A tetralogia de Fallot é uma doença cardíaca presente desde o nascimento que afeta a circulação e oxigenação do sangue, causando sintomas, como pele azulada, respiração rápida, irritabilidade e choro constante, geralmente nas primeiras semanas de vida.
Esta condição é caracterizada por uma comunicação entre as câmaras esquerda e direita do coração, obstrução da circulação de sangue para os pulmões, posição anormal da artéria aorta e espessamento do músculo cardíaco, sendo uma cardiopatia congênita. Entenda melhor o que é cardiopatia congênita e os tipos.
Em caso de suspeita de tetralogia de Fallot, é importante consultar um pediatra. Embora não tenha cura, é importante que seja identificada e tratada de acordo com a orientação do médico para melhorar os sintomas e promover a qualidade de vida da criança.
Principais sintomas
Os principais sintomas da tetralogia de Fallot são:
- Pele azulada;
- Respiração rápida, podendo dificultar a amamentação;
- Dificuldade em ganhar peso;
- Irritabilidade e choro constante;
- Cansaço fácil ao brincar;
- Alteração no formato das pontas dos dedos.
Os sintomas da tetralogia de Fallot, principalmente a pele azulada, tendem a surgir nas primeiras semanas de vida e, nos casos mais graves, logo após o nascimento. Além disso, crianças maiores podem preferir adotar a posição de cócoras para aliviar os sintomas.
Especialmente entre 2 e 6 meses de idade, o bebê com tetralogia de Fallot pode apresentar sintomas repentinos de piora da pele azulada, respiração rápida, sonolência e/ou desmaio, que são mais comuns ao chorar ou evacuar e podem colocar a vida em risco.
Caso o bebê apresente muita dificuldade para respirar deve-se deitar o bebê de lado e dobrar os joelhos até ao peito, para melhorar a circulação sanguínea, e procurar uma emergência pediátrica para avaliação.
Como confirmar o diagnóstico
É comum o diagnóstico da tetralogia de Fallot ser feito antes do nascimento por meio do ultrassom morfológico que é indicado pelo obstetra durante o acompanhamento pré-natal. Veja para que serve o ultrassom morfológico.
No entanto, quando a tetralogia de Fallot não foi identificada antes do nascimento, o diagnóstico é feito pelo pediatra, geralmente ainda nas primeiras semanas de vida, com base nos sintomas e resultado do ecocardiograma, que permite verificar as alterações no coração.
Caso deseje marcar uma consulta, é possível encontrar o médico mais próximo de você utilizando a ferramenta abaixo:
A tetralogia de Fallot é uma das alterações no coração que podem causar resultados anormais no teste do coraçãozinho, um exame em que se mede a oxigenação do sangue do bebê e normalmente é feito entre 24 e 48 horas de vida. Entenda como é feito o teste do coraçãozinho.
Possíveis causas
As causas da tetralogia de Fallot não são totalmente conhecidas. No entanto, essa condição acontece devido a alterações nos cromossomos do bebê, o que leva à uma má-formação do coração do bebê no útero na mãe.
Alguns fatores podem aumentar o risco da tetralogia de Fallot, como:
- Antecedentes familiares;
- Fumar ou beber durante a gestação;
- Tomar alguns medicamentos durante a gravidez;
- Dieta pobre nutricionalmente na gestação;
- Diabetes gestacional;
- Rubéola na gravidez;
- Fenilcetonúria.
Além disso, crianças com síndrome de Down ou síndrome DiGeorge, por exemplo, apresentam maior risco de ter a tetralogia de Fallot.
Como é feito o tratamento
O tratamento para a tetralogia de Fallot é feito por meio da cirurgia para corrigir as alterações no coração do bebê e melhorar a oxigenação do sangue, podendo variar de acordo com a gravidade das alterações e idade do bebê.
Os dois principais tipos de cirurgia para tratar a tetralogia de Fallot são:
1. Cirurgia de reparação completa
A cirurgia de reparação completa é o principal tratamento para a tetralogia de Fallot e, normalmente, é feita a partir dos 6 meses de idade. Esta cirurgia é feita com coração aberto para permitir a correção das alterações cardíacas e melhorar a circulação do sangue.
2. Cirurgia temporária
A cirurgia temporária para a tetralogia de Fallot normalmente é indicada em caso de bebês que são muito pequenos ou com outros problemas de saúde que possam dificultar a realização da correção completa das alterações no coração.
Esta cirurgia consiste na colocação de um pequeno tubo ligando a artéria aorta e a pulmonar, para permitir a passagem de sangue para os pulmões, melhorando a oxigenação do sangue.
No entanto, esta cirurgia não é definitiva e permite apenas que o bebê continue a crescer e se desenvolver durante algum tempo, até ser capaz de realizar a cirurgia de reparação completa.
O que acontece após a cirurgia
A maioria dos bebês fazem a cirurgia de reparação da tetralogia de Fallot sem qualquer problema. No entanto, nos primeiros dias podem surgir arritmias e dificuldade para bombear o sangue, por exemplo, que normalmente melhoram na medida em que o músculo do coração se recupera.
Até que o coração se recupere o suficiente, pode ser necessário tomar remédios ou usar marca-passos para ajudar a manter uma boa circulação e oxigenação do sangue.
Além disso, algumas crianças podem desenvolver um funcionamento anormal das válvulas cardíacas ou músculo do coração após a cirurgia, podendo ser indicados outros procedimentos para corrigir as alterações.