Insuficiência hepática: o que é, sintomas, causas e tratamento

Insuficiência hepática é a perda das funções do fígado de forma repentina ou gradual, levando ao surgimento de sintomas como náuseas, vômitos, pele e olhos amarelados, inchaço na barriga, perda do apetite ou cansaço excessivo.

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A insuficiência hepática pode ser causada devido a doenças do fígado, como cirrose ou hepatite, ou ainda pelo consumo frequente de bebidas alcoólicas ou pelo uso de remédios, como o paracetamol, por exemplo.

Leia também: Doenças hepáticas: o que são, sintomas, tipos e tratamento tuasaude.com/doencas-hepaticas

O tratamento da insuficiência hepática deve ser feito o mais rápido possível no hospital pelo hepatologista, gastroenterologista ou clínico geral, de forma a evitar complicações como problemas de coagulação, edema cerebral ou insuficiência renal, podendo ser indicado o uso de medicamentos ou até transplante de fígado, em alguns casos.

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Sintomas de insuficiência hepática

Os principais sintomas de insuficiência hepática são:

  • Náuseas e vômitos, que podem conter sangue;
  • Diarreia;
  • Perda do apetite ou perda de peso;
  • Sensação de estar cheio mesmo após uma refeição leve;
  • Cansaço excessivo;
  • Dor no lado superior direito do abdômen;
  • Pele e olhos amarelados, conhecido como icterícia;
  • Inchaço na barriga ou nas pernas
  • Hálito com cheiro adocicado;
  • Urina escura;
  • Fezes claras ou esbranquiçadas;
  • Hematomas ou sangramentos fáceis;
  • Coceira no corpo;
  • Confusão mental ou desorientação;
  • Sonolência excessiva;
  • Mal estar geral.

Os sintomas da insuficiência hepática podem se desenvolver rapidamente, em dias ou semanas, sendo chamada de insuficiência hepática aguda ou falência renal aguda, ou se desenvolver ao longo do tempo, por meses ou anos, sendo chamada de insuficiência hepática crônica.

Na presença dos sintomas de insuficiência hepática, é importante consultar o hepatologista ou o gastroenterologista o mais rápido possível ou procurar o pronto socorro mais próximo, pois a doença pode piorar rapidamente e causar hemorragias ou problemas graves nos rins ou cérebro, colocando a vida em risco.

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Para saber se pode estar com insuficiência hepática, assinale o que está sentindo:

  1. 1. Sente dor ou desconforto na parte superior direita da barriga?
  2. 2. Tem sentido enjoo ou tonturas frequentes?
  3. 3. Sente dor de cabeça frequente?
  4. 4. Sente que fica cansado/a mais facilmente?
  5. 5. Tem várias manchas roxas na pele?
  6. 6. Seus olhos ou pele estão amarelados?
  7. 7. Sua urina está escura?
  8. 8. Tem sentido falta de de apetite?
  9. 9. Suas fezes estão amareladas, cinzentas ou esbranquiçadas?
  10. 10. Sente que sua barriga está inchada?
  11. 11. Sente coceira por todo o corpo?

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da insuficiência hepática é feito pelo gastroenterologista ou hepatologista, através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde e exames de sangue que medem o tempo de coagulação sanguínea, níveis de amônia no sangue e enzimas hepáticas como ALT, AST, GGT, fosfatase alcalina e bilirrubina.

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Além disso, podem ser necessários exames de imagem do abdome, pelve, cérebro e tórax, como ultrassom abdominal com doppler, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, assim como uma biópsia do fígado para verificar porque este órgão não está funcionando. Veja todos os exames para avaliar o funcionamento do fígado.

Nos casos em que não existe uma causa bem estabelecida, o médico pode também solicitar a dosagem no sangue dos níveis de paracetamol, a realização de exame toxicológico e exame de sorologia para vírus.

Possíveis causas

A insuficiência hepática é causada por danos nas células do fígado, interferindo no funcionamento do fígado e alterando suas funções.

As principais causas da insuficiência hepática são:

  • Hepatite viral do tipo A, B, C ou E;
  • Uso frequente ou em doses maiores que as recomendadas de paracetamol;
  • Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
  • Cirrose hepática;
  • Hepatite autoimune;
  • Uso de plantas medicinais como kava-kava, efedra, calota craniana ou poejo;
  • Uso de medicamentos como antibióticos, anti-inflamatórios ou anticonvulsivantes;
  • Infecção pelo vírus Epstein-Barr, citomegalovírus, herpes simplex, Parvovírus, adenovirus ou varicela-zoster;
  • Síndrome de Budd-Chiari, que pode causar bloqueio nas veias do fígado;
  • Hepatite isquêmica, que causa lesão hepática causada por diminuição do fornecimento de oxigênio para as células do fígado;
  • Doença de Wilson, em que ocorre acúmulo de cobre no fígado;
  • Doenças autoimunes, como a hepatite autoimune;
  • Intoxicação pelo cogumelo selvagem Amanita phalloides;
  • Câncer de fígado;
  • Metástase no fígado por outros tipos de câncer, como câncer de mama, pulmão ou linfoma;
  • Infecção generalizada.

Em alguns casos, a insuficiência hepática pode não ter uma causa aparente. Além disso, a insuficiência hepática aguda também pode acontecer no terceiro trimestre de gestação quando a mulher apresenta síndrome de HELLP ou fígado gorduroso agudo, e, por isso, é importante fazer um acompanhamento médico durante a gravidez.

Tipos de insuficiência hepática

A insuficiência hepática pode ser classificada em diferentes tipos, de acordo com o início e a evolução dos sintomas, sendo os principais:

  • Insuficiência hepática aguda ou falência hepática aguda: acontece de forma repentina, de 1 a 4 semanas após a lesão no fígado, geralmente em pessoas saudáveis, sem nenhuma doença no fígado anterior. Normalmente, é causada pelo vírus da hepatite ou pelo uso incorreto de alguns medicamentos, como o paracetamol;
  • Insuficiência hepática crônica: os sintomas podem levar meses ou até anos para aparecer, e acontece quando o fígado sofre agressões constantes devido a situações como o uso abusivo de álcool, hepatite ou gordura no fígado;
  • Insuficiência hepática crônica agudizada: causada por uma descompensação de doenças hepáticas, como cirrose, devido a fatores como consumo de bebidas alcoólicas ou infecções, levando ao surgimento de sintomas agudos.

Além disso, a insuficiência hepática também pode ser hiperaguda, que surge em cerca de de 7 dias, ou subaguda, que surge em 5 a 12 semanas, entre o início dos sintomas e o desenvolvimento da encefalopatia hepática.

O tipo de insuficiência hepática é determinado pelo médico através da avaliação dos sintomas, bem como seu início, e exames que identificam sua causa.

Como é feito o tratamento

O tratamento da insuficiência hepática deve ser feito com orientação do hepatologista ou gastroenterologista e depende das causas e do estágio da doença, e deve ser feito no hospital em uma unidade de terapia intensiva para que a pessoa seja constantemente monitorada, de forma a evitar complicações.

Assim, os principais tratamentos para a insuficiência hepática são:

1. Uso de medicamentos

Os medicamentos que o hepatologista ou o gastroenterologista pode prescrever para tratar a insuficiência hepática dependem do que causou a doença.

Alguns medicamentos que podem ser indicados pelo médico para insuficiência hepática, no hospital, são:

  • N-acetilcisteína, por via oral ou intravenosa, no caso de intoxicação por paracetamol ou outras causas, exceto hepatite isquêmica;
  • Carvão ativado, indicado para ser usado em até 4 horas da ingestão acidental ou de grandes doses de paracetamol, ou para envenenamento pela Amanita phalloides;
  • Antivirais, como aciclovir, gancivlovir ou lamivudina, para tratamento da hepatite B aguda, varicela-zoster, herpes simples ou citomegalovírus;
  • Esteroides, como a prednisolona injetável, no caso da hepatite autoimune;
  • Penicilamina, para tratamento da Doença de Wilson;
  • Penicilina G na veia, no caso de envenenamento por cogumelos;
  • Antibióticos, no caso de infecção generalizada ou sepse;
  • Vasopressores, como dopamina ou norepinefrina na veia, nos casos de pressão arterial muito baixa.

Além disso, o médico também pode indicar outros remédios de acordo com a doença e sintomas apresentados.

2. Monitoramento

Durante o internamento hospitalar, a pessoa é constantemente monitorada, de forma a evitar complicações como encefalopatia hepática, edema cerebral, sangramentos, infecções ou falência renal.

Desta forma, caso a pessoa apresente alterações nos monitoramentos, podem ser indicados:

  • Uso de um cateter no cérebro para monitorar a pressão intracraniana, elevação da cabeceira a 45º, ou uso de manitol na veia caso tenha alterações na pressão intracraniana;
  • Intubação endotraqueal nos casos de encefalopatia hepática de grau maior do que 2, lavagem intestinal ou uso de laxantes;
  • Transfusões de plaquetas ou plasma fresco, ou uso de vitamina K na veia, nos casos de sangramentos ou hemorragias;
  • Diálise ou hemodiálise, no caso de insuficiência renal.

Além disso, caso seja detectado pelo médico uma diminuição da glicose no sangue, pode ser recomendado a aplicação de soro glicosado na veia.

3. Fazer alterações na dieta

A dieta para insuficiência hepática deve ser feita sob a supervisão do hepatologista e de um nutricionista clínico, pois as orientações dependem do estado de saúde da pessoa e da fase em que a doença se encontra.

De forma geral, deve-se controlar a quantidade de líquidos ingeridos, restringir o consumo de sal para menos de 2g por dia para evitar o inchaço ou acúmulo de líquidos no abdômen e não consumir bebidas alcoólicas, pois podem piorar os sintomas e agravar a doença.

4. Transplante de fígado

O transplante de fígado é uma cirurgia que remove o fígado que não funciona mais adequadamente e o substitui por um fígado saudável de um doador falecido ou uma parte de um fígado saudável de um doador vivo.

Esse tratamento quando realizado a tempo, pode restaurar a função do fígado, no entanto não é indicado em todos os casos como na insuficiência hepática causada por hepatite, pois o vírus pode se instalar no fígado transplantado. Saiba como é feito o transplante de fígado.

Possíveis complicações

As principais complicações da insuficiência hepática são:

  • Encefalopatia hepática;
  • Edema cerebral;
  • Hemorragia gastrointestinal;
  • Infecção por bactérias ou fungos;
  • Edema pulmonar;
  • Insuficiência renal.

Essas complicações podem surgir logo após os primeiros sintomas da doença ou quando a doença está em fase mais avançada, e devem ser tratadas imediatamente, pois se não forem revertidas ou controladas a tempo, podem colocar a vida em risco.

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