O que é:
O hipogonadismo é uma condição na qual os ovários ou os testículos não produzem quantidade suficiente de hormônio, como o estrógeno em mulheres e a testosterona em homens, que desempenham um papel fundamental no crescimento e desenvolvimento durante a puberdade.
Esta condição pode ocorrer durante o desenvolvimento do feto na gestação, se manifestando logo ao nascer, mas também pode surgir em qualquer idade, geralmente devido a lesões ou infecções nos ovários ou testículos.
O hipogonadismo pode causar infertilidade, ausência da puberdade, da menstruação ou pouco desenvolvimento do órgão sexual masculino. O tratamento do hipogonadismo deve ser indicado pelo médico e tem como objetivo regular os níveis de hormônios e evitar complicações, podendo ser necessário o uso de medicamentos hormonais ou cirurgia.
Principais sintomas
O hipogonadismo pode começar durante o desenvolvimento fetal, antes da puberdade ou durante a idade adulta e geralmente, os sinais e os sintomas dependem de quando a condição se desenvolve e do sexo da pessoa:
1. Hipogonadismo masculino
O hipogonadismo masculino é causado pela diminuição ou ausência da produção de testosterona pelos testículos, apresentando sintomas diferentes de acordo com a fase da vida:
- Bebês: pode ocorrer crescimento prejudicado dos órgãos sexuais externos devido baixa produção de testosterona durante o desenvolvimento fetal. Dependendo de quando o hipogonadismo se desenvolve e da quantidade de testosterona presente, a criança, que é geneticamente um menino, pode nascer com genitais femininos, genitais que não são claramente masculinos nem femininos ou genitais masculinos pouco desenvolvidos;
- Meninos antes da puberdade: os sinais de hipogonadismo são comprometimento do desenvolvimento do pênis, de músculos e dos pêlos do corpo, surgimento de mamas, ausência das alterações na voz, comuns na puberdade, e crescimento excessivo dos braços e pernas em relação ao tronco;
- Homens após a puberdade: diminuição da quantidade de pêlos no corpo, perda de massa muscular e aumento da gordura corporal, disfunção erétil e baixo desejo sexual. Também pode acontecer redução da produção de espermatozóides, que pode causar infertilidade ou dificuldade de engravidar a parceira.
O diagnóstico do hipogonadismo é feito por um pediatra ou urologista, com base nos sintomas, no histórico clínico e através de exame físico em que o médico verifica o desenvolvimento dos testículos, do pênis e dos pêlos no corpo, assim como o possível desenvolvimento de mamas. Caso suspeite de hipogonadismo masculino, o médico deve solicitar exames para medir os níveis de hormônios como testosterona, FSH e LH, além de análise do esperma, através do exame de espermograma. Saiba como é feito o espermograma.
2. Hipogonadismo feminino
O hipogonadismo feminino que ocorre por diminuição ou ausência da produção de estrógeno pelos ovários e possui sintomas diferentes dependendo da fase da vida da mulher, que incluem:
- Meninas antes da puberdade: geralmente a primeira menstruação começar depois dos 14 anos ou existe ausência total de menstruação, o que afeta o desenvolvimento dos seios e dos pêlos pubianos;
- Mulheres após a puberdade: pode ocorrer menstruação irregular ou interrupção das menstruações, falta de energia, alterações de humor, diminuição do desejo sexual, perda de pêlos corporais, ondas de calor e dificuldade para engravidar.
O diagnóstico do hipogonadismo feminino é feito por um pediatra ou ginecologista, de acordo com a idade, com base no histórico clínico, idade da primeira menstruação, regularidade menstrual e exames físicos para avaliar o desenvolvimento das mamas e dos pelos pubianos. Além disso, o médico deve solicitar exames laboratoriais para medir os níveis dos hormônios FSH, LH, estrógeno, progesterona e prolactina, e exames de imagem como ultrassom da pelve.
3. Hipogonadismo hipogonadotrófico
O hipogonadismo hipogonadotrófico, também chamado de hipogonadismo central, pode ocorrer ao nascimento tanto em meninos como meninas, mas também pode se desenvolver em qualquer idade.
Esse tipo de hipogonadismo ocorre por alterações no hipotálamo ou hipófise, localizados no cérebro, e que são responsáveis pela produção de hormônios que estimulam os ovários ou os testículos para produzirem seus hormônios. Nesse caso, os sintomas mais comuns são dor de cabeça, dificuldade visual como visão dupla ou perda da visão, e produção de leite pelas mamas.
O diagnóstico do hipogonadismo hipogonadotrófico é feito pelo médico com base nos sintomas e através de exame de imagem como a ressonância magnética do cérebro.
Possíveis causas
As causas do hipogonadismo podem ser classificadas de acordo com o tipo de glândula afetada e incluem:
1. Hipogonadismo primário
O hipogonadismo primário geralmente é causado por:
- Doenças autoimunes, renais ou hepáticas;
- Problemas genéticos, como a Síndrome de Turner, na mulher, e a Síndrome de Klinefelter, no homem;
- Criptorquidia em que os testículos não descem para a bolsa escrotal em meninos ao nascer;
- Caxumba em meninos;
- Menopausa precoce em mulheres;
- Síndrome dos ovários policísticos em mulheres;
- Infecção como gonorréia em mulheres;
- Radioterapia ou quimioterapia para o tratamento de câncer pois pode afetar a produção de hormônios sexuais.
Neste tipo de hipogonadismo, os ovários ou testículos não funcionam de forma adequada, produzindo pouco ou nenhum hormônio sexual, porque não respondem ao estímulo cerebral.
2. Hipogonadismo secundário
O hipogonadismo secundário normalmente é causado por:
- Sangramento anormal;
- Problemas genéticos como a síndrome de Kallmann;
- Deficiências nutricionais;
- Obesidade;
- Excesso de ferro no sangue;
- Radiação;
- Infecção por HIV;
- Tumor na hipófise.
No hipogonadismo secundário, ocorre uma redução ou ausência da produção de hormônios no cérebro, como o FSH e LH, que são responsáveis por estimular os testículos ou os ovários, a produzir seus hormônios sexuais.
Como é feito o tratamento
O tratamento do hipogonadismo deve ser sempre feito sob indicação médica e pode incluir medicamentos hormonais para repor os hormônios progesterona e estrógeno em mulheres, e a testosterona em homens.
Se a causa for um problema na hipófise, o tratamento pode também ser feito com hormônios hipofisários para estimular a produção de esperma em homens ou a ovulação em mulheres e, assim, restaurar a fertilidade. Além disso, no caso de tumor na hipófise, pode ser necessária cirurgia para retirada do tumor, uso de medicamentos, radioterapia ou tratamento hormonal.
Possíveis complicações
As complicações que o hipogonadismo pode causar são:
- Órgão genitais anormais em homens;
- Desenvolvimento de mama em homens;
- Disfunção erétil em homens;
- Aumento do risco de doenças cardiovasculares;
- Aumento do peso corporal;
- Perda de massa muscular;
- Infertilidade;
- Osteoporose.
Além disso, o hipogonadismo pode afetar a autoestima de homens e mulheres e causar dificuldades de relacionamento amoroso ou problemas psicológicos como depressão, ansiedade ou não aceitação do próprio corpo.