Válvula aórtica bicúspide é um defeito congênito do coração, em que a válvula aórtica tem apenas 2 folhetos, ao invés de 3, podendo não causar sintomas ou qualquer tipo de alteração.
No entanto, a válvula aórtica bicúspide pode evoluir com complicações ao longo do tempo, como estenose aórtica, regurgitação aórtica ou aumento do tamanho da aorta, causando sintomas como tonturas, palpitações ou falta de ar, por exemplo.
Leia também: Coração: funções, onde fica e problemas mais comuns tuasaude.com/coracaoO tratamento da válvula aórtica bicúspide é feito pelo cardiologista e varia com a gravidade dos sintomas e complicações, podendo ser indicado acompanhamento médico regular, uso de medicamentos ou a cirurgia para substituição da válvula.
Sintomas de válvula aórtica bicúspide
Os principais sintomas de válvula aórtica bicúspide são:
- Fadiga ou cansaço excessivo;
- Palpitações cardíacas;
- Dor ou desconforto no peito;
- Falta de ar, principalmente durantes esforços ou atividades físicas;
- Tontura ou desmaio.
Os sintomas de válvula aórtica bicúspide geralmente surgem na idade adulta, devido a complicações que alteram o fluxo de sangue normal ao longo do tempo.
Além disso, esses sintomas podem acontecer em maior ou menor intensidade, dependendo da gravidade da alteração causada e das suas influências no funcionamento do coração.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da válvula aórtica bicúspide é feito pelo cardiologista através de exames de rotina que avaliam o coração, como ecocardiograma ou eletrocardiograma, já que na maioria dos casos, principalmente na infância, não causa sintomas.
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Além disso, quando causa sintomas, além dos exames que avaliam o coração, o médico deve fazer o exame físico e analisar os sintomas, bem como quando se iniciaram e frequência em que ocorrem.
Nesses casos, o médico também pode solicitar exames, como tomografia computadorizada, ressonância magnética, ecocardiografia com doppler ou cateterismo cardíaco, por exemplo. Entenda como é feito o cateterismo cardíaco.
Possíveis causas
A principal causa da válvula aórtica bicúspide é devido a alterações durante o desenvolvimento do coração durante a gestação, estando presente desde o nascimento.
Isto, provavelmente, ocorre devido a causas genéticas, sendo que alguns casos são transmitidos hereditariamente de pais para filhos.
Além disso, a valva aórtica bicúspide pode surgir isoladamente ou associada a outras malformações cardiovasculares, como coarctação e dilatação da aorta, interrupção do arco aórtico, defeito do septo interventricular, síndrome de Marítima ou síndrome de Turner, por exemplo.
A válvula aórtica bicúspide é grave?
A válvula aórtica bicúspide pode não provocar sintomas ou qualquer tipo de alteração, entretanto, em algumas pessoas pode evoluir com complicações ao longo do tempo, sendo nesse caso grave.
Possíveis complicações
As principais complicações da válvula aórtica bicúspide são:
1. Estenose aórtica
A estenose aórtica é o estreitamento da válvula aórtica, o que dificulta o bombeamento de sangue para o corpo, resultando em sensação de falta de ar, dor no peito e palpitações.
Quando não tratada, pode aumentar o risco de morte súbita.
Leia também: Morte súbita: o que é, sintomas, causas (e como evitar) tuasaude.com/morte-subita2. Regurgitação da válvula aórtica
A regurgitação da válvula aórtica acontece quando a válvula não se fecha adequadamente, fazendo com que o sangue volte para trás quando o coração relaxa, ao invés de fluir normalmente para o corpo.
3. Dilatação ou dissecção da aorta
A válvula aórtica bicúspide também pode causar dilatação da aorta que aumenta de volume com o tempo, podendo formar aneurisma na aorta e sua dissecção (ruptura).
Essa condição é uma emergência médica que deve ser tratada imediatamente no hospital pois pode colocar a vida em risco.
Leia também: Aneurisma de aorta: o que é, sintomas, tipos e tratamento tuasaude.com/aneurisma-da-aorta4. Insuficiência cardíaca
A insuficiência cardíaca pode ocorrer devido a estenose da aorta, pois o ventrículo esquerdo passa a fazer mais esforço para bombear o sangue para o corpo através da válvula bicúspide, fazendo com que aumente de tamanho com o tempo.
Leia também: Insuficiência cardíaca: o que é, sintomas, causas e tratamento tuasaude.com/insuficiencia-cardiaca5. Endocardite infecciosa
A válvula aórtica bicúspide pode aumentar o risco de desenvolvimento de endocardite infecciosa, que é uma infecção grave, que pode colocar a vida em risco se não tratada adequadamente. Saiba identificar os sintomas de endocardite infecciosa.
Como é feito o tratamento
O tratamento da válvula aórtica bicúspide deve ser feito com orientação do cardiologista e varia de acordo com a gravidade dos sintomas e presença de complicações.
Os principais tratamentos para válvula cardíaca bicúspide são:
1. Acompanhamento médico regular
O acompanhamento médico regular é indicado nos casos de válvula aórtica bicúspide que não causa sintomas.
Nestes casos, é necessário um acompanhamento anual com o cardiologista, que irá solicitar o ecocardiograma, raio X de tórax, ECG, holter e outros exames capazes de identificar alterações ou piora do quadro, caso haja.
2. Uso de remédios
O médico também pode indicar o uso de medicamentos, como as anti-hipertensivos, dos tipos beta-bloqueadores ou IECA, ou as estatinas, por exemplo, como forma de diminuir os sintomas ou retardar a piora das alterações cardíacas.
Além disso, também é recomendado parar de fumar e controlar a pressão arterial e do colesterol.
3. Cirurgia
A cirurgia para válvula aórtica bicúspide pode ser feita com procedimentos que envolvem dilatação, pequenas correções ou, até, a cirurgia de troca da válvula por uma válvula mecânica ou biológica.
O tipo de cirurgia ideal deve ser individualizada, com avaliação dos riscos e doenças que cada pessoa possui.
Leia também: Como é a recuperação após a substituição da válvula aórtica tuasaude.com/substituicao-da-valvula-aorticaÉ possível praticar atividades físicas?
Na maioria dos casos, uma pessoa com válvula aórtica bicúspide pode praticar atividades físicas e levar uma vida normal, podendo haver restrições somente em casos em que a pessoa evolui com complicações.
Entretanto, é muito importante que se faça atividades físicas liberadas pelo cardiologista, além de fazer acompanhamento médico regular.