A neuropatia diabética é uma complicação da diabetes, caracterizada pela degeneração progressiva dos nervos, que pode diminuir a sensibilidade ou causar o aparecimento de dor em várias partes do corpo, sendo mais comum nas extremidades, como as mãos ou os pés.
O desenvolvimento da neuropatia diabética geralmente é lento e pode causar sintomas como dor, formigamento, sensação de queimação ou perda de sensibilidade. Mesmo que não tenha cura, é possível controlar a neuropatia por meio do tratamento adequado do diabetes e uso de medicamentos como analgésicos e antidepressivos. Saiba mais como é feito o tratamento para dor neuropática.
Em caso de suspeita de neuropatia diabética, é importante consultar o endocrinologista ou neurologista para que seja feita uma avaliação detalhada e, assim, ser possível iniciar o tratamento apropriado.
Tipos de neuropatia diabética
A neuropatia diabética pode ser classificada de acordo com os sintomas presentes e a sua localização. Os principais tipos de neuropatia incluem:
- Neuropatia focal ou multifocal: os sintomas indicam que um nervo específico das mãos, dos pés, das pernas, do tronco ou da cabeça está comprometido.
- Polineuropatia diabética: é caracterizada por sintomas que afetam principalmente as mãos e os pés e tendem a progredir na direção do tronco.
- Neuropatia motora proximal: caracteriza-se por sintomas que envolvem principalmente as coxas, quadris, nádegas, abdômen e tórax, geralmente de apenas um lado do corpo, mas podendo se espalhar para o outro lado;
- Neuropatia autonômica: afeta o controle de órgãos do corpo como o coração, bexiga, estômago, intestinos e órgãos sexuais.
Geralmente, a classificação é feita pelo médico, que leva em consideração os sintomas presentes e as informações obtidas a partir do exame físico. No entanto, em alguns casos pode ser necessário realizar outros exames como a eletroneuromiografia e estudos de condução nervosa.
Principais sintomas
Os principais sintomas da neuropatia diabética incluem:
- Sensação de formigamento, queimação, eletricidade, pontadas, dor, dormência ou peso em partes do corpo, principalmente nas mãos ou pés;
- Dor ao toque ou perda da sensibilidade;
- Fraqueza para realizar esforços;
- Cansaço fácil;
- Sensação de insegurança para andar;
- Dificuldade para levantar-se da posição sentada;
- Tremor do músculo;
- Ausência de sintomas de hipoglicemia, como confusão, tontura, fome, tremor ou diminuição da coordenação motora;
- Prisão de ventre;
- Dificuldade de digestão ou dificuldade de engolir;
- Secura vaginal;
- Disfunção erétil;
- Aumento ou redução da produção de suor;
- Queda da pressão arterial;
- Problemas de bexiga como necessidade urinar frequentemente ou ter urgência em urinar;
- Dificuldade para enxergar.
Os sintomas podem afetar diferentes partes do corpo de acordo com o tipo de neuropatia e podem passar despercebidos por muito tempo. No entanto, a dor, quando presente, tende a ser pior à noite ou durante o repouso e pode melhorar ao caminhar. Além disso, quando ocorre perda de sensibilidade há maior risco de ferimentos e úlceras nos pés, causando o chamado pé diabético. Entenda melhor o que é o pé diabético e como tratar.
Em caso de suspeita de neuropatia diabética, é importante consultar um endocrinologista ou neurologista para uma avaliação detalhada.
Causa da neuropatia diabética
A neuropatia diabética é uma complicação do diabetes e afeta principalmente as pessoas que não fazem o tratamento adequado, apresentando frequentemente níveis de açúcar altos no sangue, que geram danos progressivos nos nervos.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da neuropatia diabética é feito pelo endocrinologista ou neurologista e é baseado nos sinais e sintomas apresentados e no histórico da doença. Além disso, o médico deve realizar um exame físico para verificar como está a força e o tônus muscular, testar o reflexo dos tendões e analisar a sensibilidade ao toque e à mudanças de temperatura, como frio e calor.
O médico também pode realizar ou solicitar exames específicos para confirmar o diagnóstico, como teste de condução nervosa, em que é medida a rapidez com que os nervos dos braços e pernas conduzem sinais elétricos, eletroneuromiografia, que mede as descargas elétricas produzidas nos músculos, ou teste autonômico, que pode ser feito para determinar mudanças na pressão arterial em posições diferentes.
Tratamento para neuropatia diabética
O tratamento para neuropatia diabética deve ser orientado por um endocrinologista ou neurologista e, normalmente, é feito para aliviar os sintomas, evitar complicações e diminuir a evolução da doença.
O tratamento da neuropatia diabética pode incluir medicamentos como:
- Antidiabéticos, como injeções de insulina ou ingestão de antidiabéticos orais, para controlar os níveis de açúcar no sangue;
- Anticonvulsivantes, como pregabalina ou gabapentina para aliviar a dor;
- Antidepressivos, como amitriptilina, imipramina, duloxetina ou venlafaxina que ajudam a aliviar a dor leve a moderada;
- Analgésicos opióides tomados por via oral, como tramadol, morfina, oxicodona ou metadona, ou adesivo, como fentanil transdérmico ou buprenorfina transdérmica.
Além disso, para o tratamento de complicações da neuropatia diabética, pode ser necessário cuidados com diferentes especialistas, como urologista para tratar problemas do trato urinário, com medicamentos que regulam a função da bexiga ou remédios para disfunção erétil, por exemplo, ou um cardiologista para controlar a pressão arterial e evitar a cardiomiopatia diabética. Saiba o que é a cardiomiopatia diabética e como tratar.
A neuropatia diabética tem cura?
A neuropatia diabética não tem cura, no entanto, é possível reduzir a progressão da neuropatia por meio do controle adequado do diabetes e tratamento dos sintomas causados com o uso de medicamentos como antidepressivos e analgésicos.
Além disso, é possível que a adoção de uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas regulares tenha algum benefício na recuperação da sensibilidade normal.
Como evitar a neuropatia
A neuropatia diabética geralmente pode ser evitada se os níveis de glicose no sangue forem controlados rigorosamente. Para isso, algumas medidas incluem:
- Fazer acompanhamento médico regular;
- Monitorar os níveis de glicose no sangue em casa com glicosímetros, conforme orientação médica;
- Tomar os medicamentos ou injetar a insulina, conforme prescrito pelo médico;
- Praticar atividades físicas de forma regular como caminhada leve, natação ou hidroginástica, por exemplo.
Deve-se ainda fazer uma alimentação equilibrada que inclua fibras, proteínas e gorduras boas, e evitar alimentos com muito açúcar como biscoitos, refrigerantes ou bolos. Confira como fazer a dieta para diabetes.
