A contagem de carboidratos é uma forma de planejar as refeições para saber a quantidade de insulina que deve ser administrada antes ou após as refeições, ajudando a manter níveis adequados de açúcar no sangue de pessoas com diabetes 1, evitando, assim, possíveis complicações como hipoglicemia, lesão nos rins e problemas no coração.
Além disso, é importante também verificar a informação nutricional presente nos rótulos dos produtos para verificar a quantidade de carboidratos por porção dos alimentos. No entanto, deve-se sempre levar em consideração o tipo de insulina recomendada pelo endocrinologista, que pode variar de acordo com a prática de atividade física e o estado geral de saúde da pessoa. Conheça os diferentes tipos de insulina.
A contagem de carboidratos é útil também para pessoas com diabetes tipo 2 e pré-diabetes, ajudando assim a melhorar o controle dos níveis de glicose no sangue, ajudando a evitar a necessidade de medicamentos e insulina. Veja outras dicas de alimentação para controlar a diabetes tipo 2.
Como fazer a contagem de carboidratos
Para fazer a contagem de carboidratos é fundamental os seguintes aspectos devem ser levados em consideração:
1. Alimentos que contêm carboidratos
Os carboidratos são a principal fonte de energia usada pelo corpo e são metabolizados principalmente como glicose na corrente sanguínea, precisando da liberação de insulina para equilibrar os níveis de glicose normais no sangue. Os alimentos que contêm carboidratos são:
- Cereais, como arroz, trigo, aveia, milho, pão, macarrão, bolachas e amido de milho;
- Leguminosas, como feijão, grão-de-bico, lentilha, ervilha e favas;
- Tubérculos, como batata, aipim, inhame e batata doce;
- Vegetais, como cenoura, beterraba, berinjela, tomate, brócolis, couve-flor, feijão verde, couve, couve de Bruxelas, alface, espinafre e cogumelos,;
- Alguns laticínios, como leite e iogurte;
- Frutas frescas, em conserva e sucos de fruta;
- Bebidas vegetais, como soja, aveia e amêndoa;
- Alimentos ricos em açúcar, como doces, açúcar, mel, bolos, marmelada, sorvetes, refrigerantes, balas, biscoitos e chocolate.
É fundamental distribuir os alimentos com carboidratos ao longo do dia entre as refeições para controlar os níveis de glicose no sangue.
No entanto, os carboidratos devem ser distribuídos de acordo com o tipo de insulina indicada pelo médico. Quando a insulina rápida é administrada, as pessoas não são obrigadas a aderir a um horário rígido, número de refeições e tipos de alimentos, portanto, a insulina é administrada de acordo com a contagem de carboidratos.
2. Quantidade de carboidratos nos alimentos
Para facilitar a contagem de carboidratos, geralmente é utilizado o sistema de troca de alimentos, onde 1 porção de cada alimento contém 15 g de carboidratos, exceto vegetais sem amido que contêm de 3 a 5 g de carboidratos. Com isso em mente, os alimentos devem ser agrupados em porções como esta:
É importante também ler o rótulo dos produtos, para escolher os alimentos mais adequados e controlar a quantidade de carboidratos consumidos. As informações nutricionais nos rótulos dos alimentos informam o total de carboidratos em cada porção. De acordo com isso, deve-se calcular a quantidade desse alimento que contém 15 gramas de carboidratos.
Além disso, ter uma balança pequena também pode ser muito útil para ajudar a calcular as porções dos alimentos com maior facilidade.
3. Alimentos que não precisam ser contados
Os vegetais como alface, abobrinha, tomate, vagem, berinjela, cebola e brócolis possuem baixo teor de carboidratos e são ricos em fibras, contendo um índice glicêmico muito baixo e, por isso, não precisam ser contados, quando consumidos até 1 xícara do vegetal cru ou ½ xícara do vegetal cozido.
Outros alimentos que também não precisam ser contados são: bebidas sem açúcar, como água, chás, café; adoçantes; alimentos ricos em proteínas, incluindo todos os tipos de carnes e ovos; alimentos ricos em gordura, como nozes, óleos vegetais, queijos; e condimentos.
4. Quantidade de carboidratos para comer
As necessidades de carboidratos para um adulto são entre 40% a 70% do total de calorias da dieta, conforme a Organização Mundial da Saúde.
É recomendado consumir o mínimo 130 gramas de carboidratos por dia para evitar hipoglicemia, que é uma condição causada pela baixa ingestão de carboidratos ou uso excessivo de medicamentos, como insulina, podendo causar sintomas como dor de cabeça, fraqueza e tontura. Conheça outros sintomas de hipoglicemia.
Exemplo para contagem de carboidratos
A tabela a seguir contém o exemplo de contagem de carboidratos para o café da manhã:
Dessa forma, é possível calcular a quantidade de carboidratos da refeição para saber a quantidade de insulina que deverá ser administrada e, assim, controlar os níveis de açúcar no sangue.
Como calcular a quantidade de insulina
A contagem de carboidratos é usada geralmente por pessoas com diabetes e que fazem uso de insulina, que pode ser de ação lenta e prolongada, ou de ação rápida, por exemplo, dependendo da indicação do médico. Saiba mais sobre os tipos de insulina.
Geralmente é recomendado administrar 1 unidade de insulina para cada 15 g de carboidratos consumido. No entanto, o médico também pode indicar 1 unidade de insulina para cada 10 g de carboidratos da refeição.
Para saber a quantidade total de insulina que deve ser aplicada, devem ser seguidos os seguintes passos:
- Monitorar a glicemia antes de cada refeição;
- Calcular as unidades de insulina rápida de acordo com a ingestão de carboidratos;
- Ajustar a dose de insulina já calculada, de acordo com o valor da glicemia anterior à ingestão.
A tabela a seguir mostra como ajustar a insulina rápida de acordo com a glicemia calculada antes da refeição:
Exemplo para calcular a quantidade de insulina
Seguindo o exemplo anterior, se uma pessoa vai comer 60 g de carboidratos no café da manhã, a glicose também é medida antes do almoço e mostra 140 mg/dl. Assim, tendo em conta que a cada 15 g de hidratos de carbono deve ser administrada 1 unidade de insulina, deve ser feito o seguinte cálculo:
1. Dividir 60 g de carboidratos por 15 g, resultando em 4 unidades de insulina de acordo com a ingestão;
2. Se a pessoa estiver com 140 mg/dl, deve-se adicionar 1 Unidade de Insulina, resultando em um total de 5 Unidades de insulina.
Portanto, essa pessoa deve aplicar um total de 5 Unidades de insulina para poder comer o cardápio indicado e manter os níveis de glicose estáveis.
Benefícios da contagem de carboidratos
Os benefícios de realizar o teor de carboidratos são os seguintes:
- Maior liberdade na escolha das refeições;
- Melhor controle dos níveis de glicose no sangue;
- Flexibilidade na vida social;
- Facilidade no controle do peso.
Além disso, a contagem de carboidratos também reduz as chances de complicações, como hipoglicemia, lesões nos rins, problemas nos olhos e doenças cardiovasculares. Saiba mais sobre as complicações do diabetes.