Vacinas: para que servem, tipos e como são feitas

Vacinas são substâncias produzidas em laboratório que têm como principal função treinar o sistema imunológico contra diferentes tipos de infecções, estimulando a produção de anticorpos, que são as substâncias produzidas pelo corpo para combater os microrganismos invasores.

Foto doutora realizando uma consulta
Encontre um Infectologista perto de você! Parceria com Buscar Médico

As vacinas podem ser feitas com vírus inativado ou com o vírus vivo atenuado ou enfraquecido, ou ainda a partir da técnica de RNA que corresponde a uma proteína do agente infecioso.

Além de preparar o corpo para responder a uma infecção, a vacinação também diminui a intensidade dos sintomas e protege todas as pessoas da comunidade, pois diminui o risco de transmissão da doença. Confira 6 boas razões para vacinar e manter a caderneta atualizada.

Imagem ilustrativa número 1

Para que servem

As vacinas servem para prevenir doenças causadas por vírus ou bactérias e/ ou para evitar que, caso exista uma infecção, a doença seja grave.

  • Poliomielite, também conhecida como paralisia infantil;
  • Tuberculose;
  • Hepatite B;
  • Meningite;
  • Câncer do colo do útero, que pode ser causado pelo vírus HPV;
  • Catapora;
  • Difteria;
  • Coqueluche;
  • Febre amarela;
  • Sarampo;
  • Caxumba;
  • Rubéola;
  • Rotavirose;
  • Tétano;
  • COVID-19.

Para que o efeito das vacinas seja garantido, é importante que o calendário de vacinação seja respeitado, ou seja, que sejam tomadas todas as vacinas de acordo com a recomendação para a idade.

Dessa forma, é possível estimular a produção de quantidades ideais de anticorpos capazes de prevenir a doença ou evitar formas graves da doença.

Tipos de vacina

As vacinas podem ser classificadas em dois tipos principais, dependendo da sua composição:

1. Vacinas de microrganismos atenuados

Nesse tipo de vacina, o microrganismo responsável pela doença sofre uma série de procedimentos no laboratório que diminuem a sua atividade.

Assim, quando a vacina é aplicada, é estimulada uma resposta imunológica contra esse microrganismo, porém não há desenvolvimento da doença, pois o microrganismo está enfraquecido.

Exemplos vacinas atenuadas são a vacina BCG, tríplice viral e a da catapora.

2. Vacinas de microrganismos inativados ou mortos

As vacinas de microrganismos inativados ou mortos contêm microrganismos, ou fragmentos desses microrganismos, que não estão vivos, estimulando a resposta do corpo. Este é o caso da vacina para hepatite e a vacina meningocócica, por exemplo.

A partir do momento em que a vacina é administrada, o sistema imunológico age diretamente sobre o microrganismo, ou os seus fragmentos, promovendo a produção de anticorpos específicos.

Caso futuramente a pessoa entre em contato com o agente infeccioso, o sistema imunológico já consegue combater e impedir o desenvolvimento da doença.

Como são feitas as vacinas

A produção de vacinas e disponibilização para toda a população é um processo complexo e que envolve uma série de etapas, por esse motivo a fabricação de vacinas pode demorar entre meses a vários anos.

As fases mais importantes do processo de criação de vacinas são:

Fase 1

Uma vacina experimental é criada e testada com fragmentos do microrganismo ou agente infeccioso morto, inativado ou atenuado, em um pequeno número de pessoas e, em seguida, é feita a observação da reação do corpo após a administração da vacina e desenvolvimento de efeitos colaterais.

Essa primeira fase dura em média 2 anos e se houver resultados satisfatórios, a vacina passa para a 2ª fase.

Fase 2

A mesma vacina passa a ser testada em um número maior de pessoas, por exemplo 1000 pessoas, e além de observar como seu corpo reage e os efeitos colaterais que ocorrem, tenta-se descobrir se diferentes doses são eficazes, a fim de encontrar a dose adequada, que tenha menos efeitos nocivos, mas que seja capaz de proteger todos as pessoas, em todo mundo.

Fase 3

Supondo que a mesma vacina tenha encontrado sucesso até à fase 2, ela passa para a terceira fase que consiste em aplicar esta vacina num maior número de pessoas, por exemplo 5000, e observar se realmente ficam protegidas ou não.

No entanto, mesmo com a vacina na última fase de testes, é importante que a pessoa adote os mesmos cuidados relacionados à proteção contra a contaminação pelo agente infeccioso responsável pela doença em questão.

Assim, se a vacina em teste for contra o HIV, por exemplo, é importante que a pessoa continue fazendo uso da camisinha e evite o compartilhamento de seringas.

Principais vacinas

As principais vacinas que fazem parte do calendário de vacinação são:

  • Vacina BCG: evita as formas graves de tuberculose;
  • Vacina Hepatite A: protege contra o vírus da hepatite A;
  • Vacina da Hepatite B: protege a doença causada pelo vírus HBV, que pode afetar o fígado e levar ao desenvolvimento de complicações ao longo da vida;
  • Vacina da poliomielite (paralisia infantil): VIP que contém o vírus inativo para as doses inciais e de reforço;
  • Vacina tríplice bacteriana (DTPa ou DTPw): protege contra difteria, tétano e coqueluche;
  • Vacina contra Haemophilus influenza B: protege contra meningite causada pela bactéria Haemophilus influenzae do tipo B;
  • Vacina contra o rotavírus: protege contra a infecção pelo rotavírus, que é uma das principais causas de gastroenterite nas crianças;
  • Vacina pneumocócica conjugada (VPC10, VPC13 ou VPC15): protege contra diversos sorotipos de pneumococos responsáveis por doenças como meningite, pneumonia e otite;
  • Vacina meningocócica: protege contra meningite e infecções generalizadas causadas pela bactéria Neisseria meningitidis;
  • Vacina da gripe: contra o vírus Influenzae, que é responsável pela gripe;
  • Vacina contra febre amarela: protege contra o vírus da febre amarela;
  • Vacina tríplice viral (SCR): protege contra o sarampo, rubéola, e caxumba;
  • Vacina tetraviral (SCR-V): protege contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora;
  • Vacina contra varicela: protege contra catapora;
  • Vacina HPV quadrivalente: protege contra a infecção pelo Papilomavírus Humano dos tipos 6, 11, 16 e 18, prevenindo verrugas genitais, lesões pré-cancerosas e câncer do colo do útero, vulva, vagina ou ânus, causados pelo HPV;
  • Vacina contra COVID-19: protege contra a forma grave da COVID-19.

Além disso, outra vacina é a vacina da dengue, que ajuda a prevenir a forma grave da infecção, sendo disponibilizada pelo SUS para pessoas dos 4 a 60 anos que já foram infectadas por um dos quatro subtipos da dengue ou em pessoas que nunca tiveram a doença. Saiba mais sobre a vacina da dengue.

Calendário nacional de vacinação

Existem vacinas que fazem parte do plano nacional de vacinação, que são administradas gratuitamente, e outras que podem ser administradas por recomendação médica ou caso a pessoa viaje para locais onde existe o risco de contrair uma doença infeciosa.

As vacinas que fazem parte do plano nacional de vacinação e que podem ser administradas gratuitamente incluem:

1. Bebês até aos 9 meses

Em bebês até 9 meses de idade, as principais vacinas do plano de vacinação são:

  Ao nascer 2 meses 3 meses 4 meses 5 meses 6 meses 9 meses

BCG

Dose única            
Hepatite B 1ª Dose            

Pentavalente (DTP)

  1ª Dose   2ª Dose   3ª Dose  

Poliomielite (VIP)

  1ª Dose (com VIP)  

2ª Dose (com VIP)

  3ª Dose (com VIP)  

Pneumocócica 10V

  1ª Dose   2ª Dose      
Haemophilus influenzae b   1ª dose   2ª dose   3ª dose  

Rotavírus

  1ª Dose   2ª Dose      

Meningocócica C

    1ª Dose   2ª Dose    
Febre amarela             1ª Dose

Além disso, a partir dos 6 meses é recomendada a vacina contra a gripe com as vacinas influenza 3V ou 4V. Saiba mais sobre o calendário de vacinação do bebê.

2. Crianças entre 1 e 9 anos

Em crianças entre 1 e 9 anos, as principais vacinas indicadas no plano de vacinação são:

  12 meses 15 meses 4 anos - 6 anos 9 anos

Tríplice bacteriana (DTP/DTPa)

  1º Reforço (com DTP) 2º Reforço (com DTP)  

Poliomielite (VIP)

  1º Reforço (com VIP)    
Haemophilus influenzae b   Reforço    

Pneumocócica 10V

1º Reforço      

Meningogócica C

1º Reforço   2º Reforço  

Tríplice viral

1ª Dose      
Catapora 1ª Dose 2ª Dose (dos 15 aos 24 meses)    
Hepatite A   Dose única    

Tetraviral

  2ª Dose    

HPV

      1 dose única (dos 9 aos 14 anos)
Febre amarela     Reforço  

Além disso, a vacina da dengue Qdenga pode ser dada a partir dos 4 anos em crianças que nunca tiveram dengue ou que já tiveram dengue anteriormente. A dose de reforço é feita 3 meses depois da 1ª dose. Veja todas as vacinas para a criança.

3. Adultos e crianças a partir de 10 anos

Em adolescentes, adultos, idosos e grávidas, as vacinas são normalmente indicadas quando o plano de vacinação não foi cumprido durante a infância. Assim, as principais vacinas indicadas durante esse período são:

  10 aos 19 anos Adultos (20 a 59 anos) Idosos (60+ anos) Grávidas

Hepatite B

3 doses (para não vacinados) 3 doses (para não vacinados) 3 doses 3 doses (para não vacinadas e em susceptíveis)

Meningocócica ACWY

1 Dose (11 a 14 anos)      
Febre amarela 1 Dose (para não vacinados) 1 Dose (para não vacinados)    

Tríplice viral

2 Doses (para não vacinados até os 15 meses) 2 Doses (para não vacinados até os 15 meses)    

Dupla adulto

3 Doses (para não vacinados) + Reforço a cada 10 anos 3 Doses (para não vacinados) + Reforço a cada 10 anos 3 Doses (para não vacinados) + Reforço a cada 10 anos 2 Doses (para não vacinadas)

HPV

1 dose única (meninas dos 9 aos 14 anos)      

dTpa adulto

      Dose única em cada gestação

Caso suspeite que a caderneta de vacinação esteja incompleta, é importante consultar um clínico geral, em caso de adultos ou pediatra, para as crianças, para orientações mais adequadas de acordo com a situação vacinal. Veja também o calendário de vacinação do idoso.

Além disso, a vacina da herpes zoster é indicada para pessoas a partir dos 50 anos para prevenir o desenvolvimento da infecção ou a dor neuropática.

Assista o vídeo seguinte e entenda porque a vacinação é tão importante:

A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO | com Drauzio Varella

04:15 | 44.313 visualizações

Dúvidas mais comuns sobre vacinas

1. A proteção da vacina dura a vida toda?

Em alguns casos, a memória imunológica dura a vida toda, no entanto, em outros, é necessário fazer um reforço da vacina, como é o caso da doença meningocócica, difteria ou tétano, por exemplo.

É importante também saber que a vacina demora algum tempo para fazer efeito e, por isso, se a pessoa for infectada pouco tempo depois de a tomar, a vacina pode não ser eficaz e a pessoa pode desenvolver a doença.

2. As vacinas podem ser usadas na gravidez?

Sim. Como são um grupo de risco, as grávidas devem tomar algumas vacinas, como é o caso da vacina da gripe, hepatite B, difteria, tétano e coqueluche, que são usadas para proteger a gestante e o bebê. A administração de outras vacinas devem ser avaliadas caso a caso e prescritas pelo médico. Veja quais são as vacinas indicadas na gravidez.

3. As vacinas causam desmaios em algumas pessoas?

Não. O desmaio que ocorre em algumas pessoas ao tomar vacina normalmente é devido a estresse ou ansiedade no momento da vacinação. A vacina ou seus componentes não costumam causar desmaio.

4. As mulheres que estão em fase de amamentação podem tomar vacinas?

Sim. As vacinas podem ser dadas para lactantes, de forma a evitar que a mãe transmita vírus ou bactérias para o bebê, no entanto é importante que a mulher tenha a orientação do médico. As únicas vacinas contraindicadas para mulheres que estão a amamentar são a da febre amarela e da dengue.

5. Pode-se tomar mais de uma vacina ao mesmo tempo?

Sim. A administração de mais de uma vacina ao mesmo tempo não prejudica a saúde.

6. O que são as vacinas combinadas?

As vacinas combinadas são aquelas que protegem a pessoa de mais de uma doença por meio da aplicação de apenas uma injeção, como é o caso da tríplice viral, tetraviral ou a penta bacteriana, por exemplo.

Vídeos relacionados

A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO | com Drauzio Varella

04:15 | 44.313 visualizações