Disartria: o que é, tipos e tratamento

Atualizado em setembro 2021

Disartria é uma alteração da fala, geralmente, provocada por um distúrbio neurológico, como um AVC, paralisia cerebral, doença de Parkinson, miastenia gravis ou esclerose lateral amiotrófica, por exemplo.

Uma pessoa com disartria não consegue articular e pronunciar bem as palavras devido a uma alteração no sistema responsável pela fala, envolvendo músculos da boca, língua, laringe ou cordas vocais, o que pode proporcionar dificuldades na comunicação e isolamento social.

Para tratar a disartria, é importante a realização de exercícios e acompanhamento com fonoaudiólogo, como forma de promover melhora na articulação das palavras e sons emitidos, sendo também essencial que o médico identifique e trate o que provocou esta alteração.

Imagem ilustrativa número 1

Como identificar

Na disartria existe uma alteração na produção das palavras, com dificuldades para movimentar a língua ou os músculos da face, gerando sinais e sintomas como fala lenta, arrastada ou pastosa. Em outros casos, a fala pode estar acelerada ou balbuciada, assim como pode estar muito baixa ou sussurrada.

Além disso, a disartria pode estar acompanhada de outras alterações neurológicas, como a disfagia, que é dificuldade em deglutir os alimentos, a dislalia, que é alteração na pronúncia das palavras, ou mesmo uma afasia, que é a alteração na expressão ou na compreensão da linguagem. Entenda o que é a dislalia e como tratar.

Tipos de disartria

Existem diferentes tipos de disartria, e suas características podem variar de acordo com o local e o tamanho da lesão neurológica ou a doença que provoca o problema. Os principais tipos incluem:

  • Disartria flácida: é uma disartria que, geralmente, produz uma voz rouca, com pouca força, anasalada e com a emissão imprecisa das consoantes. Costuma acontecer em doenças que provocam lesão no neurônio motor inferior, como miastenia gravis ou paralisia bulbar, por exemplo;
  • Disartria espástica: também costuma provocar uma voz anasalada, com consoantes imprecisas, além de vogais distorcidas, gerando uma voz tensa e "estrangulada". Pode estar acompanhada de espasticidade e reflexos anormais dos músculos da face. Mais frequente em lesões do nervo motor superior, como acontece em um traumatismo crânio-encefálico;
  • Disartria atáxica: esta disartria pode provocar uma voz áspera, com variações na entonação dos acentos, havendo uma fala lentificada e um tremor nos lábios e língua. Pode lembrar a fala de alguém alcoolizado. Costuma surgir nas situações em que há lesões relacionadas à região do cerebelo;
  • Disartria hipocinética: há uma voz rouca, soprosa e trêmula, com imprecisão na articulação, havendo também alteração na velocidade da fala e tremor de lábio e língua. Pode ocorrer em doenças que provocam alterações na região do cérebro chamada gânglios da base, mais comum na doença de Parkinson;
  • Disartria hipercinética: ocorre uma distorção na articulação das vogais, provocando uma voz áspera e com interrupção na articulação das palavras. Pode acontecer em casos de lesão do sistema nervoso extrapiramidal, frequentes em casos de coréia ou distonia, por exemplo.
  • Disartria mista: apresenta alterações características de mais de um tipo de disartria, e pode acontecer em diversas situações, como na esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica ou traumatismo crânio-encefálico, por exemplo.

Para identificar a causa da disartria, o neurologista irá avaliar os sintomas, o exame físico, e solicitar exames como tomografia computadorizada, ressonância magnética, eletroencefalograma, punção lombar e estudo neuropsicológico, por exemplo, que detectam as principais alterações relacionadas ou que provocam esta alteração na fala.

Como é feito o tratamento

O tratamento depende da causa e da gravidade da disartria, sendo que o médico poderá indicar cirurgias para corrigir alterações anatômicas ou remover um tumor, ou indicar o uso de medicamentos para aliviar os sintomas, como no caso da doença de Parkinson, por exemplo.

No entanto, a principal forma de tratamento é feito com terapias de reabilitação, com técnicas de fonoaudiologia para melhorar a emissão da voz, regular a intensidade, articular melhor as palavras, exercitar a respiração ou, até, programar formas alternativas de comunicação. A realização de exercícios indicados pelo fonoaudiólogo também são muito importantes para melhorar a mobilidade da articulação da mandíbula e ajudar fortalecer os músculos da face.