Mielite transversa: o que é, sintomas, causas e tratamento

A mielite transversa, ou apenas mielite, é uma inflamação da medula espinhal que pode acontecer como consequência de infecções por vírus ou bactérias, ou ser consequência de doenças autoimunes.

Foto doutora realizando uma consulta
Encontre um Neurologista perto de você! Parceria com Buscar Médico

Os principais sinais e sintomas desta condição acontecem devido ao comprometimento da medula óssea e, por isso, os mais comuns incluem paralisia muscular, dor nas costas, fraqueza muscular, diminuição da sensibilidade e paralisia das pernas e/ou braços. 

O tratamento para a mielite tem como objetivo promover a qualidade de vida da pessoa e deve ser indicado por um neurologista. Normalmente, o médico indica a realização de tratamento específico para a causa da mielite, mas também pode indicar sessões de fisioterapia para estimular a movimentação dos músculos e evitar a paralisia.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os principais sintomas da mielite transversa são:

  • Dor na coluna, especialmente na parte de baixo das costas;
  • Formigamento ou sensação de queimação no peito, abdômen, pernas ou braços;
  • Fraqueza nos braços ou pernas, com dificuldade de segurar objetos ou andar;
  • Inclinação da cabeça para frente, e dificuldade para engolir; 
  • Dificuldade para segurar a urina ou fezes.

Uma vez que a mielite pode afetar a bainha de mielina das células nervosas, a transmissão de estímulos nervosos vai sendo mais prejudicada ao longo do tempo e, por isso, é comum que os sintomas vão piorando a cada dia, tornando-se mais intensos e podendo, até, surgir paralisia dos membros.

Quando a porção da coluna afeta é mais inferior, é possível que a pessoa perca os movimentos das pernas, e quando a área afetada está próxima ao pescoço, a pessoa afetada pode perder os movimentos dos ombros e braços. Nos casos mais graves pode-se ainda apresentar dificuldade para respirar e engolir, havendo necessidade de internamento hospitalar. 

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico inicial é normalmente realizado pelo clínico geral ou ortopedista a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa. Na suspeita de mielite transversa, é normalmente indicado que a pessoa consulte o neurologista para que seja feito o diagnóstico completo e seja iniciado o melhor tratamento.

Assim, o médico além de avaliar os sintomas e o histórico de doenças, geralmente também pede alguns exames de diagnóstico, como ressonância magnética, punção lombar e vários exames de sangue, que ajudam a fazer o diagnóstico diferencial e confirmar o diagnóstico da mielite transversa.

Marque uma consulta com o neurologista mais próximo, usando a ferramenta a seguir, para investigar o risco de mielite transversa:

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Possíveis causas

A mielite transversa é uma situação rara mas que pode acontecer como consequência de algumas situações, sendo as principais:

  • Infecções virais, especialmente no pulmão (Mycoplasma pneumoniae) ou no sistema digestivo;
  • Enterovírus, como EV-A71 e EV-D68;
  • Rinovírus;
  • Infecções por parasitas, como toxoplasmose ou cisticercose;
  • Esclerose múltipla;
  • Neuromielite óptica;
  • Doenças autoimunes, como lúpus ou síndrome de Sjögren.

Embora seja muito raro, também existem relatos de casos de mielite transversa que surgiram após tomar uma vacina contra a hepatite B ou contra sarampo, caxumba ou catapora.

Mielite transversa e vacinação da COVID-19

O Comitê de Avaliação do Risco de Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), recomenda a adição da mielite transversa como um dos possíveis efeitos colaterais das vacinas contra a COVID-19, da Janssen e da Astrazeneca [1]. Esta recomendação surgiu após a avaliação de alguns casos registrados de pessoas que desenvolveram mielite transversa após a vacinação.

Ainda assim, a EMA garante que o benefício da vacinação é muito superior ao risco oferecido pela mielite transversa, devendo-se manter o uso das vacinas, especialmente em grupos de maior risco para complicações graves da COVID-19. Saiba mais sobre as vacinas para a COVID-19.

Como é feito o tratamento

O tratamento da mielite varia bastante de acordo com cada caso, mas normalmente é iniciado com o uso de remédios para tratar possíveis infecções, reduzir a inflamação da medula e aliviar os sintomas, melhorando a qualidade de vida. Alguns dos medicamentos mais usados incluem:

  • Corticoides injetáveis, como Metilprednisolona ou Dexametasona: reduzem rapidamente a inflamação da medula espinhal e diminuem a resposta do sistema imune, aliviando os sintomas;
  • Terapia de troca de plasma: é usado em pessoas que não apresentaram melhora com a injeção de corticoides e funciona por retirar o excesso de anticorpos que podem estar causando a inflamação da medula;
  • Remédios antivirais: para tratar qualquer possível infecção viral que esteja ativa e prejudicando a medula;
  • Analgésicos, como Acetominofeno ou Naproxeno: para aliviar a dor muscular e qualquer outro tipo de dor que possa surgir.

Após esta terapia inicial, e quando os sintomas estão mais controlados, o médico pode aconselhar sessões de fisioterapia para ajudar a fortalecer os músculos e treinar a coordenação, que pode estar afetada pela doença. Embora a fisioterapia não possa curar a doença, pode melhorar muito a força muscular, coordenação dos movimentos, facilitando a própria higiene e outras tarefas do dia-a-dia.

Em alguns casos, pode ainda ser necessário fazer sessões de terapia ocupacional, para que a pessoa aprenda a fazer as atividades diárias com as novas limitações que podem surgir com a doença. Mas em muitos casos há uma recuperação total em algumas semanas ou meses.