embrião é implantado no útero. Apesar disso, é importante discutir com o ginecologista as chances de sucesso da fertilização e a necessidade da realização de outros tratamentos para engravidar. Entenda como é feita a fertilização in vitro.
Principais causas
A hidrossalpinge está frequentemente associada a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), principalmente clamídia, sífilis e gonorreia, em que os agentes infecciosos responsáveis por essas doenças podem chegar às trompas e causar inflamação, promovendo a destruição da camada interna das trompas e levando ao aumento da secreção e acúmulo de líquidos no local.
A hidrossalpinge também pode estar muitas vezes relacionadas com a Doença Inflamatória Pélvica (DIP), que é uma situação que acontece devido à falta de tratamento ou tratamento incorreto de infecções ginecológicas, que podem ter sido causadas tanto por microrganismos sexualmente transmissíveis ou ser devido ao desbalanço da flora normal, sendo nesse caso frequentemente relacionado com a bactéria Gardnerella sp. Conheça mais sobre a DIP e como identificar.
Além disso outras situações que podem estar relacionadas com a hidrossalpinge são endometriose, presença de aderências na região pélvica, realização de cirurgias ginecológicas ou presença de tumores nas tubas uterinas ou em órgãos próximos.
Como deve ser o tratamento
O tratamento para a hidrossalpinge deve ser indicado pelo ginecologista de acordo com a causa da alteração e sintomas que a mulher possa estar apresentando. Na maioria dos casos o médico indica o uso de antibióticos de acordo com o agente infeccioso responsável pela hidrossalpinge, além de poder ser indicados medicamentos para aliviar os sintomas ou regular o ciclo menstrual, por exemplo.
Além disso, é comum também que o médico indique a realização de cirurgia para desobstruir as tubas uterinas e eliminar o excesso de líquido. Nos casos mais graves pode ser indicada a remoção das tubas uterinas e de estruturas que possam ter sido comprometidas.