O que é:
A taquicardia ventricular é um distúrbio que afeta o ritmo cardíaco causado por alterações nos sinais elétricos na parte inferior do coração, chamada ventrículo, causando aumento da frequência cardíaca, com batimentos acima de 120 por minuto, o que impede que o ventrículo se encha de sangue de forma adequada, levando a uma diminuição da capacidade do coração de bombear o sangue para o corpo e os pulmões.
Geralmente, a taquicardia ventricular pode causar sintomas de palpitação cardíaca ou fraqueza, que pode durar alguns segundos e, na maioria dos casos, melhora espontaneamente, mas em alguns casos, quando ocorre com frequência ou dura mais de 30 segundos, pode causar outros sintomas como sensação de falta de ar, dor no peito, desmaio ou até parada cardíaca.
Por isso, é importante consultar o cardiologista para que seja identificada a causa da taquicardia ventricular e iniciado o tratamento mais adequado, que pode envolver o uso de medicamentos ou cirurgia, nos casos mais graves.
Principais sintomas
A taquicardia ventricular pode não causar sintomas em algumas pessoas quando dura poucos segundos ou não é muito frequente. No entanto, quando o coração começa a apresentar maior dificuldade para bombear o sangue para o corpo de forma adequada, pode causar sintomas como:
- Palpitação cardíaca;
- Tontura;
- Fraqueza excessiva;
- Falta de ar;
- Dor no peito;
- Pulso acelerado;
- Desmaio.
Além disso, quando os sintomas são sentidos por mais de 30 segundos, há um maior risco de parada cardíaca, o que pode colocar a vida em risco, e por isso, ao apresentar qualquer um dos sintomas de taquicardia ventricular, deve-se procurar atendimento médico imediatamente ou o pronto socorro mais próximo.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da taquicardia ventricular deve ser feito pelo cardiologista a partir dos sintomas, da avaliação do histórico pessoal e familiar, do exame clínico e de alguns exames como eletrocardiograma, ecodopplercardiograma, raio X, tomografia computadorizada, ressonância magnética, angiografia ou Holter, por exemplo. Saiba como é feito o exame de Holter.
Além disso, através da análise dos exames, é possível o médico classificar o tipo de taquicardia ventricular, que inclui:
- Não sustentada: que é quando os batimentos cardíacos alcançam mais de 120 batimentos por minuto e duram menos de 30 segundos;
- Sustentada: que é quando o coração alcança mais de 120 batimentos por minuto por mais de 30 segundos;
- Monomórfica: quando o coração mantém constante a frequência dos batimentos cardíacos acelerados a cada batimento;
- Polimórfica: quando muda a frequência cardíaca a cada batimento.
Apesar de existirem vários tipos de taquicardia ventricular, todas causam sintomas semelhantes, no entanto, a taquicardia ventricular sustentada é mais grave podendo causar fibrilação ventricular que é quando o coração se contrai de forma desordenada, podendo resultar em parada cardíaca. Entenda melhor o que é a fibrilação ventricular e como é feito o tratamento.
Possíveis causas
A taquicardia ventricular é causada por uma interrupção dos impulsos elétricos no coração que controlam o bombeamento de sangue para o corpo e pulmões, e alguns fatores podem contribuir para seu surgimento como:
- Infarto;
- Cardiomiopatia dilatada;
- Cardiomiopatia hipertrófica;
- Miocardite;
- Problemas nas artérias coronárias como obstrução coronariana;
- Defeitos congênitos no coração que ocorrem no nascimento do bebê;
- Uso de drogas como cocaína ou metanfetamina;
- Uso de medicamentos como antiarrítmicos ou antibióticos;
- Desequilíbrio de eletrólitos no corpo, especialmente o potássio.
Em alguns casos, quando a causa da taquicardia ventricular não pode ser identificada, é chamada de taquicardia ventricular idiopática.
Como é feito o tratamento
O tratamento para a taquicardia ventricular deve ser orientado por um cardiologista e tem como objetivo fazer com que os batimentos cardíacos voltem ao normal, além de prevenir futuros episódios de taquicardia.
Os principais tratamentos para a taquicardia ventricular incluem:
1. Cardioversão
A cardioversão consiste num "choque elétrico" no peito da pessoa com o uso de desfibrilador, que é uma máquina que monitora o ritmo dos batimentos cardíacos antes e depois da aplicação dos choques.
Esse tratamento é feito no hospital sendo indicado nos casos de taquicardia ventricular sustentada, e é um procedimento que não causa dor, pois a pessoa recebe medicamentos para dormir antes de realizar a cardioversão.
2. Uso de remédios
Alguns remédios podem ser indicados pelo cardiologista para para prevenir o aumento dos batimentos cardíacos, como antiarrítmicos, bloqueadores dos canais de cálcio ou betabloqueadores, sendo recomendados nos casos em que a pessoa não apresenta sintomas mas que têm episódios de taquicardia ventricular com duração maior que 30 segundos.
No entanto, esse tratamento não é tão eficaz quanto a cardioversão, e o risco de efeitos colaterais é maior.
3. Cardiodesfibrilador implantável
O cardiodesfibrilador implantável é um aparelho semelhante a um marcapasso, colocado no peito através de cirurgia, indicado para pessoas que têm alto risco de apresentarem novos episódios de taquicardia ventricular e que podem colocar a vida em risco.
Esse aparelho é capaz de monitorar e detectar aumento dos batimentos cardíacos e aplicar choques elétricos para fazer com que o coração volte a bater no ritmo normal.
4. Ablação por cateter
A ablação por cateter é um tipo de cirurgia em que o médico insere um cateter em uma veia ou artéria na virilha, braço ou pescoço, para alcançar o coração e fazer uma aplicação de energia, chamada radiofrequência, com o objetivo de destruir as partes danificadas do coração que possam estar causando a taquicardia ventricular.
Esse tratamento é feito em hospital, com o uso de anestesia geral ou sedação leve para que a pessoa não sinta dor durante o procedimento.
5. Cirurgia
A cirurgia cardíaca pode ser realizada pelo cardiologista quando as outras opções de tratamento não forem eficazes para controlar os sintomas da taquicardia ventricular ou quando a pessoa apresenta algum defeito ou alteração nas válvulas cardíacas ou vasos sanguíneos do coração, por exemplo.
Possíveis complicações
As complicações que a taquicardia ventricular pode causar são:
- Desmaios frequentes ou perda da consciência;
- Insuficiência cardíaca;
- Parada cardíaca.
Essas complicações dependem da gravidade da taquicardia ventricular, da frequência com que a taquicardia ocorre e do tempo de duração dos batimentos cardíacos acelerados. Por isso, sempre que existe suspeita de algum problema no coração é muito importante procurar ajuda médica.