Linfoma não Hodgkin: o que é, sintomas, causas e tratamento

Linfoma não Hodgkin é um grupo de tumores malignos que afetam as células brancas do sangue, chamadas linfócitos, causando sintomas como ínguas no pescoço, virilha ou axila, suor noturno, perda de peso, febre ou sensação de falta de ar.

Foto doutora realizando uma consulta
Encontre um Hematologista Oncológico perto de você! Parceria com Buscar Médico

Esse tipo de tumor pode ser causado por altas doses de radiação, infecção pelo HIV, mononucleose ou hepatite, ou doenças autoimunes, como lúpus, anemia hemolítica ou artrite reumatoide.

O tratamento do linfoma não Hodgkin (LNH) é feito pelo oncologista clínico ou onco-hematologista e varia de acordo com o tipo de tumor e seu estágio, podendo ser indicados quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou transplante de medula óssea.

Imagem ilustrativa número 2

Sintomas de linfoma não Hodgkin

Os principais sintomas de linfoma não Hodgkin são:

  • Ínguas no pescoço, axilas e virilhas;
  • Suor noturno;
  • Febre ou calafrios;
  • Cansaço excessivo;
  • Dor ou inchaço na barriga;
  • Dor no peito, tosse ou sensação de falta de ar;
  • Perda do apetite e perda de peso sem motivo aparente.

Além disso, também podem surgir náuseas, vômitos, dor de cabeça, sangramento fácil, visão dupla, dificuldade para falar, confusão mental, convulsões ou paralisia.

No entanto, na maioria dos casos, o linfoma não Hodgkin não provoca qualquer tipo de sintoma nos estágios iniciais, só sendo identificado em fases mais avançadas.

Qual a diferença entre linfoma não Hodgkin e linfoma de Hodgkin

Tanto o linfoma não Hodgkin como o linfoma de Hodgkin são tumores malignos que afetam os linfócitos, que são células do sistema imunológico.

No entanto, o linfoma de Hodgkin afeta principalmente os linfócitos de Reed-Sternberg, enquanto o linfoma não Hodgkin afeta os linfócitos T, ou B, ou células natural killer (NK).

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico do linfoma não Hodgkin é feito pelo clínico geral, hematologista, oncologista clínico ou onco-hematologista através do exame físico, da avaliação dos sintomas e histórico de saúde.

Marque uma consulta com o oncologista hematológico na região mais próxima de você:

Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Além disso, o médico também solicita exames como hemograma completo, testes de função hepática e renal, e níveis de lactato desidrogenase, HIV e hepatite B, e exames de imagem, como raio X, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou ultrassom.

Outros exames que o médico também pode solicitar para confirmar a doença e identificar o tipo de tumor e o seu estágio, são ecocardiograma, testes de função pulmonar, biópsia do linfonodo ou do tecido afetado, mielograma, punção lombar, peritoneal ou pleural. Saiba como é feita a punção lombar.

Leia também: Mielograma: o que é, para que serve e como é feito tuasaude.com/mielograma

Estadiamento do linfoma não Hodgkin

O linfoma não Hodgkin pode ser classificado em diferentes estágios, de acordo com sua extensão, que são:

Estágio Características
Estágio I
  • Estágio I: o tumor está localizado em apenas um gânglio linfático ou em um órgão do sistema linfático;
  • Estágio IE: o tumor está localizado em apenas uma área fora de um órgão linfático.
Estágio II
  • Estágio II: o tumor está presente em dois ou mais grupos de gânglios linfáticos, de um mesmo lado, acima ou abaixo do diafragma;
  • Estágio IIE: o tumor está presente em um ou mais gânglios linfáticos, em um lado do diafragma, afetando também um órgão ou tecido próximo.
Estágio III
  • Estágio III: o tumor afeta gânglios linfáticos acima e abaixo do diafragma;
  • Estágio IIIE: além dos gânglios linfáticos, o tumor também afeta um órgão ou tecido próximos;
  • Estágio IIIS: o tumor afeta o baço;
  • Estágio IIISE: o tumor afeta um órgão ou tecido próximos e o baço;
Estágio IV O tumor se espalhou para um ou mais órgãos além do sistema linfático (metástases), como medula óssea, fígado ou pulmões, ou se espalhou para linfonodos distantes.

O estadiamento do linfoma não Hodgin, assim como seu tipo, permite ao médico a indicar o melhor tratamento.

Possíveis causas

As causas exatas do linfoma não Hodgkin ainda não são totalmente conhecidas, mas sabe-se que ocorre devido a uma mutação no DNA nos linfócitos, que passam a se multiplicar de forma descontrolada.

Quem tem maior risco

Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento do linfoma não Hodgkin, como:

  • Histórico familiar de linfoma não Hodgkin;
  • Idade, sendo mais comum após os 60 anos;
  • Gênero, sendo mais comum em homens do que mulheres;
  • Algumas infecções por vírus ou bactérias, como H. pylori, HIV, hepatite, Epstein-Barr ou HTLV 1;
  • Doença celíaca;
  • Doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus, anemia hemolítica ou Síndrome de Sjögren;
  • Uso de remédios imunossupressores;
  • Tratamento anterior com quimioterapia ou radioterapia.

Além disso, o linfoma de Hodgkin também pode surgir em crianças que têm ataxia telangiectasia, síndrome de Chediak-Higashi ou de Wiskott-Aldrich, síndrome linfoproliferativa ligada ao X, infecção pelo HIV ou mononucleose, por exemplo.

Tipos de linfoma não Hodgkin

O linfoma não Hodgkin pode ser classificado de acordo com os linfócitos afetados, sendo os principais:

1. Linfoma não Hodgkin de células B

O linfoma não Hodgkin de células B afeta os linfócitos B, responsáveis por produzir anticorpos, sendo o tipo mais comum desse tipo de tumor.

Esse tipo de linfoma não Hodgkin apresenta vários subtipos que pode ser mais agressivos ou ter o crescimento lento, como linfoma difuso de grandes células B, linfoma folicular ou linfoma de Burkitt, por exemplo.

Leia também: Linfoma de Burkitt: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/linfoma-de-burkitt

2. Linfoma não Hodgkin de células T

O linfoma não Hodgkin de células T afeta os linfócitos T, responsável por reconhecer células ou microrganismos estranhos e destruí-los.

Esse tipo de linfoma não Hodgkin também possui subtipos, como linfoma periférico de células T, linfoma cutâneo de células T, linfoma anaplásico de grandes células ou leucemia/linfoma de células T no adulto.

3. Linfoma não Hodgkin de células natural killer (NK)

Esse tipo de linfoma não Hodgkin afeta as células natural killer (NK) responsáveis por matar células tumorais ou células infectadas por vírus no organismo.

O linfoma de células NK/T é um tipo agressivo e raro de linfoma não Hodgkin, que geralmente afeta regiões fora dos gânglios linfáticos, como a cavidade nasal, sendo normalmente causado pela infecção pelo vírus Epstein-Barr.

Como é feito o tratamento

O tratamento do linfoma não Hodgkin deve ser feito de acordo com a orientação do oncologista ou onco-hematologista, e varia conforme o tipo e estadiamento do linfoma.

Os principais tratamentos para o linfoma não Hodgkin são:

1. Quimioterapia

A quimioterapia é uma dos principais tratamentos para o linfoma não Hodgkin sendo feito com uma combinação de quimioterápicos, imunoterápicos e corticoides para eliminar as células tumorais.

As principais quimioterapias para linfoma não Hodgkin são:

  • CHOP: ciclofosfamida + doxorrubicina + vincristina + prednisona;
  • R-CHOP: rituximabe + ciclofosfamida + doxorrubicina + vincristina + prednisona;
  • Pola-R-CHP: polatuzumabe vedotina + rituximabe + ciclofosfamida + doxorrubicina + vincristina + prednisona;
  • CVP: ciclofosfamida + vincristina + prednisona;
  • DA-EPOCH-R: etoposido + doxorrubicina + ciclofosfamida + vincristina + prednisona + rituximabe.

Além disso, o médico também pode indicar outros protocolos de tratamento, quimioterápicos ou imunoterápicos, como brentuximabe vedotina, metotrexato, citarabina, obinutuzumabe ou bendamustina, por exemplo.

O tipo de quimioterapia varia com o tipo de linfoma não Hodgkin e estágio sa doença, podendo em alguns casos, ser indicada também a quimioterapia intratecal, aplicando o quimioterápico diretamente no espaço intratecal na coluna. Saiba como é feita a quimioterapia.

Leia também: tuasaude.com

2. Radioterapia

A radioterapia pode ser indicada pelo oncologista clínico ou onco-hematologista para alguns tipos de linfoma não Hodgkin em estágios iniciais I ou II, como tratamento principal.

Além disso, a radioterapia pode ser feita junto com a quimioterapia nos casos de tumores em estágios mais avançados.

A radioterapia também pode ser feita para aliviar sintomas do linfoma não Hodgin quando se espalhou para outros órgãos, como medula espinhal ou cérebro, por exemplo.

Leia também: tuasaude.com

3. Cirurgia

A cirurgia para o linfoma não Hodgkin pode ser indicada pelo médico quando se iniciou em um órgão, como baço ou em metástases confinadas em órgãos fora do sistema linfático, como estômago ou tireoide, por exemplo.

4. Transplante de medula óssea

O transplante de medula óssea tem como objetivo restabelecer a saúde da medula óssea, substituindo a medula óssea doente por uma saudável. Entenda como é feito o transplante de medula óssea

Geralmente, o tipo mais comum de transplante de medula óssea para o linfoma não Hodgkin é o transplante autólogo, em que a medula é recolhida da própria pessoa, para depois ser aplicada na pessoa novamente.

Antes de aplicar a medula óssea, é feita uma quimioterapia em altas doses para "matar" a medula e também radioterapia de corpo inteiro.

5. Terapia gênica

A terapia gênica de CAR T-cell também pode ser indicada para o linfoma não Hodgkin.

Essa terapia consiste em alterar o sistema imunológico para que as células tumorais sejam facilmente reconhecidas e eliminadas do organismo. Entenda o que é e como é feita a terapia gênica CAR T-cell.

O linfoma não Hodgkin tem cura?

O linfoma não Hodgkin tem cura, principalmente quando é diagnosticado nos estágios iniciais.

Além disso, dependendo do tipo de tumor, estágio, estado de saúde geral da pessoa e o tipo de tratamento usado, o linfoma de Hodgkin pode ter cura.

Por isso, é importante fazer exames ou consultas médicas regulares, especialmente no caso de pessoas que possuem fatores de risco, para que o linfoma não Hodgkin seja diagnosticado precocemente e o tratamento seja iniciado o mais rápido possível, aumentando, assim, as chances de cura.

Vídeos relacionados

CÂNCER, QUIMIOTERAPIA e PRISÃO de VENTRE | Tati Comenta #01

12:43 | 25.406 visualizações

TRATAMENTO do CÂNCER: como aliviar os EFEITOS COLATERAIS

14:07 | 89.324 visualizações