O que é:
A silicose é uma doença pulmonar causada pela inalação do pó de sílica, o que resulta em sintomas como tosse intensa, dor no peito e dificuldade para respirar, que podem surgir algumas semanas ou anos após a exposição ao pó de sílica.
Essa doença é mais comum de acontecer devido a atividade profissional, em pessoas expostas constantemente ao pó de sílica, que é o principal constituinte da areia, arenito, quartzo ou granito, como mineradores ou pessoas que trabalham fabricação de concreto, tijolos ou vidros, por exemplo.
O tratamento da silicose é feito pelo pneumologista, podendo ser indicados remédios corticoides ou broncodilatadores, para facilitar a respiração e aliviar os sintomas, ou até transplante de pulmão, nos casos mais graves.
Sintomas de silicose
Os principais sintomas de silicose são:
- Dor no peito;
- Tosse seca intensa e persistente;
- Sudorese noturna;
- Falta de ar que piora com o tempo;
- Dificuldade para respirar durante esforços físicos;
- Cansaço excessivo ou fraqueza;
- Perda de peso sem motivo aparente.
Esses sintomas podem surgir algumas semanas ou anos após a exposição ao pó de sílica, sendo que nos estágios iniciais da doença a pessoa pode não ter sintomas.
Além disso, devido à exposição constante ou prolongada ao pó de sílica, pode haver a formação progressiva de tecido fibroso nos pulmões, resultando nos sintomas como tontura e fraqueza devido à baixa oxigenação do sangue.
Além disso, as pessoas com silicose possuem mais chance de desenvolver qualquer tipo de infecção respiratória, principalmente tuberculose.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da silicose é feito pelo médico do trabalho ou pneumologista através da avaliação dos sintomas, atividade profissional, testes de função pulmonar e exames de imagem, como raio X de tórax ou tomografia computadorizada.
Além disso, nos casos dos exames de imagem não serem suficientes para confirmar o diagnóstico da silicose, o médico pode solicitar uma broncoscopia, que é um exame que permite obter imagens do interior das vias aéreas, identificando qualquer tipo de alteração. Entenda como é feita a broncoscopia.
Tipos de silicose
A silicose pode ser classificada de acordo com o tempo de exposição à sílica e o tempo em que os sintomas surgem em:
- Silicose crônica: também chamada de silicose nodular simples, que é comum em pessoas que são expostas a pequenas quantidades de sílica diariamente, podendo os sintomas surgirem após 10 a 20 anos de exposição;
- Silicose acelerada: também chamada de silicose subaguda, cujos sintomas começam a surgir 5 a 10 anos após o início da exposição, sendo o sintoma mais característico a inflamação e descamação dos alvéolos pulmonares, podendo facilmente evoluir para a forma mais grave da doença;
- Silicose aguda: é a forma mais grave da doença cujos sintomas podem surgir após poucos meses de exposição à poeira de sílica, e que pode evoluir rapidamente para insuficiência respiratória e levar ao óbito.
O tipo de silicose é identificado pelo médico através da avaliação dos sintomas, bem como de quando surgiram, tempo de atividade profissional e exposição à sílica e exames de imagem.
Possíveis causas
A silicose é causada pela inalação do pó de cristais de sílica, também chamado de dióxido de sílica cristalino, sendo geralmente, associado à exposição ocupacional a essa substância.
As principais atividades profissionais que podem causar exposição à sílica e o desenvolvimento da silicose são:
- Fabricação de concreto, tijolos ou cerâmica;
- Mineração de carvão;
- Escavação de rochas;
- Construção de túneis ou pavimentação de ruas ou estradas;
- Fabricação ou cortes de pedras ou granito;
- Extração de petróleo;
- Siderurgia;
- Jateamento;
- Olaria.
Essas atividades profissionais podem levar à inalação de pequenos cristais de sílica, que podem se depositar nas vias aéreas, provocando uma resposta dos macrógafos dos alvéolos pulmonares, que são células do sistema imunológico, para “neutralizar” o pó de sílica.
Isto resulta na liberação de liberação de substâncias inflamatórias que levam à inflamação e formação de fibrose nos pulmões, e surgimento dos sintomas.
Como é feito o tratamento
O tratamento da silicose deve ser feito com orientação do pneumologista, com o objetivo de aliviar os sintomas, sendo normalmente indicado o uso de medicamentos corticoides ou broncodilatadores, para aliviar a tosse e facilitar a respiração.
Além disso, caso haja sinal de infecção, pode ser recomendado o uso de antibióticos, que são indicados de acordo com o microrganismo causador da infecção.
No caso da silicose crônica ou aguda, o médico pode realizar uma lavagem pulmonar, utilizando soro fisiológico, que é depois drenado para retirar o pó de sílica dos espaços aéreos pulmonares.
Caso haja evolução da doença ou complicações, o médico pode recomendar a realização do transplante de pulmão para que a pessoa tenha a qualidade de vida restabelecida. Veja como é feito o transplante de pulmão e como é o pós operatório.
Possíveis complicações
A silicose pode causar algumas complicações, como:
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
- Enfisema pulmonar;
- Tuberculose ou outras infecções pulmonares;
- Bronquite crônica;
- Doenças autoimunes, como artrite reumatoide, esclerodermia ou lúpus;
- Câncer de pulmão;
- Insuficiência pulmonar ou cardíaca;
- Doença renal crônica.
Por isso, deve-se seguir o tratamento da silicose conforme orientação do médico para que sejam evitadas complicações da doença.
Como prevenir
Para prevenir a silicose, é importante que sejam utilizados equipamentos de proteção com a finalidade de evitar a exposição ao pó de sílica e desenvolvimento da doença.
Por isso, é de extrema importância que as pessoas que trabalham nesse ambiente usem óculos de proteção e máscaras com filtros que sejam capazes de filtrar as pequenas partículas de sílica.
Além disso, é importante que sejam adotadas medidas para controlar a produção de poeira no ambiente de trabalho.