Bulimia: o que é, sintomas, causas e tratamento

A bulimia é um transtorno caracterizado por episódios de compulsão alimentar, seguido de comportamentos compensatórios para evitar o ganho de peso, como forçar o vômito, usar laxantes ou praticar exercício físico muito intenso.

A maioria dos casos de bulimia, também chamada de bulimia nervosa, acontece em mulheres jovens e, além da preocupação excessiva com o ganho de peso, a pessoa pode também ter transtorno de ansiedade, transtorno de borderline ou transtorno depressivo maior, por exemplo.

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Sempre que for percebido algum sinal indicativo de bulimia, é importante que a pessoa receba apoio dos familiares e seja acompanhado por um nutricionista e psicólogo, com o objetivo de melhorar a sua qualidade de vida e evitar os comportamentos relacionados com a bulimia.

Imagem ilustrativa número 1

Principais sintomas

Os principais sintomas de bulimia são:

  • Vontade incontrolável de comer (compulsão alimentar);
  • Comportamentos compensatórios após as refeições, como forçar o vômito;
  • Usar regularmente laxantes, diuréticos ou inibidores do apetite;
  • Praticar excessivamente exercício físico após comer em excesso;
  • Comer grandes quantidades de alimentos escondido;
  • Sentimentos de angústia e de culpa após comer em excesso;
  • Inflamações frequentes na garganta;
  • Aparecimento recorrente de cáries dentárias e dentes desgastados;
  • Dores abdominais e inflamações no sistema gastrointestinal frequentemente;
  • Menstruação irregular.

Além disso, é possível também que a pessoa apresente sinais e sintomas de desidratação e desnutrição, que acontece como consequência dos hábitos relacionados com a bulimia nervosa, além de depressão, irritabilidade, ansiedade, baixa autoestima e necessidade excessiva do controle de calorias.

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Diferença entre bulimia e anorexia

Na bulimia nervosa a pessoa normalmente possui o peso adequado ou está ligeiramente acima do peso ideal, pois continua se alimentando, mesmo que tenha comportamentos compensatórios para evitar o ganho de peso.

Já na anorexia, é normal que a pessoa esteja muito abaixo do peso considerado ideal, pois é comum que deixe de se alimentar corretamente, colocando várias restrições alimentares que reduzem acentuadamente a quantidade de calorias ingeridas. Entenda melhor como diferenciar a bulimia e a anorexia.

O que causa a bulimia

A bulimia nervosa não tem uma causa definida, no entanto costuma estar relacionada com o culto ao corpo, o que pode ser influenciado diretamente pela mídia ou pelo comportamento da família e de amigos próximos, por exemplo.

Por causa disso, muitas vezes a pessoa interpreta que o seu corpo não é o ideal e passa a "culpabilizá-lo". Com isso, é comum que a pessoa coma o que deseja, mas logo em seguida, devido ao sentimento de culpa, acabe por eliminar o que comeu para que não exista ganho de peso.

Complicações da bulimia

As complicações da bulimia variam de acordo com o comportamento compensatório que se tem após comer, mas podem incluir:

  • Refluxo e feridas no estômago;
  • Desidratação, pele seca, queda de cabelo e unhas quebradiças;
  • Inchaço nas bochechas e deterioração dos dentes;
  • Ausência de menstruação ou alteração do ciclo menstrual;
  • Depressão e mudanças de humor;
  • Insônia, cansaço e fraqueza;
  • Inflamação intestinal e prisão de ventre crônica;
  • Espasmos musculares;

Além disso, pode haver alterações nos ossos, o que leva ao maior risco de osteoporose, e maior chance de problemas cardíacos, pulmonares ou renais.

Para evitar o desenvolvimento das complicações, é importante que a bulimia seja identificada e tratada de acordo com a orientação do psicólogo, psiquiatra e nutricionista.

Como é feito o tratamento

O tratamento da bulimia deve ser orientado pelo psicólogo e/ ou psiquiatra em conjunto com o nutricionista, para que seja iniciada a reeducação alimentar e seja estimulada o desenvolvimento de uma relação mais saudável com a comida para evitar comportamentos compensatórios.

1. Terapia cognitiva comportamental

A realização de terapia cognitiva comportamental é importante para que o psicólogo consiga identificar o comportamento da pessoa e sugerir formas de fazer com que a pessoa pense de outra maneira para enfrentar situações e sentimentos que possam estar relacionados com a bulimia, além de também ser importante para estabelecer estratégias de conscientização corporal e para evitar os comportamentos compensatórios.

Além disso, as sessões de terapia também ser voltadas para entender as relações pessoais do paciente ou momentos difíceis como perdas de entes queridos ou grandes mudanças na vida pessoal ou profissional, com a finalidade de fortalecer os relacionamentos familiares e com amigos, que poderão dar apoio para superar a bulimia.

As sessões de terapia devem ser realizadas 1 a 2 vezes por semana e pode ser também indicada a realização de terapia de grupo, pois nessa situação outras pessoas que também possuem bulimia ou que já foram tratadas podem participar e compartilhar suas experiências, promovendo empatia e estimulando o tratamento.

Leia também: Terapia Cognitiva Comportamental: como é feita e quando é indicada tuasaude.com/terapia-cognitivo-comportamental

2. Acompanhamento nutricional

O acompanhamento nutricional é fundamental no tratamento da bulimia e é feito de forma a esclarecer dúvidas sobre alimentação e calorias dos alimentos, mostrando como fazer escolhas alimentares saudáveis para favorecer o controle ou a perda de peso sem colocar a saúde em risco, além de estimular uma relação saudável com comida.

Dessa forma, o nutricionista elabora um plano alimentar para a pessoa, respeitando suas preferências e estilo de vida, e que promova o desenvolvimento correto e bom funcionamento do organismo. Além disso, o plano alimentar é feito também levando em consideração qualquer deficiência nutricional, podendo em alguns casos ser indicado o uso de suplementos de vitaminas e minerais, por exemplo.

Leia também: Reeducação alimentar: o que é, como fazer e cardápio tuasaude.com/emagrecer-com-reeducacao-alimentar

3. Uso de medicamentos

O uso de medicamentos só é indicado quando durante a terapia o psicólogo verifica sinais de que a bulimia está relacionada com outro transtorno psicológico, como depressão ou ansiedade, por exemplo.

Nesses casos, a pessoa é encaminhada para o psiquiatra para que possa ser feita nova avaliação e ser indicado o medicamento mais adequado, que geralmente são os antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), como a fluoxetina, que ajudam a diminuir a compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios, além de melhorar os sintomas depressivos.

É importante que a pessoa faça uso do medicamento de acordo com a recomendação do psiquiatra, bem como realize consultas regulares, pois assim é possível que seja verificada a resposta ao tratamento e possam ser feitos ajustes nas doses dos medicamentos.