A carência de vitamina A no organismo se reflete principalmente na saúde ocular, podendo levar ao surgimento de problemas nos olhos como xeroftalmia ou cegueira noturna, já que esta vitamina é muito importante para a produção de certos pigmentos visuais que permitem ver todo o espetro de luz.
No entanto, e além disso, a falta de vitamina A também pode causar problemas de pele, enfraquecimento do sistema imune, atraso no crescimento e problemas de reprodução.
Os danos causados pela carência de vitamina A são reversíveis na maior parte dos casos, sendo necessário fazer o tratamento com suplementação da vitamina e aumento das suas fontes alimentares na dieta.
10 consequências da falta de vitamina A
A deficiência em vitamina A pode causar alguns problemas como:
1. Xeroftalmia
A xeroftalmia é uma doença progressiva onde ocorre um aumento do tecido que cobre o olho e secura da superfície externa do olho, podendo vir a causar cegueira.
Os principais sintomas incluem a queimação nos olhos, dificuldade para enxergar em ambientes mais escuros e a sensação de olhos secos.
À medida que a xeroftalmia avança, podem ainda surgir lesões e úlceras na córnea que se manifestam como pequenas manchas brancas no olho, conhecidas como manchas de Bitot e, que, se não forem tratadas, podem causar cegueira. Saiba mais sobre esta complicação e como se trata.
2. Cegueira noturna
A cegueira noturna é uma complicação da xeroftalmia, na qual a pessoa tem dificuldade para enxergar em ambientes com pouca luz, especialmente quando se passa de um local com muita luz para outro mais escuro.
No entanto, pessoas com este problema podem ter uma visão completamente normal durante o dia.
A dificuldade causada pela cegueira noturna normalmente surge quando os níveis de um dos pigmentos dos receptores da retina, conhecido como rodopsina, estão muito baixos, afetando a capacidade do olho para processar os objetos em pouca luz.
A produção de rodopsina geralmente é regulada pela quantidade de vitamina A. Veja como identificar a cegueira noturna.
3. Pele grossa e seca
A falta de vitamina A pode produzir hiperqueratose folicular, que é quando os folículos pilosos da pele ficam entupidos por tampões de queratina, um tipo de proteina, tornando a pele mais grossa.
Esta alteração faz com que a pele fique com um aspeto de "pele de galinha", além de ficar mais seca, escamosa e áspera.
A hiperqueratose normalmente começa na região dos antebraços e das coxas mas, com o tempo, pode se espalhar para todas as partes do corpo.
4. Atraso no crescimento
Níveis baixos de vitamina A no organismo podem causar atrasos no desenvolvimento das crianças, já que é uma vitamina importante para o crescimento dos ossos.
Além disso, a deficiência de vitamina A pode ainda causar alterações no gosto e no olfato, fazendo com que os alimentos percam o seu sabor, o que leva a criança a querer comer menos, acabando por dificultar o desenvolvimento e crescimento.
5. Problemas de fertilidade
A vitamina A é necessária para a reprodução tanto a nível masculino, como feminino, assim como para o desenvolvimento adequado do bebê durante a gestação.
Além disso, a falta desta vitamina parece estar relacionada com o surgimento de abortos espontâneos.
6. Enfraquecimento do sistema imune
O sistema imune pode ficar enfraquecido quando existe falta de vitamina A no organismo, já que a falta desta vitamina afeta o funcionamento das células T, que são células importantes do sistema imune, que ajudam a combater e prevenir infecções causadas por microrganismos.
7. Infecções frequentes
Por diminuir a função do sistema imunológico, a falta de vitamina A aumenta o risco de várias infecções bacterianas, virais ou parasitárias, especialmente infecções respiratórias, urinárias ou gastrointestinais.
8. Dificuldade de cicatrização
A vitamina A também atua no processo de produção do colágeno e, por isso, a sua falta no corpo pode prejudicar a cicatrização de feridas, por exemplo.
9. Aumento do risco de câncer
A deficiência de vitamina A pode aumentar o risco de desenvolvimento de câncer, pois essa vitamina participa da regulação genética das células, além de estar envolvida na proliferação, diferenciação e formação de células no corpo.
Além disso, a vitamina A tem ação antioxidante que evita os danos causados pelos radicais livres nas células e, por isso, sua deficiência pode aumentar o risco de desenvolvimento de câncer.
10. Complicações do sarampo
A deficiência de vitamina A pode aumentar o risco de complicações graves do sarampo em crianças, como cegueira, obstrução das vias aéreas, pneumonia ou encefalite, uma vez que essa vitamina é importante para o organismo combater infecções.
Por isso, a suplementação de vitamina A em crianças pode ser recomendada pelo pediatra para o tratamento do sarampo para evitar complicações que podem colocar a vida em risco.
Leia também: Vacina do sarampo: quando tomar, doses e efeitos colaterais tuasaude.com/vacina-contra-sarampoO que pode causar falta de vitamina A
As principais causas de deficiência de vitamina A são:
- Baixa ingestão de alimentos ricos em vitamina A;
- Infecções intestinais frequentes;
- Insuficiência do pâncreas;
- Doença hepática crônica;
- Consumo excessivo e/ou frequente de bebidas alcoólicas.
Além disso, como a vitamina A é lipossolúvel, se existir uma má absorção de gorduras a nível intestinal, como nos casos de cirurgia bariátrica ou doenças inflamatórias intestinais, também é possível que a vitamina não seja bem absorvida dos alimentos.
Como confirmar a falta de vitamina A
A falta de vitamina A pode ser suspeitada pelo pediatra ou clínico geral, em crianças e adultos que se encontrem em estado de malnutrição ou em pessoas que tenham fatores de risco.
Assim, o médico deve avaliar os sintomas apresentados, além de solicitar a realização de exames de sangue, como retinol sérico, onde, valores inferiores a 20 mcg/dL indicam falta de vitamina A no corpo, e valores inferiores a 10 mcg/dL, indicam carência grave.
Como é feito o tratamento
O tratamento da falta de vitamina A deve ser feito com a orientação do pediatra ou clínico geral, de maneira a aumentar os níveis de vitamina A no organismo e reduzir o risco de mortalidade.
1. Comer alimentos ricos em vitamina A
A vitamina pré-formada se encontra apenas em alimentos de origem animal, em locais de armazenamento, ou seja, no fígado e na gordura dos ovos e do leite.
Uma grande quantidade desta vitamina também se encontra no óleo de fígado de bacalhau.
No entanto, também existem alimentos de origem vegetal que contêm carotenoides, que são percursores da vitamina A e que se encontram, principalmente, nos legumes de cor verde escura ou em frutas amarelo-alaranjadas, como a cenoura, os espinafres, o suco de laranja, a batata doce, entre outros. Veja uma lista mais completa de alimentos ricos em vitamina A.
Esses alimentos devem ser consumidos de acordo com a orientação do nutricionista para garantir a quantidade adequado de vitamina A para as necessidades diárias de forma individual.
2. Fazer suplementação de vitamina A
A suplementação com vitamina A deve ser orientada por um médico ou nutricionista, já que a dose irá depender da idade, peso e estado de saúde geral.
De forma geral, em adultos, é comum a administração de 3 doses de 200.000 UI. Já crianças com menos de 1 ano devem receber metade dessa dose e, os bebês com menos de 6 meses devem receber apenas um quarto da dose.
Em alguns casos, a suplementação de vitamina A pode ser feita com óleo de fígado de bacalhau pois, além de conter uma excelente quantidade dessa vitamina, também contém vitamina D, ômega 3, iodo e fósforo, importantes para todo o desenvolvimento infantil.
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