Imunossupressores: o que são e quando são indicados

Imunossupressores são remédios que diminuem ou inibem a ação do sistema imunológico, evitando que as células saudáveis do organismo sejam atacadas e destruídas pelo próprio sistema imune, ou reduzindo a produção de substâncias que causam doenças autoimunes.

Foto doutora realizando uma consulta
Encontre um Clínico Geral perto de você! Parceria com Buscar Médico

Desta forma, os medicamentos imunossupressores geralmente são indicados para prevenir a rejeição de órgãos após transplantes, para o tratamento de doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus ou psoríase, ou tratamento do câncer, por exemplo.

Os imunossupressores devem ser usados somente com indicação médica e consultas regulares para acompanhar o tratamento e o aparecimento de efeitos colaterais, uma vez que podem diminuir a capacidade do organismo para combater microrganismos e aumentar o risco de infecções.

Imagem ilustrativa número 1

Quando são indicados

Os medicamentos imunossupressores são indicados para:

Além disso, os medicamentos imunossupressores são indicados para a prevenção de transplante de órgãos, como rins, fígado, coração, pulmão ou pâncreas, ou transplante de medula óssea ou de células tronco.

Tipos de imunossupressores

Alguns tipos de medicamentos imunossupressores incluem:

1. Corticoides

Os corticoides, como a prednisona, a dexametasona ou a prednisolona, são o tipo mais comum de imunossupressores, que agem diminuindo a produção de substâncias inflamatórias no corpo e reduzindo a ação do sistema imunológico. Confira os principais tipos de corticoides

Esses remédios são normalmente indicados para o tratamento de doenças autoimunes, prevenir rejeição após transplante ou para como parte do tratamento de alguns tipos de câncer, como mieloma múltiplo, linfomas ou leucemia linfoide crônica, por exemplo.

Leia também: Imunossupressão: o que é, para que serve e doenças tuasaude.com/imunossupressao

2. Inibidores da Janus-Kinase

Os inibidores da Janus-Kinase, como o tofacitinibe ou o ruxolitinibe, agem inibindo a produção de citocinas, que são substâncias inflamatórias, sendo normalmente indicados para impedir o crescimento de tumores ou aumentar a sensibilidade ao tratamento quimioterápico.

Desta forma, esse tipo de imunossupressor é usado nos casos de câncer como mielofibrose ou policitemia vera, por exemplo. 

Além disso, os inibidores da Janus-Kinase também podem ser indicados para a doença do enxerto contra o hospedeiro, que é uma complicação que pode surgir após o transplante de medula óssea ou de células tronco, quando os corticoides ou outros imunossupressores não foram eficazes. 

3. Inibidores da calcineurina

Os inibidores da calcineurina, como a ciclosporina e o tacrolimo, agem reduzindo a produção de interleucinas, que são substâncias relacionadas ao aumento da atividade do sistema imunológico ou da divisão das células. 

Assim, os inibidores da calcineurina, normalmente são indicados para a prevenção ou tratamento da rejeição de transplantes, artrite reumatoide, psoríase ou dermatite atópica, por exemplo.

4. Anticorpos monoclonais

Os anticorpos monoclonais, como o rituximabe, o tocilizumabe ou o adalimumabe, por exemplo, agem no corpo bloqueando proteínas específicas de células tumorais que fazem o tumor crescer, ou inibindo a produção de substâncias inflamatórias no corpo, no caso de doenças autoimunes. Confira os principais tipos de anticorpos monoclonais

Os anticorpos monoclonais são normalmente indicados para o tratamento da artrite reumatoide, doença de Crohn, colite ulcerativa, psoríase espondilite anquilosante, linfoma não Hodgkin, por exemplo. 

5. Agentes biológicos

Os agentes biológicos, como o etanercepte ou anakinra, são imunossupressores feitos a partir de proteínas que ajudam a reduzir a ação do sistema imunológico e a bloquear a ação de substâncias inflamatórias.

Assim, esses remédios imunossupressores, são normalmente indicados para o tratamento de artrite reumatoide em adultos ou artrite idiopática juvenil, ajudando a aliviar os sintomas como dor ou inchaço nas articulações. 

Possíveis efeitos colaterais

O efeito colateral mais comum dos imunossupressores é o aumento do risco de infecções, uma vez que diminuem a ação do sistema imunológico para combater vírus, bactérias ou fungos. 

Desta forma, a presença de uma infecção pode ser percebida através de sintomas como:

  • Cansaço excessivo;
  • Sensação de fraqueza;
  • Febre;
  • Calafrios;
  • Pele pálida;
  • Tosse;
  • Dificuldade para respirar;
  • Dor no fundo das costas;
  • Dificuldade para urinar;
  • Dor ou sensação de queimação ao urinar;
  • Dor de garganta ou úlceras na boca;
  • Dor abdominal.

No caso do surgimento desses sintomas, deve-se procurar ajuda médica imediatamente ou o pronto-socorro mais próximo para que seja diagnosticado o tipo de infecção e iniciado o tratamento mais adequado.

Além disso, dependendo do tipo de imunossupressor utilizado, podem surgir efeitos colaterais como náuseas, vômitos, diarreia ou prisão de ventre, excesso de gases intestinais, tontura, aumento ou diminuição do peso, diabetes, acne, aumento da pressão arterial, dor de estômago ou osteoporose, por exemplo.

Cuidados durante o tratamento

Alguns cuidados são importantes durante o tratamento com os medicamentos imunossupressores, como:

  • Tomar o imunossupressor nos horários certos conforme indicado pelo médico;
  • Fazer consultas médicas regularmente para acompanhar a eficácia do tratamento e o surgimento de efeitos colaterais;
  • Evitar tomar remédios por conta própria e sem recomendação médica;
  • Não aumentar ou diminuir a dose do imunossupressor sem que tenham sido orientado pelo médico;
  • Não interromper o tratamento com o imunossupressor por conta própria;
  • Tomar vacinas somente quando recomendado pelo médico, uma vez que algumas vacinas com vírus ativo ou atenuado são contra-indicados durante o tratamento;
  • Lavar as mãos frequentemente, com água e sabonete neutro, principalmente antes e após ir ao banheiro, comer, cozinhar, tocar animais, fazer jardinagem ou trocar a fralda da criança, por exemplo;
  • Passar álcool gel nas mãos frequentemente;
  • Lavar bem verduras, legumes e frutas antes de comer;
  • Evitar o contato com pessoas que estejam com gripes, resfriados ou outros tipos de infecção;
  • Evitar tocar em superfícies e levar as mãos nos olhos, boca ou nariz;
  • Evitar permanecer em ambientes fechados ou com muitas pessoas e com pouca circulação de ar por muito tempo, como shoppings ou academias.

Além disso, é importante dormir pelo menos 8 horas por noite, praticar atividade física regularmente, conforme orientação do médico, e ter uma alimentação balanceada. 

Quem não deve usar

O uso de medicamentos imunossupressores está contraindicado para pessoas que tenham alergia a qualquer um dos componentes que estejam presentes nas fórmulas e por pessoas que tenham infecções ativas.

É seguro usar na gravidez?

O uso de imunossupressores na gravidez não é recomendado, uma vez que pode pôr em risco o bebê ou a mãe. Assim, o uso desses remédios por mulheres grávidas ou em amamentação só deve ser feito sob orientação do obstetra e quando os benefícios para a mulher superam os potenciais riscos para o bebê.

Vídeos relacionados

LÚPUS: o que é, sintomas e tratamento

05:02 | 16.760 visualizações

7 alimentos anti-inflamatórios que você precisa usar

24:55 | 1.012.754 visualizações

ARTRITE: exercícios para aliviar a dor

04:49 | 272.147 visualizações