Primeiros socorros para diabéticos

Para se poder socorrer um diabético, é importante saber se se trata de um episódio de excesso de açúcar no sangue (hiperglicemia), ou de falta de açúcar no sangue (hipoglicemia), já que ambas situações podem acontecer.

Foto doutora realizando uma consulta
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A hiperglicemia é mais comum em diabéticos que não fazem o tratamento adequado ou não seguem uma dieta equilibrada, já a hipoglicemia é mais comum em pessoas que estão fazendo o tratamento com insulina ou que ficaram muito tempo sem comer, por exemplo.

Se possível, a primeira coisa que se deve fazer é verificar a glicemia da pessoa, com um aparelho adequado para medir a quantidade de açúcar no sangue. Geralmente, valores abaixo de 70 mg/dL indicam uma hipoglicemia e valores muito acima de 180 mg/dL podem indicar hiperglicemia, especialmente se a pessoa não tiver acabado de comer.

Imagem ilustrativa número 1

1. Hiperglicemia - açúcar alto

Quando o açúcar está alto no sangue, também chamado de hiperglicemia, o valor do aparelho vai apresentar valores acima de 180 mg/dL, em jejum, ou acima de 250 mg/dL, a qualquer hora do dia.

Além disso, a pessoa pode apresentar confusão, sede excessiva, boca seca, cansaço, dor de cabeça e hálito alterado. Nestes casos, deve-se:

  1. Procurar uma seringa de insulina SOS, que a pessoa possa ter para situações de emergência;
  2. Injetar a seringa na região ao redor do umbigo ou na parte superior do braço, fazendo uma prega com os dedos, mantendo-a até ao final da injeção, como mostra a imagem;
  3. Se, passado 15 minutos, o valor do açúcar continuar igual, deve-se chamar ajuda médica, ligando imediatamente para o número 192 ou levar a pessoa para o hospital;
  4. Caso a vítima esteja inconsciente, mas respirando deve-se colocar na posição lateral de segurança, enquanto se aguarda a chegada da ajuda médica. Saiba como fazer corretamente a posição lateral de segurança.

No caso em que não existe uma seringa de insulina de emergência, o recomendado é chamar imediatamente a ajuda médica ou levar a pessoa para o hospital, para que seja administrada a dose adequada de insulina.

Além disso, caso se administre a insulina, é importante ficar atento ao valor de açúcar no sangue durante a hora seguinte, pois existe risco de o valor descer muito se a dose de insulina tiver sido mais elevada que o necessário. Se o valor ficar abaixo de 70 mg/dL é importante colocar açúcar diretamente no interior das bochechas e por baixo da língua, para que o valor aumente e estabilize.

2. Hipoglicemia - açúcar baixo

Quando os níveis de açúcar estão baixos no sangue, chamado de hipoglicemia, o aparelho mostra glicemia inferior a 70 mg/dL e é comum que a pessoa apresente sinais como tremores, pele fria, suores, palidez ou desmaio. Nestes casos, é importante:

  1. Colocar 1 colher de sopa de açúcar ou 2 pacotes de açúcar no interior das bochecas e debaixo da língua;
  2. Caso o valor de açúcar no sangue não aumente ou os sintomas não melhorem em 10 minutos, deve-se voltar a dar açúcar à pessoa;
  3. Se passado mais 10 minutos o nível de açúcar ou os sintomas continuarem iguais, deve-se chamar a ajuda médica, ligando imediatamente para o número 192 ou levar a pessoa para o hospital;
  4. Se a pessoa ficar inconsciente, mas respirando, deve-se colocar na posição lateral de segurança enquanto espera pela ajuda médica. Veja como fazer a posição lateral de segurança.

Quando o valor de açúcar no sangue fica baixo por muito tempo, é possível que a pessoa entre em parada cardíaca. Por isso, caso se observe que a pessoa não está respirando deve-se chamar a ajuda médica e iniciar rapidamente a massagem cardíaca.

Veja como fazer a massagem cardíaca corretamente.

Outros primeiros socorros importantes para diabéticos

Além das situações mais graves, como hiperglicemia ou hipoglicemia, também existem outros primeiros socorros que são importantes em situações do dia-a-dia, que podem representar um maior risco de complicações para o diabético, como ter uma ferida na pele ou torcer o pé, por exemplo.

1. Feridas na pele

Quando o diabético se machuca, é importante cuidar muito bem da ferida, pois mesmo que seja pequena e superficial, a ferida do diabético tem maiores chances de apresentar complicações como úlceras ou infecções, especialmente quando acontece em locais mais úmidos ou abafados como os pés, as dobras da pele ou a virilha, por exemplo.

Durante o tratamento, é importante ter cuidados para evitar infecções, devendo-se:

  • Usar toalhas limpas para secar a região da pele afetada;
  • Evitar contato com animais domésticos;
  • Evitar locais com areia ou terra;
  • Evitar roupas ou sapatos apertados sobre o machucado.

Assim, o ideal é manter a ferida sempre limpa, seca e afastada de situações que possam piorar o ferimento, principalmente até que a cicatrização esteja completa.

Além de cuidar da ferida, também é essencial estar atento a alguns sinais que indicam o desenvolvimento de complicações, como surgimento de vermelhidão, inchaço, dor forte ou pus no local. Nestes casos, é recomendado ir ao clínico geral.

Já quando a ferida é muito pequena, mas demora mais de 1 mês para cicatrizar, é aconselhado ir em uma consulta de enfermagem, para avaliar a necessidade de fazer um tratamento mais especializado, com curativos que favorecem a cicatrização.

2. Torcer o pé

Se o diabético torcer o pé ou outra articulação, deve parar a prática de atividade física e evitar forçar o local afetado, além de evitar andar por muito tempo e subir escadas, por exemplo.

Além disso, deve-se manter o pé elevado, para favorecer a circulação e colocar gelo no local afetado durante 20 minutos, 2 vezes por dia, lembrando de enrolar o gelo em um pano úmido para evitar queimar a pele.

A torção geralmente causa inchaço e dor, podendo deixar a região mais quente e com manchas roxas. Nos casos mais graves, em que ocorra dor intensa e inchaço que não melhora, deve-se procurar o médico para avaliar a gravidade da lesão e verificar se houve fratura.

Sinais de alerta para ir ao médico

O médico deve ser procurado nas seguintes situações:

  • Açúcar alto, com uma glicemia capilar superior a 180 mg/dL por mais de 1 hora, em jejum, ou superior a 250 mg/dL por mais de 1 hora, após comer, ou quando o paciente fica inconsciente. 
  • Açúcar baixo, com glicemia capilar inferior a 70 mg/dL por mais de 30 minutos, ou quando o paciente fica inconsciente;
  • Feridas complicadas na pele, com febre superior a 38ºC; presença de pus na ferida; aumento da vermelhidão, do inchaço e da dor no local; piora do processo de cicatrização da ferida, perda de sensibilidade à volta da ferida ou formigamento, ou presença de suor e arrepios no corpo. Esses sinais indicam que o local do ferimento pode estar infeccionado, sendo maior o risco de piora da ferida e de complicações, como úlceras.

Nos casos mais graves, quando que estes sinais são ignorados e não é feito o tratamento adequado, o tecido afetado pode sofrer necrose, que acontece quando a região não recebe oxigênio suficiente e os tecidos morrem, podendo ser preciso amputar o membro afetado.

Nestes casos deve-se chamar rapidamente ajuda médica, ligando o 192.

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