Síndrome serotoninérgica: o que é, sintomas e tratamento

Atualizado em abril 2024

Síndrome serotoninérgica é um efeito colateral grave potencialmente fatal do uso remédios serotoninérgicos, causando sintomas como aumento da temperatura corporal, tremor, espasmos musculares, delírio, alucinações, convulsões ou perda da consciência

Essa síndrome é causada pela mudança de dose do remédio, interação medicamentosa ou overdose do uso de remédios que aumentam a serotonina no corpo, como fluoxetina, citalopram, escitalopram, sertralina ou ácido valproico, por exemplo.

O tratamento da síndrome serotoninérgica deve ser feito no hospital, o mais rápido possível, pois é uma emergência médica, sendo normalmente feito com a aplicação de soro na veia, interrupção do uso da medicação que causou a crise e uso de remédios para aliviar os sintomas.

Imagem ilustrativa número 1

Sintomas da síndrome serotoninérgica

Os principais sintomas da síndrome serotoninérgica são:

  • Tremores;
  • Espasmos musculares ou rigidez muscular;
  • Ansiedade, agitação ou irritabilidade;
  • Confusão mental, desorientação, delírio ou alucinações;
  • Hipertermia, com temperatura corporal maior que 38ºC;
  • Pupilas dilatadas;
  • Náuseas e diarreia;
  • Aumento da pressão arterial e batimentos cardíacos.

Em casos mais graves e se não for tratada urgentemente, a síndrome serotoninérgica pode dar origem a sintomas mais severos, como batimentos cardíacos irregulares, perda da consciência, convulsões, coma e morte.

Os sintomas da síndrome serotoninérgica geralmente se desenvolvem rapidamente, em 1 a 6 horas, ou até 24 horas, após o uso do remédio serotoninérgico.

Caso surjam sintomas de síndrome serotoninérgica, deve-se ir imediatamente ao pronto-socorro para iniciar o tratamento, pois é uma emergência médica que pode colocar a vida em risco se não tratada rapidamente.

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Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico da síndrome serotoninérgica é feito pelo clínico geral no hospital através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e de medicamentos serotoninérgicos, e exame físico.

Não existe nenhum exame específico para a síndrome serotoninérgica, no entanto, o médico pode solicitar exames complementares para descartar condições com sintomas semelhantes, como síndrome neuroléptica maligna, hipertermia maligna, meningite ou encefalite, por exemplo.

Leia também: Síndrome neuroléptica maligna: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/sindrome-neuroleptica-maligna

Assim, o médico pode solicitar hemograma completo, eletrólitos no sangue, testes de coagulação sanguínea, creatinina, transaminases hepáticas, exame de urina e toxicológico, tomografia ou ressonância magnética cerebral ou punção lombar, por exemplo. Veja como é feita a punção lombar.

O que causa a síndrome

A síndrome serotoninérgica é causada pelo uso inadequado de remédios que aumentam a quantidade de serotonina no corpo.

Isso pode ocorrer por iniciar o tratamento com algum desses remédios, aumento da dose, tomar mais do que a dose recomendada, overdose ou por interação com outros remédios que estimulem os receptores de serotonina.

Misturar remédios com outras substâncias que potencializam a ação da serotonina, como drogas, também pode levar à ocorrência desta síndrome.

O aumento da atividade da serotonina no sistema nervoso central, pode afetar o cérebro, os músculos e os órgãos do corpo, uma vez que esse neurotransmissor é responsável por regular o humor, o sono, o apetite, o ritmo cardíaco, a temperatura corporal e as funções cognitivas. Veja mais funções da serotonina.

Principais remédios que aumentam a serotonina

Os principais medicamentos que aumentam a serotonina no organismo são:

  • Antidepressivos, como imipramina, clomipramina, amitriptilina, nortriptilina, fluoxetina, paroxetina, citalopram, escitalopram, sertralina, fluvoxamina, venlafaxina, duloxetina, nefazodona, trazodona, bupropiona, mirtazapina, tranilcipromina e moclobemida;
  • Remédios para a enxaqueca do grupo dos triptanos, como zolmitriptana, naratriptana ou sumatriptana;
  • Remédios para a tosse que contêm dextrometorfano, que é uma substância que atua no sistema nervoso central para inibir a tosse;
  • Opioides usados para o tratamento da dor, como codeína, morfina, fentanila, meperidina, oxicodona e tramadol;
  • Remédios para as náuseas e vômitos, como a metoclopramida e o ondansetrona;
  • Anticonvulsivantes, como ácido valproico e carbamazepina;
  • Remédios para doença de Parkinson, como levodopa;
  • Antibióticos, antifúngicos e antivirais, como eritromicina, ciprofloxacino, fluconazol e ritonavir;
  • Drogas ilícitas, como cocaína, anfetaminas, LSD e ecstasy.

Alguns suplementos naturais, como o triptofano, a erva de são joão (hipericão) e o Panax ginseng, quando combinados com antidepressivos, podem também induzir a síndrome serotoninérgica.

Como é feito o tratamento

O tratamento para a síndrome serotoninérgica deve ser feito o mais brevemente possível, no hospital, pelo clínico geral e varia de acordo com a gravidade e tipos de sintomas apresentados. 

Geralmente, nos casos mais leves muitas vezes a interrupção do uso do remédio ou substância que causou a síndrome, é suficiente para aliviar os sintomas.

Em casos moderados a graves, a pessoa é monitorada e poderá receber soro na veia, oxigenoterapia, remédios benzodiazepínicos para tratar a rigidez muscular, convulsões ou agitação, como diazepam ou lorazepam, ou remédios para controlar a pressão arterial, como esmolol, fenilefrina, norepinefrina ou epinefrina, por exemplo.

Em casos mais graves, pode ser necessário tomar remédios que bloqueiem a ação da serotonina, como a ciproeptadina. Veja para que serve a ciproeptadina.

Além disso, a medicação que a pessoa faz deve ser revista e reajustada pelo médico, assim como as doses prescritas.