O que é:
A paracoccidioidomicose é uma infecção provocada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis, que pode ser encontrado no solo e em vegetais, e que pode afetar diversos locais do corpo, especialmente pulmões, boca, garganta, pele e gânglios linfáticos.
Essa infecção é adquirida por meio da inalação de esporos que podem ficar dispersos no ambiente, especialmente em locais com poeira, podendo causar sintomas como falta de apetite, emagrecimento, tosse, febre, coceira, úlceras na boca e surgimento de ínguas.
Na presença de sintomas sugestivos de paracoccidioidomicose é importante consultar um clínico geral, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado, que costuma ser com o uso de antifúngicos.
Principais sintomas
Os principais sintomas de paracoccidioidomicose são:
- Perda de apetite e fraqueza;
- Palidez;
- Emagrecimento;
- Febre;
- Falta de ar e tosse, que pode conter sangue;
- Feridas na pele ou mucosas, principalmente na face, boca, lábios, gengivas, provocando dificuldades na mastigação e deglutição;
- Surgimento de ínguas;
- Aumento do fígado e do baço.
Nos casos mais graves, a doença também pode atingir órgãos como cérebro, intestinos, ossos ou rins, por exemplo.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da paracoccidioidomicose é feito pelo clínico geral ou infectologista a partir da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela pessoa e do histórico de saúde. Além disso, é também recomendada a realização de alguns exames como radiografia de tórax, hemograma, medidores de inflamação e avaliação das funções dos rins e fígado, por exemplo.
A confirmação da infecção é feita a partir da identificação do fungo em uma biópsia de alguma lesão, no entanto, outros exames úteis incluem a coleta de escarro, aspirado pulmonar, raspagem de lesões ou cultura do fungo. Além disso, também existem exames de sangue capazes de identificar anticorpos contra o fungo, que podem ajudar no diagnóstico e no acompanhamento do tratamento da doença.
Como acontece a transmissão
A paracoccidioidomicose acontece a partir da inalação de esporos do fungo Paracoccidioides brasiliensis. Este fungo vive no solo das plantações, por isso é comum afetar moradores de áreas rurais, agricultores e lavradores, por exemplo, pois a pessoa pode inalar o fungo junto com a poeira da terra.
Após instalados nos pulmões, o fungo da paracoccidioidomicose pode causar doença por 2 caminhos diferentes:
- Se espalha pela corrente sanguínea e linfática para outros órgãos do corpo, como pele, gânglios linfáticos, fígado, baço, pele e cérebro;
- Permanece silencioso, de forma latente, dentro de lesões provocadas nos pulmões durante muitos anos, até que a doença se desenvolva, principalmente durante situações de enfraquecimento da imunidade, como desnutrição, alcoolismo, uso de remédios imunossupressores ou infecção pelo HIV, por exemplo.
O segundo caminho é o mais frequente pois, em geral, é mais comum se contaminar com o fungo ainda quando criança ou adolescente, no entanto, geralmente os sintomas surgem na idade adulta. É importante lembrar que a paracoccidioidomicose não é transmissível de uma pessoa para a outra, nem pelo contato direto e nem pelo compartilhamento de objetos pessoais.
Assim, para prevenir a infecção, é recomendado que as pessoas que trabalham em áreas rurais tenham atenção à higiene pessoal, lavando sempre as mãos e banhando-se ao fim do dia, além de usar sempre equipamentos de proteção individual adequados, com vestuário apropriado, luvas, máscara e botas.
Como é feito o tratamento
O tratamento da paracoccidioidomicose deve ser orientado pelo clínico geral ou infectologista, sendo normalmente recomendado o uso de medicamentos antifúngicos como Itraconazol, Fluconazol, Cetoconazol ou Voriconazol, por exemplo. O tratamento pode ser feito em casa, com o uso dos comprimidos e pode durar meses a anos.
Nos casos mais graves, em que há intensa fraqueza ou comprometimento grave do pulmões e outros órgãos, pode ser necessária a internação no hospital e a utilização de medicamentos mais potentes, que são administrados diretamente na veia, como Anfotericina e Rifampicina.