Inanição é um estado extremo de desnutrição que ocorre quando o corpo carece de nutrientes essenciais por um período prolongado de tempo, resultando em fraqueza grave, perda de peso significativa e comprometimento das funções vitais.

Esse estado é causado principalmente pela falta de alimentos. No entanto, também pode resultar de doenças que impedem a absorção ou a utilização adequada de nutrientes, como certos distúrbios digestivos, metabólicos ou psicológicos.

É importante que a inanição seja tratada o mais rápido possível, pois pode levar a complicações ou até mesmo à morte. O tratamento geralmente envolve a reintrodução gradual de nutrientes, monitoramento médico e atendimento psicológico em alguns casos, dependendo da causa.

Sintomas de Inanição

Os principais sintomas de inanição são:

Perda de peso extrema;
Caquexia com redução acentuada da massa muscular e da gordura corporal;
Proeminência visível dos ossos;
Fadiga e fraqueza, impossibilitando a realização das atividades do dia a dia;
Tonturas e desmaios;
Inchaço nas pernas, nos pés ou no abdômen;
Confusão, desorientação, falta de concentração e perda de memória;
Irritabilidade, com mudanças frequentes de humor, depressão ou apatia.

Além disso, os cabelos podem ficar quebradiços, com menos brilho e caem com facilidade e a pele pode ficar seca, escamosa e flácida.

Além disso, a pessoa tem sensação constante de frio devido à falta de gordura corporal, pulso lento e pressão arterial baixa, porque o coração não está funcionando adequadamente ou diarreia persistente e anemia.

Esses sintomas podem variar de acordo com a gravidade e a duração da inanição e da desnutrição. Portanto, é importante agir imediatamente se houver suspeita de inanição para evitar consequências irreversíveis.

Sintomas em crianças

No caso de crianças e adolescentes, também pode ocorrer retardo no crescimento e no desenvolvimento, o que pode levar à marasmo e, em alguns casos, ao kwashiorkor.

Esse grupo é um dos principais fatores de risco para a inanição.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da inanição é feito pelo clínico geral, nutricionista, pediatra ou nutrólogo, avaliando os sintomas, bem como o histórico de saúde.

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Além disso, o médico pode solicitar alguns exames complementares, como exames completos de sangue e urina, eletrocardiograma e/ou densitometria óssea, por exemplo.

Possíveis causas

As principais causas de inanição são:

Falta de alimentos;
Doenças, câncer, HIV/AIDS ou infecções parasitárias prolongadas;
Insuficiência ou falência hepática;
Doença celíaca, doença de Crohn, colite ulcerativa ou síndrome de má absorção;
Transtornos alimentares, como anorexia ou bulimia.

Além disso, alguns fatores podem contribuir para a inanição, como discriminação ou exclusão social, como grupos em situações vulneráveis, como moradores de rua, práticas culturais ou religiosas, desemprego ou insegurança alimentar.

As causas da inanição são variadas e podem envolver fatores sociais, econômicos, psicológicos, médicos ou uma combinação desses fatores.

É importante identificar a causa para oferecer o tratamento adequado e evitar complicações graves.

Diferença entre inanição e desnutrição

Enquanto a inanição é completa ausência de consumo de alimentos, a desnutrição ocorrer quando ainda existe um consumo de alimentos, mas que é insuficiente para manter o peso e o funcionamento adequado do organismo.

Além disso, a inanição leva à morte em poucas semanas, enquanto a desnutrição nem sempre causa morte, sendo mais comuns sequelas como baixa estatura, ossos fracos, deficit de aprendizagem e baixa imunidade. Veja mais sobre os riscos da desnutrição.

Como é feito o tratamento

O tratamento da inanição deve ser feito com orientação do clínico geral, nutricionista, pediatra ou nutrólogo e depende da gravidade, do estado de saúde da pessoa e da causa da inanição.

Os principais tratamentos para inanição são:

1. Reintrodução gradual de alimentos

A reintrodução gradual de alimentos permite que o organismo se adapte aos nutrientes e calorias fornecidos, evitando a ocorrência de deficiências nutricionais e eletrolíticas.

Além disso, também evita complicações metabólicas, como a síndrome da realimentação, que ocorre devido à rápida reintrodução de alimentos. Veja o que é a síndrome de realimentação.

Dependendo do estado nutricional e de saúde da pessoa, a reintrodução de alimentos pode ser feita da seguinte forma:

Por via oral;
Nutrição enteral por meio do uso de sonda nasoentérica;
Nutrição parenteral, que envolve a administração de nutrientes diretamente na veia.

Inicialmente, a reintrodução de alimentos começa com uma baixa ingestão de calorias e os primeiros alimentos são geralmente líquidos ou semilíquidos, com baixo teor de gordura e proteína.

À medida que o corpo se adapta, as calorias e os nutrientes são aumentados. O objetivo é restaurar o peso e a saúde nutricional sem causar choque metabólico.

2. Corrigir deficiências de vitaminas e minerais

O médico ou o nutricionista deve indicar o uso de suplementos vitamínicos e minerais, como potássio, magnésio, fosfato, cálcio e vitaminas A, D e B12, que são cruciais para a recuperação da inanição.

Além disso, é essencial monitorar e corrigir eventuais desequilíbrios de eletrólitos, como potássio, sódio, cálcio, magnésio, fósforo ou cloro, por exemplo, pois níveis baixos desses elementos podem causar problemas cardíacos e musculares.

3. Psicoterapia

Nos casos em que a inanição é causada por distúrbios alimentares ou até mesmo por sofrimento emocional, como um desastre natural, deslocamento ou perda em um local remoto, é importante o apoio psicológico ou psiquiátrico.

Esse tipo de tratamento pode incluir terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia ou até mesmo medicamentos. Veja o que é psicoterapia.

4. Tratamento específico

Se a inanição foi causada por doenças crônicas, como câncer ou distúrbios gastrointestinais, deve-se fazer o tratamento específico para a doença, como quimioterapia, cirurgia ou medicamentos que melhorem a absorção de nutrientes.

Além disso, em caso de complicações, como insuficiência cardíaca ou insuficiência de múltiplos órgãos, a pessoa deve ser hospitalizada e receber tratamento específico.

5. Acompanhamento nutricional

Durante todo o processo de recuperação, o acompanhamento regular de um nutricionista é essencial para avaliar os hábitos alimentares, o progresso no ganho de peso e monitorar determinados parâmetros sanguíneos para avaliar o estado nutricional da pessoa.

Também é fundamental que tanto a pessoa afetada quanto sua família recebam educação nutricional sobre a importância de uma dieta equilibrada e adequada para evitar recaídas na desnutrição.

Possíveis complicações da inanição

Em estágios avançados, a inanição pode levar a complicações graves, como comprometimento da função imunológica, colapso vascular, insuficiência cardíaca, insuficiência de múltiplos órgãos e até mesmo à morte, se não houver intervenção a tempo.

Além disso, durante o tratamento, especificamente a reintrodução de alimentos, há o risco de desenvolver a síndrome de realimentação, uma condição que pode causar náusea, hipotensão, fraqueza muscular, cãibras, convulsões ou até mesmo coma.

Inanição: o que é, sintomas, causas e tratamento