O uso do ibuprofeno não é contraindicado em caso de COVID-19 e se o seu uso for desejado para tratar os sintomas da infecção é importante consultar um médico antes de iniciar o medicamento.
Embora o uso de ibuprofeno e outros anti-inflamatórios não esteroides (AINES) em caso de COVID-19 não mostrou ser capaz de agravar a infecção na maioria dos estudos, como existem alternativas para tratar os sintomas da infecção, o uso de outros medicamentos, como paracetamol, pode ser recomendado.
Devido à falta de evidências, os AINES não têm sido contraindicados por autoridades como a Organização Mundial da Saúde em caso de COVID-19, e a sua suspensão em pessoas que já fazem uso de anti-inflamatórios para o tratamento de doenças crônicas, como osteoartrite, deve ser feita apenas por indicação médica. Confira uma lista dos remédios aprovados e em estudo para tratar a COVID-19.
O que se sabe
Apesar dos estudos divulgados acerca da relação negativa entre o ibuprofeno e a COVID-19, a Organização Mundial de Saúde e outras autoridades de saúde indicaram que não existem evidências científicas de que o uso do ibuprofeno é prejudicial em caso de COVID-19, uma vez que os resultados inicialmente apresentados foram baseados em suposições e em estudos realizados em animais.
Além disso, alguns estudos indicaram que [1]:
- Não existe evidência direta de que o ibuprofeno poderia interagir com o SARS-CoV-2;
- Não existem evidências que o ibuprofeno é o responsável por aumentar a expressão da enzima conversora da angiotensina;
- Alguns estudos in vitro indicaram que o ibuprofeno poderia "quebrar" o receptor ACE, dificultando a interação membrana celular-vírus e diminuindo o risco de entrada do vírus na célula por essa via;
- Não existem evidências de que o uso de ibuprofeno poderia agravar ou aumentar o risco de infeção.
No entanto, ainda são necessários mais estudos para confirmar a ausência de relação entre o SARS-CoV-2 e o uso de ibuprofeno ou outros AINES e assegurar a segurança do uso desses medicamentos.
O que fazer em caso de sintomas
No caso de sintomas leves de COVID-19, como febre, tosse intensa e dor de cabeça, por exemplo, além do isolamento, é recomendado consultar o médico para que possa ser feita uma orientação quanto aos medicamentos indicados para aliviar os sintomas.
Porém, quando os sintomas são mais graves, podendo haver dificuldade para respirar e dor no peito, o mais indicado é que a pessoa vá ao hospital para que possa ser confirmado o diagnóstico de COVID-19 e possa ser iniciado o tratamento mais específico com o objetivo de prevenir outras complicações e promover a qualidade de vida da pessoa. Entenda como é feito o tratamento para COVID-19.