A labirintite pode ser causada por infecção por vírus ou bactérias, alergias, uso de medicamentos, excesso de estresse e de ansiedade, doenças crônicas ou ser consequência da disfunções temporomandibular (ATM).
A labirintite é a inflamação de uma estrutura interna do ouvido, o labirinto, que é responsável pela audição e pelo equilíbrio do corpo, sendo mais comum em idosos, embora possa ocorrer em qualquer idade, levando ao surgimento de sintomas como tonturas, vertigens, náusea ou mal estar. Saiba identificar todos os sintomas da labirintite.
Na presença de sintomas de labirintite, é importante consultar o otorrinolaringologista, o neurologista ou o clínico geral, para que sejam feitos exames, identificada a causa e iniciado o tratamento mais adequado, que pode incluir mudanças de hábitos alimentares ou uso de remédios como antibióticos, antivirais ou antieméticos, por exemplo. Confira como é feito o tratamento para labirintite.
Principais causas
As principais causas de labirintite são:
1. Infecções virais
Algumas infecções virais, como gripes, resfriados, sarampo, caxumba, febre glandular, poliomielite, rubéola, herpes zoster ou herpes simples, podem provocar inflamação no nervo vestibulococlear ou no labirinto, e levar ao surgimento dos sintomas da labirintite, como tontura, perda do equilíbrio, náuseas ou zumbido no ouvido.
O que fazer: é importante que o otorrinolaringologista seja consultado para que seja confirmada a causa e iniciado o tratamento, que pode envolver o repouso, uso de medicamentos para vertigem e/ ou antivirais para combater a infecção pelo vírus.
2. Infecções bacterianas
A labirintite também pode surgir como consequência de uma infecção bacteriana crônica no ouvido médio, que pode se espalhar para o ouvido interno e levar ao surgimento de sintomas de labirintite, além de poder causar tontura crônica, cansaço excessivo, desorientação, zumbido no ouvido ou perda auditiva, especialmente quando a infecção não é tratada adequadamente.
Além disso, embora seja mais raro, a labirintite também pode ocorrer devido a meningite bacteriana, por exemplo. Veja outros tipos de meningite e como é feito o tratamento.
O que fazer: nesse caso, o otorrinolaringologista pode indicar o uso de antibióticos para combater a infecção e, assim, aliviar a inflamação. Além disso, dependendo da intensidade dos sintomas, pode ser também indicado o uso de medicamentos para aliviar as náuseas e a tontura.
3. Alergias
A labirintite pode ser causada por alergias a poeira, pólen ou pelos de animais, por exemplo, pois aumentam a produção de histamina no corpo, que é responsável pelos sintomas alérgicos, como nariz entupido, espirros constantes, tosse ou gotejamento pós-nasal.
Isto porque devido ao excesso de secreções, como muco ou catarro, podem causar um entupimento da tuba auditiva, que é um pequeno canal que conecta os seios nasais ao ouvido, e levar a uma inflamação do sistema vestibular no ouvido interno e ao surgimento da labirintite
O que fazer: caso seja confirmado pelo otorrinolaringologista que a labirintite está relacionada com uma alergia, pode ser indicado o uso de medicamentos anti-histamínicos e/ ou corticoides, dependendo da intensidade dos sintomas.
4. Disfunção da articulação temporomandibular (ATM)
A disfunção da articulação temporomandibular (ATM) é outra causa de labirintite e ocorre devido a uma alteração na articulação que liga o maxilar à mandíbula, por apertar muito os dentes durante o sono ou por uma pancada na região da articulação. Além disso, outros fatores podem contribuir para o surgimento da disfunção temporomandibular, como alterações do estado emocional ou fatores genéticos, por exemplo.
Essa articulação é responsável pelo movimento de abrir e fechar a boca, e quando tem alguma alteração pode atingir os nervos auditivos e levar ao surgimento dos sintomas da labirintite, como tontura, vertigem ou zumbido no ouvido.
O que fazer: nesse caso é importante que além do otorrinolaringologista, o dentista seja consultado para que a causa da ATM seja identificada e possa ser orientado o melhor tratamento, que pode envolver o uso de placa de mordida para dormir, realização de fisioterapia e uso de medicamentos para aliviar os sintomas. Confira mais detalhes do tratamento da ATM.
5. Ansiedade ou estresse
A labirintite também pode acontecer como consequência de estresse e ansiedade, sendo chamada de labirintite emocional, causada por uma inflamação dos nervos do ouvido ou do labirinto, devido a alterações emocionais, o que leva ao surgimento de alteração do equilíbrio, tontura e dor de cabeça que piora quando se faz movimentos muito bruscos com a cabeça. Saiba mais sobre a labirintite emocional.
O que fazer: é importante que sejam adotadas medidas que ajudem a relaxar e, assim, aliviar os sintomas de ansiedade e estresse, como praticar atividade física, fazer aromaterapia e descansar, por exemplo.
6. Doenças crônicas
Algumas doenças crônicas como diabetes, pressão alta, anemia ou problemas da tireoide como hipotireoidismo, por exemplo, podem afetar o sistema vestibular ou os nervos auditivos, levando ao surgimento da labirintite.
O que fazer: é recomendado que o médico seja consultado para que seja confirmado o diagnóstico e iniciado o tratamento mais adequado para a situação, que normalmente é feito com o uso de medicamentos específicos e mudança nos hábitos alimentares.
7. Uso de medicamentos
Alguns medicamentos, como ácido acetilsalicílico, quinina, cloroquina, furosemida ou bumetanida, podem causar uma intoxicação temporária no labirinto, localizado no ouvido interno e causar labirintite.
Além disso, alguns antibióticos, como gentamicina, estreptomicina, neomicina ou tobramicina, ou quimioterápicos, como cisplatina ou carboplatina, por exemplo, também podem causar intoxicação permanente nas células ciliadas dentro do ouvido interno e o nervo vestíbulo-coclear, e sintomas de desequilíbrio, tontura ou até perda da audição.
O que fazer: caso a labirintite esteja sendo causada pelo uso de medicamentos, é importante que o médico seja comunicado para que seja avaliada a possibilidade de suspender o medicamento, substituir ou trocar a dose.
8. Traumatismo craniano
O traumatismo craniano ou pancadas na cabeça, mesmo que não afetem diretamente o ouvido, podem levar ao surgimento de labirintite, por afetar os nervos auditivos ou fazer com que partes do canal auditivo se soltem, movendo o ouvido interno, levando ao surgimento de sintomas como tontura ou vertigem.
O que fazer: é fundamental que o neurologista seja consultado para que seja identificado o tipo de traumatismo craniano e a sua gravidade, pois assim pode ser iniciado o tratamento, que pode envolver o uso de medicamentos para aliviar a dor ou realização de cirurgia, nos casos mais graves. Entenda como é feito o tratamento para traumatismo craniano.
9. Tumores no cérebro ou no ouvido
A presença de um tumor no cérebro ou no ouvido, como o neuroma acústico, que é um tipo de tumor benigno, pode causar labirintite que pode afetar um ou os dois ouvidos, e geralmente é acompanhado de outros sintomas como dor ou sensação de formigamento ou dormência no ouvido ou no rosto, dor de cabeça, tontura ou perda do equilíbrio.
Além disso, o câncer nasofaríngeo, um tipo de tumor maligno que afeta a parte de trás das narinas e a boca, também pode causar labirintite ou infecção no ouvido e até perda da audição.
Geralmente, além da labirintite, alguns sinais que podem indicar um tumor no cérebro ou no ouvido são náuseas, vômitos, alterações na visão ou até convulsões.
O que fazer: é importante seguir o tratamento orientado pelo oncologista, que normalmente envolve a realização de quimio ou radioterapia, além de cirurgia, em alguns casos.
10. Hábitos de vida
Alguns hábitos de vida, como consumo excessivo de bebidas alcoólicas, café, refrigerantes, chocolate, ou alimentos gordurosos, podem aumentar o risco de de crises de labirintite, uma vez que podem provocar uma inflamação no ouvido interno. Além disso, o hábito de fumar também pode causar labirintite.
O que fazer: nesses casos, é importante ter atenção aos hábitos alimentares, identificando os alimentos que provocam as crises de labirintite para que possam ser evitados no dia a dia.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da labirintite é feito pelo clínico geral, otorrinolaringologista ou neurologista por meio de exame clínico, em que é avaliada a presença de sinais indicativos de inflamação no ouvido. Além disso, o médico pode indicar a realização da audiometria para verificar se há perda de audição e pesquisar outras doenças do ouvido interno, como a síndrome de Ménière.
É possível também que o médico realize alguns testes para verificar como a pessoa se sente ao serem realizados alguns movimentos com a cabeça, ou seja, se a pessoa sente tontura e vertigens, sendo dessa forma possível identificar a labirintite. Além disso, o otorrino também pode pedir exames como ressonância magnética, tomografia e exames de sangue, para identificar a causa da labirintite.