O que é:
A hepatite aguda é a inflamação do fígado que dura menos de 6 meses, podendo ser identificada através de sintomas como mal-estar, dor de cabeça, fadiga, falta de apetite, náuseas, vômitos, pele e olhos amarelados.
A hepatite aguda pode ser causada por vírus, uso prolongado de medicamentos, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e alterações da imunidade, e que inicia-se subitamente, evolui de forma benigna, apresentando cura após algumas semanas ou meses. No entanto, se durar mais de 6 meses, é considerada hepatite crônica.
Em alguns casos, a hepatite aguda pode se tornar graves, podendo evoluir para o óbito. Por isso, deve-se consultar o hepatologista sempre que surgirem sintomas de hepatite aguda, para que seja diagnosticada e iniciado o tratamento mais adequado, que varia de acordo com sua causa.
Sintomas de hepatite aguda
Os principais sintomas de hepatite aguda são:
- Cansaço ou fadiga;
- Perda do apetite;
- Febre;
- Dor nas articulações e músculos;
- Mal-estar geral;
- Dor de cabeça;
- Náuseas ou vômitos.
Após alguns dias do início das queixas, em alguns casos pode surgir uma coloração amarela na pele e nos olhos chamada de icterícia, acompanhada ou não de coceira na pele, urina escura e fezes esbranquiçadas.
Posteriormente, é comum seguir-se um período de recuperação, com diminuição dos sinais e sintomas, evoluindo frequentemente para a cura da doença. Em alguns casos, o processo inflamatório da hepatite pode durar mais que 6 meses, transformando-se em uma hepatite crônica.
Leia também: 8 sintomas de fígado inflamado (e o que fazer) tuasaude.com/sintomas-de-figado-inflamadoComo confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da hepatite aguda é feito pelo hepatologista ou gastroenterologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde, de uso de medicamentos e do consumo de bebidas alcoólicas.
Marque uma consulta com um hepatologista na região mais próxima:
Para confirmar o diagnóstico, o médico deve solicitar exames capazes de detectar lesões no tecido hepático ou alterações no funcionamento do fígado e vias biliares, como alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), gama GT, fosfatase alcalina, bilirrubinas, albumina e coagulograma. Veja os principais exames que avaliam o fígado.
Além disso, podem ser solicitados exames de imagem para observar o aspecto do fígado, como ultrassom ou tomografia e, caso o diagnóstico não seja esclarecido, é até possível ser necessária a realização de uma biópsia hepática.
A hepatite aguda pode ser grave?
Apesar de não ser comum, qualquer hepatite aguda pode se tornar grave, principalmente quando não é detectada de forma precoce e quando o tratamento não é iniciado adequadamente.
Caso a hepatite se torne grave, pode comprometer o funcionamento do fígado e das vias biliares, o que aumenta o risco de sangramentos, interfere na produção de proteínas ou no funcionamento do sistema imune podendo afetar o funcionamento de outros órgãos do corpo.
Além disso, durante a fase aguda das hepatites, pode haver a insuficiência aguda do fígado, a qual deve ser feito o diagnóstico precoce já que podem ser necessárias rápidas intervenções terapêuticas, como o transplante do fígado.
Causas de hepatite aguda
Dentre as principais causas de hepatite aguda, estão incluídas:
- Infecção pelo vírus da hepatite A, B, C, D ou E;
- Infecções virais, como adenovírus, citomegalovírus, parvovírus, Epstein-barr, herpes, dengue, febre amarela ou COVID-19;
- Alcoolismo ou uso de drogas de abuso, como cocaína ou metanfetamina;
- Hepatite medicamentosa, como altas doses de paracetamol, outros medicamentos e ervas;
- Condições imunológicas ou inflamatórias, como hepatite autoimune ou obstrução e inflamação das vias biliares;
- Alterações metabólicas ou hereditárias, como gordura no fígado não alcoólica, hemocromatose ou doenças de Wilson;
- Alterações relacionadas à gravidez, como pré-eclâmpsia, eclâmpsia, síndrome de HELLP ou gordura no fígado agudo da gravidez;
- Condições isquêmicas ou vasculares, como choque cardiogênico, insolação ou síndrome de obstrução sinusoidal;
- Agravamento de uma hepatite crônica ou câncer.
Além disto, existe a chamada hepatite transinfecciosa, que é provocada por infecções que não acontecem diretamente no fígado, mas acompanha infecções generalizadas graves, como a septicemia.
Assista ao vídeo seguinte, à conversa entre a nutricionista Tatiana Zanin e o Dr. Drauzio Varella sobre como prevenir e tratar alguns tipos de hepatite:
HEPATITE A, B e C: Principais sintomas e tratamento | com Drauzio Varella
13:14 | 197.629 visualizaçõesComo é feito o tratamento
O tratamento da hepatite aguda é feito pelo hepatologista ou gastroenterologista e varia de acordo com sua causa, podendo ser recomendado pelo médico o tratamento suporte no hospital, com soro na veia e uso de remédios para aliviar as náuseas ou vômitos, para as hepatites agudas virais.
Em todos os casos de hepatite aguda é recomendado repouso, aumento do consumo de líquidos, suspensão do consumo de bebidas alcoólicas e alimentação leve, equilibrada e pobre em gordura. Veja como deve ser o tratamento para hepatite aguda.
No caso em que a hepatite aguda é causada por medicamentos, pode ser também indicado pelo médico a suspensão do medicamento responsável pela inflamação. No entanto, se foi causada pelo consumo de paracetamol, pode ser indicado o uso da N-acetilcisteína. Saiba como a N-acetilcisteína é usada para intoxicação por paracetamol.
Quando a hepatite aguda pode se tornar fulminante?
A hepatite aguda fulminante é também conhecida como falência hepática aguda, e surge apenas em raros casos de hepatite que evoluem de forma muito intensa e prejudicam todo o metabolismo do corpo.
A hepatite aguda fulminante é uma das doenças mais graves do fígado, podendo evoluir para óbito em 70 a 90% dos casos, sendo o risco aumentado de acordo com a idade.
Os sintomas iniciais da hepatite fulminante são iguais aos de uma hepatite comum, acrescentando-se a presença de urina escura, olhos amarelos, perturbações do sono, voz imprecisa, confusão mental e raciocínio lento, havendo o risco de complicações como a falência múltipla de órgãos.
Estas complicações podem levar à morte, sendo muito importante procurar auxílio médico sempre que surgirem sintomas que indiquem esta doença.