Síndrome de HELLP é uma complicação da gravidez caracterizada pela destruição das hemácias, aumento das enzimas do fígado e diminuição da quantidade de plaquetas no sangue. É mais comum após as 28 semanas de gravidez.
Esta síndrome pode causar sintomas como mal estar geral, náuseas, vômitos, dor de cabeça e/ou dor do lado direito na parte superior da barriga, que podem ser confundidos com doenças como gastrite, gripe ou hepatite aguda.
Em caso de suspeita de síndrome de HELLP, é importante procurar uma emergência obstétrica para que a síndrome seja identificada de forma precoce e tratada o mais rápido possível para evitar complicações, como parto prematuro e descolamento de placenta.
Sintomas da síndrome de HELLP
Os principais sintomas da síndrome de HELLP são:
- Mal-estar geral;
- Dor na boca do estômago ou abaixo das costelas à direita;
- Dor de cabeça;
- Náusea e vômitos;
- Cansaço;
- Inchaço nas pernas;
- Pressão alta;
- Ganho de peso repentino;
- Pele e olhos amarelados;
- Alterações na visão, como visão embaçada, dupla ou com luzes piscando;
- Sangramento no nariz.
Normalmente, os sintomas da síndrome de HELLP surgem entre as 28 e 37 semanas de gravidez ou nos primeiros 7 dias após o parto. Estes sintomas tendem a piorar à noite e, geralmente, a dor de cabeça não melhora com o uso de analgésicos.
Além disso, os sintomas da síndrome de HELLP algumas vezes podem ser confundidos com os de doenças, como gastrite, gripe e, especialmente em caso de pressão alta, pré-eclâmpsia, sendo importante a sua identificação. Saiba os sintomas de pré-eclâmpsia.
Quem teve síndrome de HELLP pode engravidar novamente?
Caso a mulher tenha tido a síndrome de HELLP e o tratamento tenha sido feito corretamente, a mulher pode engravidar novamente. No entanto, existe o risco de recorrência dessa síndrome em outras gestações.
Por isso, é recomendado que a gestante seja acompanhada de perto pelo obstetra para evitar que tenha alterações durante a nova gravidez.
Possíveis causas
Acredita-se que a síndrome de HELLP ocorre por uma ativação exagerada do sistema imunológico devido a alterações no desenvolvimento da placenta durante a gravidez, provocando uma resposta inflamatória no organismo.
Alguns fatores que podem aumentar o risco da síndrome de HELLP incluem:
- Histórico de síndrome de HELLP, pré-eclâmpsia ou eclâmpsia em gravidez anterior;
- Ter mais de 35 anos;
- Gravidez múltipla;
- Obesidade;
- Doenças, como diabetes e pressão alta.
Além disso, acredita-se que algumas mulheres também tenham uma predisposição genética, aumentando o risco de desenvolver a síndrome de HELLP durante a gravidez.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da síndrome de HELLP é feito pelo obstetra baseado nos sintomas presentes e no resultado de exames, como hemograma, em que são verificadas as características das hemácias e quantidade de plaquetas.
Além disso, o médico normalmente também indica exames que avaliam o fígado, como a dosagem de bilirrubinas, TGO e TGP no sangue, que também podem estar alterados na síndrome de HELLP, para confirmar o diagnóstico. Conheça mais exames que avaliam o fígado.
Como é feito o tratamento
O tratamento para a síndrome de HELLP normalmente é feito na Unidade de Terapia Intensiva para que o obstetra possa avaliar constantemente a evolução da gravidez e indicar qual o melhor momento e o tipo de parto, caso este seja possível.
Normalmente, o tratamento depende do tempo de gestação, sendo comum após a 34ª semana da gravidez a indução do parto, caso a mulher esteja estável, ou cesárea, de forma precoce, para evitar complicações para a mulher ou para o bebê.
Já quando a grávida tem menos de 34 semanas, podem ser feitas injeções de corticoide, como a betametasona, para desenvolver os pulmões do bebê de forma a adiantar o parto. Porém, quando a grávida tem menos de 24 semanas de gestação, este tipo de tratamento pode não ser eficaz, podendo ser necessário fazer a interrupção da gravidez.
Riscos para a gravidez
A síndrome de HELLP pode provocar várias complicações que trazem risco para a gravidez, como:
- Eclâmpsia;
- Descolamento da placenta;
- Coagulação intravascular disseminada (CIVD);
- Trombose;
- Ruptura do fígado;
- Hemorragia cerebral;
- Edema pulmonar ou cerebral;
- injúria renal aguda;
- Restrição de crescimento intrauterino do bebê;
- Parto prematuro;
- Síndrome da angústia respiratória neonatal no bebê.
É importante que aos primeiros sintomas indicativos da síndrome de HELLP, a mulher tenha atendimento médico imediato, para evitar complicações que podem colocar em risco a vida da mulher e do bebê.
Síndrome de HELLP causa sequelas?
A síndrome de HELLP normalmente não deixa sequelas, especialmente quando é identificada e tratada no início, evitando a piora dos sintomas e o desenvolvimento de complicações.
Como prevenir a síndrome
Não há como prevenir o desenvolvimento da síndrome de HELLP. Por isso, é importante seguir as recomendações do obstetra, realizando as consultas de pré-natal e procurando ajuda médica imediatamente em caso de suspeita da síndrome. Saiba como fazer o pré-natal.
Além disso, durante a gravidez é importante manter hábitos saudáveis, fazendo exercícios recomendados pelo obstetra e uma dieta balanceada, para ajudar a controlar doenças como diabetes ou pressão alta, que podem aumentar o risco de desenvolver a síndrome de HELLP. Veja como deve ser a alimentação na gravidez.