O que é:
A mioclonia é a contração muscular involuntária repentina ou movimento breve, rápido, involuntário, brusco e semelhante a um choque, causada pela contração de um músculo ou de grupos musculares. A mioclonia pode surgir devido a alterações do sistema nervoso, problemas metabólicos, reação a medicamentos ou ser consequência da prática de atividade física ou ansiedade, por exemplo.
Esse espasmo repentino na maioria dos casos acontece em um dos membros e pode variar de intensidade, no entanto, pode também afetar os músculos da fala ou gastrointestinais, resultando em sintomas como dificuldade para falar e deglutir, em alguns casos.
O tratamento da mioclonia deve ser feito pelo clínico geral ou reumatologista de acordo com sua causa, podendo ser recomendado o uso de remédios anticonvulsivantes, tranquilizantes ou cirurgia, por exemplo, especialmente nos casos em que os espasmos são frequentes e interferem na qualidade de vida.
Sintomas de mioclonia
Geralmente, pessoas com mioclonia descrevem uma espécie de espasmo muscular repentino, breve, involuntário, como se fosse um choque e que pode variar de intensidade e frequência. O espasmo pode ser em apenas uma parte do corpo ou em várias, e, em casos muito graves, pode interferir na alimentação e na forma de falar ou andar.
Possíveis causas
A mioclonia pode ser desencadeada por várias situações, de forma que pode ser classificada em alguns tipos principais de acordo com a sua causa:
1. Mioclonia do sono
A mioclonia noturna é quando os espasmos musculares acontecem durante o sono, quando a pessoa sente que está caindo ou em desequilíbrio, e acontece normalmente quando se está a adormecer, em que os braços ou pernas se mexem involuntariamente.
Ainda não se sabe ao certo qual a causa que está na origem desses movimentos, mas acredita-se que consiste numa espécie de conflito cerebral, em que o sistema que mantém a pessoa desperta interfere com o sistema que induz o sono, resultando no espasmo.
2. Mioclonia fisiológica
Este tipo de mioclonia ocorre em pessoas normais e saudáveis e raramente necessita tratamento, já que pode estar relacionada com situações normais do organismo. Algumas das causas da mioclonia fisiológica são soluços, tremores ou espasmos devido à ansiedade ou exercício físico e a mioclonia noturna, que é caracterizada pelos espasmos musculares durante o início do sono que pode estar relacionada com alterações nervosas.
3. Mioclonia idiopática
Na mioclonia idiopática, o movimento mioclônico aparece espontaneamente, sem estar associado a outros sintomas ou doenças, podendo interferir nas atividades do dia a dia. A sua causa é ainda desconhecida, mas normalmente está associada a fatores hereditários.
4. Mioclonia epilética
Este tipo de mioclonia ocorre em parte devido a um distúrbio epilético, onde são produzidas convulsões que causam movimentos rápidos, tanto nos braços, como nas pernas.
5. Mioclonia secundária
Também conhecida por mioclonia sintomática, geralmente ocorre como resultado de outra doença ou condição médica, como lesão na cabeça ou na medula espinhal, infecção, falência do rim ou fígado, doença de Gaucher, envenenamento, privação de oxigênio prolongada, reação a medicamentos, doenças autoimunes e metabólicas.
Além destas, existem outras condições relacionadas com o sistema nervoso central, que também podem resultar em mioclonia secundária, como é o caso de AVC, tumor cerebral, doenças de Huntington, doença de Creutzfeldt-Jakob, doença de Alzheimer e Parkinson, degeneração corticobasal ou demência frontotemporal.
Como é feito o tratamento
O tratamento da mioclonia nem sempre é necessário, no entanto, o clínico geral ou o reumatologista pode indicar o tratamento, que varia de acordo com a causa da mioclonia, com o objetivo de aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Os principais tratamentos para a mioclonia são:
- Tranquilizantes, como o clonazepam, geralmente são a primeira opção de tratamento para a mioclonia cortical. No entanto, pode causar efeitos colaterais, como perda de coordenação e sonolência;
- Anticonvulsivantes, como o ácido valproico, primidona ou levetiracetam, pois ajudam a controlar as crises convulsivas, e a reduzir os sintomas da mioclonia. Os efeitos colaterais desses remédios são náusea, cansaço, tontura ou sedação;
- Injeções de botox, pois podem ajudar a tratar várias formas de mioclonia periférica, principalmente quando apenas uma parte do corpo esta afetada. A toxina botulínica bloqueia a liberação de um mensageiro químico que provoca a contração muscular.
Além disso, nos casos em que a mioclonia está relacionada com a presença de um tumor ou uma lesão no cérebro ou na medula espinhal, por exemplo, pode ser recomendada a realização de cirurgia.