O que é dissecção da aorta, principais sintomas e tratamento

O que é:

A dissecção da aorta, também conhecida como dissecção aórtica, é uma emergência médica relativamente rara, onde a camada mais interna da artéria aorta, chamada de íntima, sofre um pequeno rasgão, através do qual o sangue pode se infiltrar, chegando até às camadas mais profundas do vaso e causando sintomas como dor intensa e repentina no peito, sensação de falta de ar e, até, desmaio.

Embora seja rara, esta condição é mais frequente em homens a partir dos 60 anos, especialmente quando existe histórico médico de pressão alta desregulada, aterosclerose, uso de drogas ou algum outro problema cardíaco.

Quando existe suspeita de existir dissecção da orta é muito importante ir rapidamente ao hospital, já que, quando é identificada nas primeiras 24 horas, existe uma maior taxa de sucesso do tratamento, que normalmente é feito com medicamentos diretamente na veia para controlar a pressão arterial e cirurgia.

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Principais sintomas

Os sintomas da dissecção da aorta podem variar bastante de um pessoa para a outra, no entanto, podem incluir:

  • Dor repentina e intensa no peito, costas ou abdômen;
  • Sensação de falta de ar;
  • Fraqueza nas pernas ou braços;
  • Desmaio
  • Dificuldade para falar, enxergar ou caminhar;
  • Pulso fraco, podendo acontecer apenas em um lado do corpo.

Uma vez que estes sintomas são semelhantes a vários outros problemas cardíacos, é possível que o diagnóstico seja mais demorado em pessoas que já têm alguma condição cardíaca anterior, sendo necessário fazer vários exames. Confira 12 sintomas de problemas no coração.

Sempre que surgem sintomas de problemas cardíacos é muito importante ir rapidamente ao hospital, para identificar a causa e iniciar o tratamento o mais rápido possível.

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico de dissecção da orta normalmente é feito por um cardiologista, depois de avaliar os sintomas, o histórico médico da pessoa e de fazer exames como raio X do tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

O que causa a dissecção da aorta

A disseção aórtica geralmente acontece numa aorta que está enfraquecida e, por isso, é mais comum em pessoas que tenham histórico de pressão arterial alta ou aterosclerose. No entanto, ela também pode acontecer devido a outras condições que afetem a parede da aorta, como a síndrome de Marfan ou alterações da valva bicúspide do coração.

Mais raramente, a dissecção também pode acontecer por traumatismo, ou seja, devido a acidentes ou pancadas fortes no abdômen.

Como é feito o tratamento

O tratamento para a dissecção da aorta deve ser feito logo após que o diagnóstico é confirmado, sendo iniciado com o uso de remédios para diminuir a pressão arterial, como os betabloqueadores. Além disso, como a dor pode levar ao aumento da pressão e piora do quadro, também podem ser utilizados analgésicos fortes, como a morfina.

Em alguns casos pode ainda ser necessário fazer uma cirurgia para reparar a parede da aorta. A necessidade da cirurgia é avaliada por um cirurgião cardiotorácico, mas geralmente depende do local onde aconteceu a dissecção. Assim, se a dissecção estiver afetando a porção ascendente da aorta, normalmente é indicada uma cirurgia imediata, enquanto se a dissecção surgir na porção descendente, o cirurgião pode primeiro avaliar a progressão do quadro e dos sintomas, podendo nem ser necessária cirurgia.

Quando é necessária, geralmente é uma cirurgia bastante complicada e demorada, pois o cirurgião precisa substituir o local afetado da aorta por um excerto de material sintético.

Possíveis complicações

Existem várias complicações associadas à dissecção da aorta, sendo que as duas principais incluem o rompimento da artérias, assim como o desenvolvimento da dissecção até outras artérias importantes, como aquelas que levam sangue para o coração. Assim, além de fazer o tratamento para a dissecção aórtica, os médicos geralmente avaliam o surgimento de complicações que precisem ser tratadas, de forma a diminuir o risco de morte.

Mesmo após o tratamento, existe um elevado risco de surgirem complicações durante os primeiros 2 anos e, por isso, a pessoa deve fazer consultas regulares no cardiologista, assim como exames, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, para identificar possíveis complicações precocemente.

Para evitar o surgimento de complicações, pessoas que sofreram dissecção da aorta devem seguir as orientações do médico, assim como evitar hábitos que possam aumentar muito a pressão arterial. Assim, é recomendado que se evite fazer atividade física muito intensa e ter uma alimentação balanceada e pouco rica em sal.