Rifampicina: para que serve, como tomar e efeitos colaterais

O que é:

A rifampicina é um antibiótico indicado para o tratamento da tuberculose pulmonar ou extrapulmonar, hanseníase ou meningite bacteriana, ou prevenção da infecção pelo Haemophilus influenzae.

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Esse remédio é fornecido gratuitamente pelo SUS na forma de cápsulas, comprimidos ou xarope, desde que tenha indicação do infectologista ou pneumologista, devendo ser o tratamento feito pelo tempo e nas doses orientadas pelo médico, de forma a evitar resistência bacteriana. Entenda o que é resistência bacteriana e como evitar.

A rifampicina para o tratamento da tuberculose geralmente é feita com uma associação de antibióticos, por isso, os comprimidos, além da rifampicina, podem conter isoniazida, pirazinamida e etambutol.

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Para que serve

A rifampicina é indicada para o tratamento de:

  • Tuberculose pulmonar e extrapulmonar;
  • Hanseníase;
  • Meningite bacteriana;
  • Osteomielite;
  • Endocardite infecciosa;
  • Blenorragia.

Além disso, a rifampicina pode ser indicada para prevenção da tuberculose em pessoas infectadas pelo HIV ou profilaxia da infecção pelo Haemophilus influenzae. Confira os sintomas da tuberculose e como é transmitida.

A rifampicina deve ser usada com indicação do infectologista ou clínico geral, com doses e combinação com outros antibióticos, de acordo com a condição a ser tratada.

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Disponível em: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Pará, Paraná, Sergipe e Ceará.

Como funciona

A rifampicina possui ação bactericida, ou seja, atua destruindo as bactérias responsáveis pela infecção.

Isso acontece por meio da inibição de uma enzima que atua no processo de transcrição do DNA para RNA na bactéria, o que provoca a morte do microrganismo.

Como tomar

A rifampicina deve ser usada por via oral, com um copo de água, e em jejum, ou seja, 1 hora antes ou 2 horas após uma refeição. 

A posologia da rifampicina varia de acordo com sua apresentação e condição a ser tratada, que inclui:

1. Rifampicina 300 mg cápsulas

As cápsulas de rifampicina 300mg podem ser indicadas para adultos ou crianças para o tratamento da tuberculose ou infecções inespecíficas.

As doses recomendadas da rifampicina cápsulas são:

  • Tuberculose em adultos: a dose recomendada é de 600 mg por dia, (2 cápsulas de 300 mg de rifampicina) para pessoas com 50 Kg ou mais, e de 450 mg por dia para pessoas com menos de 50 Kg, geralmente tomado em dose única diária;
  • Tuberculose em crianças até 12 anos: a dose recomendada é de 10 a 15 mg por Kg de peso corporal, por dia;
  • Blenorragia em adultos: a dose recomendada é de 900 mg em dose única, por 1 dia de tratamento. Essa dose pode ser repetida no 2º ou 3º, se indicado pelo médico.

No caso de infecções inespecíficas, a dose recomendada para adultos é de 600 mg por dia, que pode ser aumentada pelo médico para 900 a 1200 mg por dia nas infecções graves. Já para crianças, a dose é de 20 mg por Kg de peso corporal por dia.

2. Rifampicina xarope 20 mg/mL

A rifampicina xarope 20 mg/mL pode ser usada por adultos ou crianças, devendo-se agitar o frasco antes do uso e usar o copo dosador fornecido na embalagem para medir a dose correta.

A posologia recomendada da rifampicina xarope para o tratamento da tuberculose pulmonar e extrapulmonar é:

Peso corporal

Posologia

Menos de 20 Kg

10 mg por Kg de peso corporal por dia

Mais de 20 Kg e até 35 Kg

300 mg por dia, que corresponde a 15 mL do xarope por dia

Mais de 35 Kg e até 45 Kg

450 mg por dia, que corresponde a 22,5 mL do xarope por dia

Mais de 45 Kg

600 mg por dia, que corresponde a 30 mL do xarope por dia

Para o tratamento da hanseníase, a dose para adultos é de 600 mg, 1 vez por mês, porém para adultos com menos de 35 kg, a dose mensal é de 450 mg. Já para crianças, a dose recomendada é de 10 mg por Kg de peso corporal.

3. Rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol

A associação de rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol, é indicado para o tratamento intensivo inicial da tuberculose pulmonar e extrapulmonar, para adultos ou crianças com mais de 10 anos.

Cada comprimido contém rifampicina 150 mg, isoniazida 75 mg, pirazinamida 400 mg e etambutol 275 mg, sendo que as doses recomendadas são:

Peso corporal

Posologia

20 a 35 Kg

2 comprimidos por dia, em dose única

36 a 50 Kg

3 comprimidos por dia, em dose única

Acima de 50 Kg

4 comprimidos por dia, em dose única

O tratamento inicial com esses antibióticos deve ser feito por 2 meses, e após esse período deve-se fazer o tratamento de manutenção.

Para crianças com peso entre 20 e 30 kg, a dose diária recomendada é de 2 comprimidos em dose única. Crianças e adolescentes com menos de 20 kg não devem tomar este medicamento.

4. Rifampicina e isoniazida

A combinação de rifampicina e isoniazida é indicada para o tratamento de manutenção da tuberculose pulmonar e extrapulmonar em adultos ou crianças com mais de 10 anos com mais de 20 Kg.

Cada comprimido contém rifampicina 300 mg e isoniazida 150 mg, sendo que as doses recomendadas para o tratamento de manutenção são:

Peso corporal

Posologia

20 a 35 Kg

1 comprimido em dose única por dia, o que corresponde a 300 mg de rifampicina + 150 mg de isoniazida

36 a 50 Kg

1 comprimido e meio por dia, em dose única, o que corresponde a 450 mg de rifampicina + 225 mg de isoniazida

51 a 70 Kg

2 comprimidos em dose única por dia, o que corresponde a 600 mg de rifampicina + 300 mg de isoniazida

Acima de 70 Kg

2 comprimidos e meio por dia, em dose única, o que corresponde a 750 mg de rifampicina + 375 mg de isoniazida

Esse tratamento de manutenção é feito por 6 a 10 meses, iniciado logo após o tratamento inicial, com doses recomendadas pelo médico.

A rifampicina e isoniazida também pode ser indicada como tratamento inicial intensivo ou retratamento da tuberculose pulmonar e extrapulmonar, em crianças com menos de 10 anos. Confira outros remédios indicados para o tratamento da tuberculose.

Possíveis efeitos colaterais

Os efeitos colaterais mais comuns da rifampicina são náuseas, vômitos, perda do apetite, diarreia, colite ou cor vermelha a marrom na urina, fezes, lágrimas, saliva ou suor.

Além disso, embora seja raro, também podem surgir vermelhidão no rosto, urticária, icterícia, insuficiência hepática, pancreatite, sangramento nas gengivas, febre, tremores, dor de cabeça ou muscular.

Quem não deve usar

A rifampicina não deve ser usada por pessoas que têm alergia a esse antibiótico ou qualquer outro componente da fórmula.

Além disso, a rifampicina deve ser usada com cautela por pessoas que têm insuficiência hepática ou renal, devido ao maior risco de efeitos tóxicos.  

Durante a gravidez ou amamentação, a rifampicina deve ser usada somente se indicado pelo médico, após avaliação dos benefícios do tratamento para a mulher e potenciais riscos para o bebê.

Interações medicamentosas

A rifampicina pode diminuir o efeito dos anticoncepcionais orais, injetáveis, adesivos, anel vaginal ou implante, devendo-se utilizar métodos contraceptivos adicionais de barreira, como a camisinha, durante e pelo menos 4 semanas após o término do tratamento.

Além disso, a rifampicina também pode reduzir a eficácia de antirretrovirais, devendo ser o tratamento avaliado pelo médico, que pode alterar doses ou o antirretroviral.

Durante o tratamento com a rifampicina também não se deve usar a erva de São João, pois essa planta medicina diminui o efeito da rifampicina.

É importante informar ao médico todos os remédios que são utilizados, inclusive medicamentos naturais ou fitoterápicos, para interferência no efeito da rifampicina ou dos outros remédios.

Veja mais sobre a tuberculose no vídeo a seguir:

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