O que é:
O hipertireoidismo subclínico é a alteração dos níveis de TSH no sangue, que se apresentam baixos ou indetectáveis, com níveis normais de T3 e T4, que são hormônios produzidos pela tireoide.
Essa condição normalmente não apresenta sintomas, no entanto, pode levar a alterações no sistema cardiovascular e ósseo, aumentando o risco de complicações, como arritmias, osteoporose ou osteopenia, especialmente em idosos.
O hipertireoidismo subclínico é detectado pelo endocrinologista através de exames que avaliam a tireoide, e o tratamento varia de acordo com sua causa, gravidade da doença, níveis de TSH, além da presença de fatores de risco e complicações.
Sintomas de hipertireoidismo subclínico
O hipertireoidismo subclínico normalmente não apresenta sintomas, podendo em alguns casos a pessoa apresentar sintomas deves de hipertireoidismo, como palpitações, tremores, intolerância ao calor ou irritabilidade, por exemplo. Veja como identificar os sintomas de hipertireoidismo.
Além disso, o hipertireoidismo subclínico pode causar alterações no sistema cardiovascular, como arritmias, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial ou doença coronariana, especialmente em idosos.
O hipertireoidismo subclínico também pode causar demência ou levar a uma diminuição da densidade óssea, e resultar em osteoporose ou osteopenia, principalmente em mulheres na pós-menopausa.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico do hipertireoidismo subclínico é feito pelo endocrinologista através da realização de exames que avaliam os hormônios tireoidianos, como T3, T4 e TSH, e de anticorpos antitireoidianos. Confira os principais exames que avaliam a tireoide.
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Através do exame de sangue, é possível confirmar o diagnóstico, uma vez que os resultados mostram níveis de TSH abaixo dos valores de referência ou ainda ser indetectável no exame, e T3 e T4 com valores normais. Veja os valores de referência do exame TSH.
Além disso, com base nos valores de TSH, o médico pode classificar o hipertireoidismo subclínico em leve ou grave.
Outros exames que o médico pode solicitar para confirmar o hipertireoidismo subclínico são ultrassonografia e cintilografia de tireoide, para identificar sua causa e avaliar a necessidade de tratamento.
Classificação do hipertireoidismo subclínico
O hipertireoidismo é classificado com base nos níveis de TSH no sangue, e inclui:
- Hipertireoidismo subclínico leve: os níveis de TSH no sangue estão entre 0,1 e 0,4 μUI/mL;
- Hipertireoidismo subclínico grave: os níveis de TSH no sangue estão abaixo de 0,1 μUI/mL.
Em todos os casos, os níveis de T3 e T4, que são hormônios produzidos pela tireoide estão com os valores normais. Confira os valores normais de T3 e T4 no sangue.
Possíveis causas
O hipertireoidismo subclínico pode ser causado pelo aumento da produção pelo organismo de hormônios tireoidianos ou pelo uso excessivo ou de doses altas de levotiroxina.
Assim, os principais fatores que podem levar ao hipertireoidismo subclínico são:
- Doença de Graves;
- Bócio nodular tóxico;
- Adenoma tóxico;
- Tratamento de câncer da tireoide;
- Hipotireoidismo central;
- Tratamento excessivo com levotiroxina;
- Remédios para diminuir os níveis de TSH, como corticoides ou dopamina.
Além disso, a tireoidite subaguda, silenciosa, pós-parto ou induzida por medicamentos, também pode causar hipertireoidismo subclínico. Confira os principais tipos de tireoidite e como é feito o tratamento.
Tipos de hipertireoidismo subclínico
O hipertireoidismo subclínico pode ser classificado de acordo com a causa em:
- Hipertireoidismo subclínico endógeno: está relacionado com o aumento da produção e secreção de hormônios pela tireoide, que é o que acontece com o uso excessivo ou de altas doses de levotiroxina;
- Hipertireoidismo subclínico exógeno: as alterações não estão ligadas diretamente com a glândula tireoide, podendo ocorrer nos casos de bócio, tireoidite, adenoma tóxico ou doença de Graves, por exemplo.
O tipo de hipertireoidismo é identificado pelo médico através dos exames de diagnóstico, permitindo ao médico indicar o tratamento mais adequado, se necessário.
Como é feito o tratamento
O tratamento do hipertireoidismo subclínico deve ser feito com a orientação do endocrinologista a partir da avaliação do estado geral de saúde da pessoa, presença de sintomas ou fatores de risco.
Em alguns casos não é necessário iniciar tratamento, pois podem ser apenas alterações transitórias, ou seja, que devido a algumas situações vividas pela pessoa que levaram a alterações nos níveis do TSH, mas que em seguida voltam ao normal.
No entanto, em outras situações, é possível que os níveis hormonais não retornem ao normal, pelo contrário, os níveis de TSH podem ficar cada vez mais baixos e o de T3 e T4 mais altos, caracterizando o hipertireoidismo.
Nestes casos, é necessário iniciar o tratamento adequado, que pode ser através do uso de remédios que regulam a produção de hormônios, tratamento com iodo radioativo ou cirurgia. Entenda como é feito o tratamento para o hipertireoidismo.
Quando tratar o hipertireoidismo subclínico?
O tratamento do hipertireoidismo subclínico é recomendado quando os níveis de TSH são menores que 0,1 μUI/mL, nas seguintes situações:
- Pessoas com 60 anos ou mais;
- Pessoas com menos de 60 anos com doença cardíaca, osteoporose ou sintomas de hipertireoidismo;
- Mulheres na pós menopausa, com menos de 65 anos e que não fazem terapia de reposição hormonal ou uso de bifosfonatos.
Para essas mesmas pessoas com níveis de TSH entre 0,1 e 0,4 μUI/mL, o médico também pode considerar o tratamento para o hipertireoidismo subclínico, se necessário.
Já no caso de pessoas com menos de 60 anos sem sintomas e com níveis de TSH entre 0,1 e 0,4 μUI/mL, pode ser recomendada apenas observação e exames de acompanhamento. Nestes casos, a pessoa deverá realizar novos exames dentro de 2 a 6 meses para confirmar a necessidade de tomar medicamentos.