Anticoncepcional injetável é método contraceptivo hormonal que age impedindo a ovulação e causando alterações no muco cervical, tornando mais difícil o espermatozoide alcançar o útero, prevenindo a gravidez.
Existem dois tipos de anticoncepcionais injetáveis, o trimestral que contém apenas progesterona e que deve ser aplicado a cada 3 meses, como Depo-Provera ou Contracep, e outro mensal que contém estrogênio e progesterona, como Cyclofemina, Mesigyna, Noregyna ou Ciclovular, por exemplo.
O anticoncepcional injetável deve ser indicado pelo ginecologista, de forma individualizada, e aplicado por via intramuscular profunda por um profissional de saúde, mediante apresentação de receita médica.
Como funciona
O anticoncepcional injetável funciona de forma semelhante à pílula contraceptiva. Devido à sua composição hormonal é capaz de inibir a liberação de óvulos, além de deixar o muco cervical mais espesso e diminuir a espessura do endométrio, impedindo a passagem dos espermatozoides e, consequentemente, a fecundação e a gravidez.
No entanto, apesar de evitar a gravidez, é recomendado que o preservativo seja utilizado em todas as relações sexuais, uma vez que esse método contraceptivo não previne contra infecções sexualmente transmissíveis (IST's). Confira as principais IST's na mulher e como prevenir.
Além disso, caso uma das aplicações não seja feita, há risco de gravidez, já que os níveis de hormônios circulantes diminuem.
Leia também: 9 métodos contraceptivos: vantagens e desvantagens tuasaude.com/metodos-contraceptivosComo usar o anticoncepcional injetável
O anticoncepcional injetável deve ser usado através de aplicação da injeção intramuscular profunda, de preferência no glúteo, ou como alternativa, no braço. É importante não massagear o local onde foi aplicada a injeção anticoncepcional.
A frequência de aplicação e o início do uso varia de acordo com o tipo de anticoncepcional injetável que inclui:
1. Anticoncepcional injetável mensal
O anticoncepcional mensal deve ser aplicada a cada 30 dias, independente do padrão do ciclo menstrual.
No entanto, pode ser aplicada 3 dias antes ou 3 dias depois da última vez que foi administrada, ou seja, ao fim de 27 ou 33 dias, no máximo. Se passar de 33 dias, deve-se adicionar um método de barreira, ou seja, camisinha, durante pelo menos os primeiros 7 dias após a injeção.
O início do tratamento com o anticoncepcional injetável mensal varia, sendo normalmente recomendado:
Apesar desse tipo de anticoncepcional ser constituído por progesterona e estrógeno, a quantidade de progesterona não é tão elevada e, por isso, é possível que a mulher tenha menos efeitos adversos.
Leia também: Como trocar de anticoncepcional (sem correr o risco de engravidar) tuasaude.com/troca-de-anticoncepcional2. Anticoncepcional injetável trimestral
O anticoncepcional injetável trimestral contém apenas progesterona, o acetato de medroxiprogesterona (Depo-Provera ou Contracep), devendo ser aplicada em intervalos de 12 a 13 semanas, sendo no máximo a cada 13 semanas (91 dias).
No caso de passar de 91 dias da última aplicação, deve-se fazer um teste de gravidez antes de aplicar a injeção novamente.
Esse anticoncepcional atua por até três meses no corpo da mulher, sendo necessário fazer novamente outra aplicação após esse período para manter o muco cervical mais espesso e diminuir os riscos de gravidez.
Apesar desse tipo de anticoncepcional ter como vantagem a aplicação a cada 3 meses, caso a mulher decida engravidar, a volta da fertilidade acontece de forma muito lenta, normalmente depois de meses após a aplicação da última injeção, além de também poder estar associado com uma quantidade maior de efeitos adversos. Entenda como funciona o anticoncepcional injetável trimestral.
Quando não é indicado
A injeção anticoncepcional mensal não é indicada para pessoas com hipersensibilidade a qualquer componente da formulação do produto, grávidas, mulheres que estejam a amamentar até 6 semanas depois do parto, que possuem câncer de mama atual ou suspeita de malignidade hormônio-dependente.
Além disso, mulheres que possuem dores de cabeça graves com sintomas neurológicos focais, hipertensão grave, doença vascular, histórico de tromboflebite ou distúrbio tromboembólico e histórico de cardiopatia isquêmica ou cardiopatia valvar complicada.
A injeção também não deve ser usada em mulheres com diabetes com nefropatia, retinopatia, neuropatia ou outra doença vascular ou diabetes com duração superior a 20 anos, lúpus eritematoso sistêmico com anticorpos antifosfolípides positivos, histórico de doenças do fígado, que tenham realizado uma cirurgia de grande porte com imobilização prolongada, que sofram de sangramento uterino ou vaginal anormal ou que fumem mais de 15 cigarros por dia, com idade acima de 35 anos.
Principais efeitos colaterais
A injeção anticoncepcional mensal pode levar ao surgimento de dor nas mamas, náuseas, vômitos, dor de cabeça, tontura e a mulher pode engordar.
Além disso, podem surgir alterações menstruais, e nestes casos a mulher deve ser avaliada por um ginecologista para realizar exames a fim de identificar se existe alguma outra causa para o sangramento, como a doença inflamatória pélvica, por exemplo.
Se não houver nenhuma causa aparente para o sangramento abundante e a mulher não estiver confortável com este método, é aconselhado substituir esta injeção por algum outro método contraceptivo.
Confira ainda algumas dicas para aliviar a dor da injeção: