A menstruação irregular é caracterizada por ciclos menstruais que não seguem um ritmo semelhante todos os meses, dificultando a identificação do período fértil e do melhor período para engravidar. A menstruação irregular é mais comum de acontecer no início ou fim da vida reprodutiva devido às alterações hormonais comuns nesses períodos.
Além disso, a menstruação irregular pode acontecer também como consequência de transtornos alimentares, estresse, excesso de atividade física, doenças ginecológicas ou alterações na produção de hormônios.
Assim, caso sejam notadas alterações no ciclo menstrual, o que se deve fazer é marcar uma consulta com o ginecologista para que seja feita uma avaliação e sejam indicados exames que ajudem a identificar a causa da menstruação irregular e, assim, ser possível iniciar o tratamento mais adequado. Conheça os principais exames indicados pelo ginecologista.
Principais causas
Algumas das principais causas de menstruação irregular são:
1. Início ou fim da vida reprodutiva
Tanto no início quanto no final da vida reprodutiva é possível que a menstruação fique mais irregular, isso porque nesses períodos as variações hormonais são maiores, interferindo diretamente no ciclo e fluxo menstrual.
O que fazer: Nas duas situações é importante que o ginecologista seja consultado, no entanto quando a menstruação irregular acontece no início da vida reprodutiva é normalmente apenas recomendado que a adolescente observe o fluxo e período que o ciclo acontece com o objetivo de avaliar se há regularização ao longo do tempo, indicando ao ginecologista qualquer alteração que possa ter acontecido.
Por outro lado, no fim da vida reprodutiva, que corresponde ao período de pré-menopausa e menopausa, o ginecologista pode indicar a realização da terapia de reposição hormonal, pois nesse período é comum que surjam outros sintomas relacionados com a variação hormonal. Veja o que fazer para aliviar os sintomas da menopausa.
2. Mudanças na pílula anticoncepcional
O uso da pílula anticoncepcional é uma forma prática de tornar a menstruação regular, pois deixa os níveis hormonais estáveis e de acordo com o uso dos comprimidos. Ao trocar o tipo de anticoncepcional, a dose ou ao usá-lo de forma irregular podem haver variações nos níveis de hormônios, o que interfere na descida da menstruação. Entenda como funciona e como tomar corretamente a pílula.
Além disso, ao deixar de usar a pílula anticoncepcional, a menstruação passa a ser regulada pela produção de hormônios nos ovários, o que pode variar de mulher para mulher, e o ciclo pode não ser exatamente como era ao usar a pílula.
O que fazer: Como se trata de uma situação normal, não é necessário realizar qualquer tratamento, sendo apenas indicado esperar para que o organismo se adapte ao novo anticoncepcional. No entanto, caso surjam outros sintomas após a troca do anticoncepcional, é importante consultar o ginecologista para que seja reavaliado o seu uso.
3. Uso de contraceptivos hormonais
O uso de anticoncepcionais hormonais, como pílula anticoncepcional ou DIU, por exemplo, podem tornar a menstruação irregular, principalmente nos primeiros meses após o início do uso, isso porque o corpo precisa de um tempo para se adaptar às variações hormonais causadas por esses anticoncepcionais.
O que fazer: A menstruação irregular devido ao uso de anticoncepcionais hormonais é considerado normal, no entanto se surgirem outros sintomas como ausência de menstruação ou cólicas intensas, por exemplo, é importante consultar o ginecologista para que o método contraceptivo possa ser reavaliado, sendo indicadas medidas para aliviar os sintomas.
4. Gravidez e amamentação
A gravidez está associada com mudanças nos níveis hormonais que acontecem com o objetivo de sustentar o desenvolvimento do bebê.
Após o parto, os hormônios tendem a estabilizar até atingir níveis normais, de forma que nesse período é normal que a menstruação fique irregular. As mulheres em fase de amamentação também produz prolactina, que é um hormônio que inibe a função ovariana e pode provocar a ausência ou menstruação irregular.
O que fazer: Como se trata de uma situação normal, não é necessário iniciar qualquer tipo de tratamento, no entanto se surgirem outros sinais e sintomas é importante informar ao ginecologista para que seja avaliado.
5. Estresse
O estresse e a ansiedade, por exemplo, podem aumentar a produção de hormônios como adrenalina e cortisol, o que pode interferir na regularidade do ciclo menstrual.
O que fazer: Praticar atividades que promovam o relaxamento, como fazer atividade física ao ar livre, tomar chás com calmantes e relaxantes, e ter uma alimentação rica em triptofano, que é um aminoácido precursor da serotonina, que é um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar.
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O exercício físico em excesso, comum em atletas, pode provocar alterações ou até a suspensão do ciclo menstrual. Isto acontece, pois as atividades físicas intensas levam à produção de hormônios, como endorfinas ou ACTH, por exemplo, que interferem no ritmo da menstruação.
O que fazer: Para regular o ciclo menstrual, pode ser necessário diminuir a intensidade ou frequência com que a atividade física é praticada, sendo também importante que o ginecologista seja consultado para avaliar os níveis hormonais e se há alguma outra consequência para o organismo relacionada com a irregularidade da menstruação.
7. Doenças hormonais
Algumas doenças hormonais como Síndrome dos ovários policísticos, hipotireoidismo e hiperprolactinemia, por exemplo, podem interferir diretamente nos níveis de estrogênio e progesterona, tornando a menstruação mais irregular.
Além da menstruação irregular, é comum que surjam outros sintomas dependendo da doença, como aumento de peso e dificuldade para perder peso, acne, dificuldade para engravidar e cansaço excessivo.
O que fazer: É importante consultar o ginecologista para que sejam avaliados os sintomas e sejam realizados exames de sangue e de imagem que ajudem a identificar a causa dos sintomas e da menstruação irregular, e, assim, ser indicado o tratamento mais adequado, que pode envolver o uso de medicamentos para reposição hormonal e para regular o ciclo menstrual.
8. Transtornos alimentares
Alguns transtornos alimentares como anorexia ou bulimia podem também provocar alterações no ciclo menstrual devido à desnutrição, assim há uma alteração na produção dos hormônios ovarianos na tentativa do organismo de se adaptar à falta de energia.
O que fazer: Nesses casos é importante que a pessoa consulte um psicólogo e um nutricionista para que a relação com a própria imagem e com a alimentação possa ser melhorada de forma progressiva, além de ser possível indicar um plano alimentar de acordo com as necessidades da pessoa.
9. Doenças ginecológicas
Doenças ginecológicas como endometriose, mioma uterino, tumores ou síndrome de Asherman, em que se formam fibroses no útero, por exemplo, são doenças que provocam anormalidades no tecido do útero e podem provocar sangramentos fora de época ou mesmo ausência de menstruação.
O que fazer: É importante que o ginecologista seja consultado para que possam ser realizados exames que ajudam a identificar a doença relacionada com a menstruação irregular para que possa ser iniciado o tratamento mais adequado. Assim, dependendo da causa, o médico pode indicar o uso de medicamentos hormonais para regularizar o ciclo menstrual ou cirurgia para remover as fibroses, por exemplo.
10. Efeito colateral de medicamentos
Alguns medicamentos, como antidepressivos e antipsicóticos, por exemplo, podem interferir nos níveis de estrogênio e progesterona circulantes no sangue, tendo como consequência a menstruação irregular.
O que fazer: É importante que o médico que indicou os medicamentos seja informado sobre a menstruação irregular, pois assim é possível reavaliar a necessidade do uso desse medicamento e a dose, podendo ser também indicada a troca ou a suspensão do uso do medicamento, principalmente quando são relatados outros efeitos colaterais.